Veterinária responde seis dúvidas sobre a FIV e FeLV em gatos
Conhecidas como HIV e leucemia felina, as doenças acometem apenas os bichanos e não têm cura, mas existem tratamentos e métodos de prevenção
atualizado
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A maioria dos tutores de felinos já ouviram falar sobre a FIV e FeLV, doenças que acometem muitos gatos por todo o mundo. Entretanto, existem alguns mitos que são bastante disseminados sobre a doença, preocupando donos e prejudicando a vida dos bichanos.
Em um bate-papo com o Metrópoles as médicas veterinárias Camila Maximiano e Natasha Nougue, especialistas em felinos, esclarecem alguns mitos e verdades sobre as doenças, como, por exemplo: a FIV e FeLV podem ser passadas para os humanos?
1 – Afinal, o que é a FIV e a FeLV?
A FIV e FeLV são doenças virais que acometem apenas os felinos, incluindo os gatos domésticos, pois muitos tutores acreditam que o vírus pode aparecer apenas em animais que vivem na rua. Ambas não têm cura, mas existe tratamento que proporciona uma vida melhor ao bichano.
“FIV, conhecido como o HIV felino, é o vírus da imunodeficiência felina, tornando o gato mais suscetível a infecções secundárias. Já a FeLV é o vírus da leucemia felina, que compromete o sistema imunológico dos animais”, explica Camila.
2 – As doenças podem ser transmitidas para os humanos?
Mito. A FIV e FeLV são doenças que atingem apenas os felinos e os tutores não têm nenhuma chance de serem infectados pelo vírus. E os gatos que têm acesso a rua são os mais suscetíveis ao vírus, logo, é muito importante que o tutor impeça que o gato faça “passeios” por aí.
“Costumamos dizer que FIV é doença de gato que briga e FeLV é a do gato amigo. Pois a forma mais comum de contrair FIV é por meio de brigas ou do coito com mordidas, devido a saliva infectada com o vírus. Já a FeLV, é transmitida também pela saliva, secreções nasais, urina e fezes. E geralmente esse contágio acontece com gatos que vivem próximos e dividem o mesmo comedouro, por exemplo”, alerta Natasha.
3 – Quais são os sintomas que o animal apresenta após contrair a doença?
Após ser infectado pelo vírus o gato pode apresentar um estado de muito cansaço, perda de peso, febre, anemia, uveíte e linfadenopatia, um estado onde as glândulas do sistema imunológico incham. “A imunidade do animal fica bastante comprometida, por isso, o organismo dele fica mais exposto a doenças secundárias e o tutor deve levá-lo com urgência ao veterinário para buscar tratamentos de suporte, como vacinas e vermifugação. O cuidado com a saúde deve ser redobrado e consultas devem ser incluídas na rotina do animal”, lembram às especialistas.
4 – A expectativa de vida do animal pode diminuir?
“No caso da FeLV a expectativa de vida do animal é em média de dois anos após o diagnóstico da doença. Já os gatos com FIV podem ter uma expectativa de vida maior se o tutor zelar pela saúde dele”, orienta Camila. Por isso, o tutor deve manter um ambiente sem estresse e seguro, sem que ele tenha chances de fugir para a rua. Incluir exames de check-up na rotina é essencial, pois assim o tutor consegue acompanhar a progressão da doença.
5 – Existem métodos de prevenção?
De acordo com as especialistas o método de prevenção mais efetivo e seguro é a castração e a proteção da casa, para que o animal não entre em contato com gatos infectados. Além disso, existe a vacina quíntupla, mas ela protege o animal apenas contra a FeLV. No Brasil não existe vacina contra a FIV.