Elétrico cai de preço; popular é vendido direto ao consumidor comum
Montadoras reagem e quebram paradigmas para conquistar clientes. Modelo da JAC, por exemplo, está por R$ 127 mil
atualizado
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A chegada das montadoras chinesas e suas práticas poucos ortodoxas, na confecção de preços e modelos de vendas, tem surgido efeitos – e dos bons para os consumidores. Por exemplo: a também chinesa JAC, controlada no Brasil pelo empresário Sergio Habib há um bom tempo, baixou o preço do e-JS1 para R$ 127 mil (contra R$ 136 mil de antes). Afinal, viu surgirem modelos abaixo dos R$ 150 mil das conterrâneas GWM e da BYD, que acaba de instalar na Bahia.
Em comunicado, a JAC Motors anunciou que o carro elétrico mais vendido da linha ficará mais acessível graças a uma renegociação com a matriz da empresa, que viu a possibilidade de expandir o volume de vendas do modelo no Brasil.
Embora o volume de vendas totais dos modelos 100% elétricos ainda seja pequeno no Brasil, inferior a 1%, o crescimento desse segmento, que registrou alta de cerca de 45% de janeiro a setembro deste ano frente ao mesmo período de 2022, chamou a atenção da JAC Motors na China.
”Explicamos que o impacto de cerca de 5 a 7% no reposicionamento do preço refletiria num aumento de 20 a 30% nas vendas do E-JS1. E a matriz concordou”, explicou Sergio Habib. “Eles fizeram a parte deles. Agora é conosco”, concluiu.
Desenvolvido em parceria com o Grupo Volkswagen, o JAC e-JS1 é equipado com um motor de 45 kW (62 cv) de potência e 15,3 kgfm de torque – o que garante aceleração de 0 a 100 km/h em 10,7 segundos. A bateria de lítio-ferro-fosfato tem 30,2 kWh de capacidade, o que dá uma autonomia declarada de 302 km. A recarga rápida em eletropostos (de 15% a 85%) leva 1 hora. Usando um carregador doméstico do tipo wallbox com cerca de 7 kW, são 3,5 horas. Já em uma tomada caseira, uma carga completa (0% a 100%) requer 11 horas.
Kwid direto
A Renault, por sua vez, inovou. Afinal, o consumidor só consegue comprar um carro diretamente da montadora se tiver CNPJ, for fazendeiro, dono de locadoras etc. Mas a marca francesa acaba de anunciar que por um período de até dois meses vai vender o seu modelo de entrada, o Kwid, com preço de venda direta para o consumidor comum. Com isso, o compacto ficou até R$ 7,2 mil mais barato.
Em relação ao Kwid, isso pôde ser feito devido a um acordo com a rede de concessionários, e apenas para os modelos em estoque e num prazo de no máximo dois meses. A montadora vai recomprar que estiver na loja estocado e vender direto para o consumidor.
No Brasil, só tem operando de forma exclusivamente com venda direta a chinesa GWM, que assinou convenção com sua rede de concessionárias autorizando a prática.