Motos já matam mais do que carros nas ruas
Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) mostram que o país tinha uma frota de 23 milhões de motocicletas em 2014, o que correspondia a 27% da frota nacional. Ora, elas representavam pouco mais de um quarto da frota, mas o seguro DPVAT pagou, nesse ano, 580 mil indenizações – ou 76% do total. Destes, […]
atualizado
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Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) mostram que o país tinha uma frota de 23 milhões de motocicletas em 2014, o que correspondia a 27% da frota nacional.
Ora, elas representavam pouco mais de um quarto da frota, mas o seguro DPVAT pagou, nesse ano, 580 mil indenizações – ou 76% do total.
Destes, 4% foram por morte (22.616 casos), 82% por invalidez (474.346) e 14% por despesas médicas (83.101).
Vêm aí os dados de 2015 e a expectativa de um especialista ouvido pelo Entre-eixos é de que o fenômeno tenha piorado – e muito.
Em suma: as motos são responsáveis pela maioria dos acidentes (e mortes) no país.
Quem viu a TV aberta esse fim de semana se assustou: mais de 400 crianças morreram em acidentes de moto nos últimos 7 anos. E é proibido levar menor de 7 anos na garupa da moto. E daí? Pardal não flagra esse tipo de infração (ou crime?). Outras 8 mil crianças, de até 10 anos, ficaram inválidas.
Pesquisa feita pelo Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas mostrou que 88% dos acidentes com motos em São Paulo acontecem por imprudência e que 70% dos motociclistas atendidos no pronto-socorro acabam internados.
De novo: o foco das autoridades de trânsito em pardais está errado e só serve para elevar a receita dos Detrans e de governos falidos.
Creio que todo motociclista brasiliense, principalmente o que usa a moto para trabalhar, deveria passar uma semana na Rede Sarah ou no Hospital de Base. Para ver a legião de deficientes por traumas relacionados a acidentes.