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É de assustar! Quantidade de carros chamados para recall chega a 2,8 milhões e bate recorde no Brasil

Dados do Procon de São Paulo mostram que, em 2015, foram convocados exatos 2.811.894 automóveis. Aumento foi de 85%, comparando-se com 2014

atualizado

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Recall – Range Rover – principal
1 de 1 Recall – Range Rover – principal - Foto: null

A praga dos recalls, aqueles chamados que as fabricantes fazem para consertar falhas e barbeiragens (algumas graves) de concepção ou montagem, voltou a assombrar o meio automobilístico brasileiro em 2015.

Somente a Land Rover, a tradicional marca britânica hoje controlada por indianos, fez nove convocações – o que prenuncia dor de cabeça, se a média for mantida, para Frank Wittemann, que assume a empresa no Brasil agora em fevereiro.

Um dos recalls da Land Rover aconteceu há pouco mais de um mês, para consertar o travamento dos mecanismos de reclinagem do assento da segunda fileira de bancos de 33 unidades do Range Rover Sport (foto no alto da página), o modelo mais caro do portfólio no país (e em modelos novíssimos, ano 2016). Detalhe: a versão topo de linha, com motor V8 de 510cv a gasolina e transmissão automática de oito velocidades, tem preço sugerido de R$ 595.000.

O risco? Gravíssimo, pois a falha pode atrapalhar o funcionamento dos cintos de segurança e, claro, até matar. Aliás, o Range Rover Sport passou por cinco recalls – quase um cada dois meses (visite essa página http://goo.gl/EIkEl6 e confira).

Em nota enviada ao Entre-eixos, a Land Rover ressalta que está sempre comprometida com a segurança e bem-estar de seus clientes e diz que as campanhas de recalls são importantes pois demonstram transparência.

A empresa também lembra que as marcas de veículos premium são pioneiras na introdução de novas tecnologias no mercado e, por isso, se tornam mais suscetíveis do que os produtos de tecnologia simples.

Além dessa particulariedade, os demais chamamentos são motivados por erros nos freios, no sistema ABS, com vazamento de gasolina e um consequente risco de incêndio e por aí vai.

Engenheiros e médicos de instituições de estudos de violência no trânsito, como a SAE Brasil e a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), as classificam como graves, muito graves ou gravíssimas.

Os dados que mostram a gravidade do problema foram coletados pelo Procon de São Paulo (não espere isso do de Brasília): em todo 2015, o órgão registrou 2.811.894 automóveis chamados em campanhas (num estúpido aumento de 85% com 2014).

No total, um novo recorde: 116 convocações, contra 96 em 2014. E vale ressaltar: as vendas de 2015 caíram 21,85% no ano passado, na comparação com o resultado do ano anterior (3.982.816 contra 5.096.207). Quer dizer: o fenômeno é bem mais grave do que aparenta.

E que mais deve preocupar os motoristas? Tudo, na verdade – até em função do que é gasto com carros no Brasil. Mas a questão dos airbags, fundamentais para salvar vidas, preocupa mais, pois os defeitos nesse equipamento afetaram 1.368.110 unidades.

Certamente, apesar do registro de outros fabricantes, a febre de erros nasceu nos equipamentos da japonesa Takata, fornecedora de airbags para várias marcas. O maior risco? A possibilidade de estouro durante o acionamento e da liberação de fragmentos contra os ocupantes do carro.

Curioso é que, além da estranheza da liderança da Land Rover, a alemã Mercedes-Benz também fez nove convocações. A Volkswagen fez oito campanhas, embora a Jeep – embora infinitamente menor no Brasil – tenha igual número de convocações.

Sopa de recalls

Mercedes-Benz GLK: problema no motor e risco de incêndio
Mercedes-Benz GLK: problema no motor e risco de incêndio

Mercedes-Benz
Logo no começo do ano, a marca alemã convocou para reparos 6.326 unidades da van Sprinter e da GLK. No linguajar técnico, o problema era no motor, que apresentava “deformidade na vedação do tensionador hidráulico da corrente de distribuição do motor”. As consequências? A assustadora possibilidade de vazamento de óleo e, claro, princípio (e meio e fim) de um incêndio, claro.

Volkswagen
Também em janeiro, outra marca alemã (embora mais popular) chamou para recall 3.347 unidades do Fusca, do Jetta e do Golf GTI. O problema era no sistema de combustível, com falha na solda de vedação da galeria de distribuição de combustível. Consequência? Vazamento de gasolina e risco de incêndio do veículo. Logo a seguir, a Volks chamou 2.370 unidades Fox, Cross Fox, Space Fox e Space Cross para consertar problemas no airbag. O risco é gravíssimo: o sistema pode fazer com que a bolsa inflável não funcione “adequadamente em caso de colisão ou abrir involuntariamente, mesmo sem uma colisão”.

