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Detran-DF arrecadou R$ 324 milhões com serviços e multas, mas só investiu 3,3% em campanhas educativas

Da grana que entrou nos cofres da autarquia de janeiro a novembro do ano passado, apenas R$ 2,8 milhões foram destinados às campanhas. No período, valores das tarifas subiram até 275%

atualizado

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Agente de trânsito
1 de 1 Agente de trânsito - Foto: Detran/Divulgação

Entre janeiro e novembro de 2015, o Detran-DF arrecadou R$ 324 milhões — sendo R$ 236 milhões apenas com os serviços prestados. Com as multas aplicadas ao longo do ano, pôs nos cofres R$ 88 milhões.

E em que gasta tanto dinheiro? Em campanhas de educação no trânsito, foram aplicados apenas R$ 2,8 milhões — ou 3,3% do arrecadado com as multas, a maioria absoluta aplicada por pardais. Gastou, também, R$ 5,1 milhões com publicidade e propaganda (a princípio, de utilidade pública). No entanto, o órgão gastou, na concessão de benefícios aos servidores, mais de R$ 24 milhões — ou oito vezes mais do que em ações educativas.

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Em nota enviada à reportagem, o órgão informou que, “quanto ao valor investido em campanhas educativas, estamos aguardando o setor financeiro fechar o balanço de 2015, uma vez que as informações do site ainda são de novembro e o Detran intensificou as campanhas no final do ano”.

Além das campanhas educativas, foram gastos R$ 5,1 milhões em em publicidade e propaganda de utilidade pública. Somadas as duas cifras, o total chega a R$ 7,9 milhões sob a rubrica “educação”. Nesse item, está inclusa a produção de itens como calendários, brinquedos infantis, máscaras e cadernos.

O especialista em educação Remi Castione destaca a importância de ações de conscientização, mas ressalta que é necessário observar o alcance das medida. “O Detran, por uma determinação legal, é obrigado a fazer campanhas. O aspecto lúdico empregado nessa abordagem contribui, sem dúvida, para conscientizar a população. Em relação ao tamanho do gasto, é de se considerar se há uma repercussão positiva”, ressalta.

Motocas
Com tanto dinheiro sobrando, claro, deu até para comprar 14 motos de luxo, marca BMW, capaz de “subir até em escada”, ao custo total de R$ 648 mil — ou 1/4 do que foi aplicado, em todo ano, com campanhas para educar motoristas, motociclistas, ciclistas, pedestres. A compra, na verdade, ainda depende de decisão do governador Rodrigo Rollemberg, que a cancelou provisoriamente.

Modelo BMW F800 GS: custo unitário de singelos R$ 46.324
Modelo BMW F800 GS: custo unitário de singelos R$ 46.324

Paralelamente, o Detran-DF resolveu dar uma boa incrementada nos preços dos serviços e praticamente ignorou a taxa da inflação em 2015 – de 10,67%, segundo o índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, e elevou os preços dos serviços em até 275% este ano.

Mas, vamos às taxas. Para cadastrar um veículo 0km junto ao sistema do Detran, o consumidor tem que desembolsar R$ 193. Até 31 de dezembro do ano passado, pagava R$ 123 – o reajuste foi, portanto, de 56,91%.

Os 275% citados no início do texto referem-se ao lacre colocado na placa: custava R$ 8 e agora passou a ser R$ 30 – aumento de 275%.

A simples selagem para colocação de lacre na placa subiu de R$ 12 para R$ 33 — aumento de 175%.

A placa, em si, custava R$ 70. Agora, o consumidor tem que desembolsar R$ 146 pelo par — numa elevação caprichada de 108,47%.

São 132 serviços que o Detran cobra diretamente (ainda há trabalhos terceirizados e caros, como instalação de placas e exames médicos e psicológicos).

Vistoria
Uma simples vistoria custa R$ 94. Cancelá-la implica numa despesa de R$ 33. Uma singela impressão do certificado do carro (o CRV) custa R$ 5. Para ter a segunda via deste mesmo documento, o condutor tem que enfiar a mão no bolso e tirar R$ 125.

Uma autorização para se alterar, no gravame, dados de um financiado custa R$ 125. E por aí vai. Além do mais, o Governo do Distrito Federal (GDF) deve arrecadar este ano, por meio da Secretaria da Fazenda, mais R$ 940 milhões apenas com o IPVA (a frota estimada é de 1,6 milhão de veículos).

O tributo teve a alíquota reajustada de 3% para 3,5%, para carros. Para motos, de 2% para 2,5%.

O reajuste pode parecer insignificante, mas não é. Em 2015, o GDF arrecadou quase R$ 800 milhões. Clique e consulte o valor do IPVA do seu veículo.

Colaborou Letícia Carvalho

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