Lifan X60
Tem chineses na lista também (sim, a nacionalidade vítima maior de conceitos ou preconceitos aparece aqui). No caso, foram 6.147 unidades em função de problemas no conjunto de fivela do cinto de segurança dianteiro.

Honda Fit: outro modelo com risco de incêndio
Honda Fit: outro modelo com risco de incêndio

Honda Fit
E fevereiro começou com uma marca tradicional, a Honda, chamando para corrigir alguma barbeiragem na produção ou instalação do tanque de combustível do Fit (604 unidades). A falha próxima ao bocal do tanque aumenta a probabilidade de vazamento e, claro, de incêndios.

Jeep Grand Cherokee, Chrysler 300 e Town & Country, Dodge Journey
A Fiat Chrysler, dona das marcas, convocou em fevereiro 3.280 unidades dos modelos acimas para corrigir problemas na chave de ignição. É amedrontador: mesmo durante a condução, o veículo pode desligar (e em movimento). O Grand Cherokee também foi alvo em função do controle de estabilidade em curvas. É mole?

Range Rover Vogue
Marca chama em março 524 unidades para consertar uma falha no sistema de freios (vazamento nos tubos flexíveis dos dianteiros). No mesmo mês, foram chamadas 52 unidades com desgaste na mangueira de vácuo do sistema de freios – que pode fazê-lo perder eficiência e até aumentando a distância de frenagem.

Sandero: falha na fixação do tubo de combustível
Sandero: falha na fixação do tubo de combustível

Renault Sandero e Logan
Em maio, 33.974 unidades da marca foram (ou deveriam ter ido) às oficinas para terem consertada uma falha na fixação do tubo de combustível. Detalhe macabro novamente: risco de incêndio no compartimento do motor.

Honda Fit, City, Civic e CR-V
Em maio, a rigorosa Honda chama 423.217 unidades para corrigir um defeito no sensor do nível de combustível.

Interior do Corolla: chamada para troca de airbags fabricados pela Takata
Interior do Corolla: chamada para troca de airbags fabricados pela Takata

Toyota Corolla e Fielder
No mesmo mês, a concorrente japonesa da Honda chama 112.995 unidades. Para ampliação da troca de airbags da Takata.

Ford New Fiesta, EcoSport e Fusion
Convocação em julho de 215.069 unidades que apresentam problema nos trincos das fechaduras – as portas podem se abrir sozinhas

Volkswagen Jetta, Tiguan, Passat, CC e Eos
As 54.179 unidades chamadas às concessionárias apresentam problemas nos airbags, que podem não abrir em caso de acidente. Causa? “Impurezas que entram no dispositivo”.

Amarok: modelo brasileiro na lista da fraude de emissão de poluentes da Volks
Amarok: modelo brasileiro na lista da fraude de emissão de poluentes da Volks

Volkswagen Amarok
Em outubro, para 17.057 unidades. Com excessos na emissão de poluentes (no famoso escândalo de fraude nos testes dos motores a diesel).

Volkswagen Gol
Convocação em novembro de 170.443 unidades. Um problema no circuito elétrico pode provocar falha de iluminação na traseira.

Prisma, da GM: possibilidade de falha no mecanismo do cinto de segurança esquerdo do banco traseiro
Prisma, da GM: possibilidade de falha no mecanismo do cinto de segurança traseiro

Chevrolet Prisma e Cobalt
Em novembro, para 121 mil unidades com possibilidade de falha no mecanismo do cinto de segurança esquerdo do banco traseiro.


E mais no ano

Ford Ranger
Cerca de 8 mil unidades com problemas no sistema de combustível, com “possibilidade de incêndio”.

Mercedes-Benz Classe C
Poucas unidades (apenas 23) e muita gravidade: em colisões frontais, o cinto pode se soltar e até matar o ocupante

Chevrolet Spin
Quase 800 unidades com problemas no sistema de combustível. Pode causar incêndios. Em março

Chevrolet S-10
Convocação de 71.578 unidades, com problemas no sistema de combustível. Em março.

Mercedes-Benz, com Classe E e CLS
Mais de 1 mil unidades com problemas na borracha de vedação do compartimento do motor, que “pode se soltar”. Risco de incêndio.

Audi – A6 Avant,  A7 e Q7
Em março, convocação de 279 unidades, com possibilidade de vazamento de combustível no sistema de injeção – o que pode resultar em incêndio

Hyundai i30
Em abril, um significativo chamamento de 15.723 veículos i30, com falha de comunicação nos sinais eletrônicos – que pode provocar desligamento da assistência elétrica da direção.

Troller T4
Convocação, em maio, de 1.065 unidades para consertar o pino que trava o capô. Ele pode quebrar e permitir a abertura com o jipe em movimento.

Volkswagen Golf
A marca chama em junho 852 unidades corrigir defeito de fabricação da bomba de combustível

Citroën C3
Em julho, montadora francesa convoca 3.769 unidades para consertar falha na bucha do braço da suspensão, que pode se romper.

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