Veterinária responde cinco dúvidas sobre o coronavírus em pets
De acordo com a especialista, existem coronaviroses que afetam cães e gatos, mas não se tratam do Covid-19
atualizado
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Após o primeiro registro de um cachorro com um nível fraco de infecção causada pelo novo coronavírus em Hong Kong, além do segundo gato ter testado positivo para o vírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) segue monitorando e realizando pesquisas sobre a relação dos pets com a Covid-19. Entretanto, até o momento, não há evidências de que os animais possam ficar doentes ou transmitir o vírus aos humanos.
A principal recomendação da OMS é que as pessoas infectadas evitem o contato com os pets. Além disso, os cuidados com a higiene dos animais também deve estar na lista de prioridades do tutor.
Em conversa com o Metrópoles, a médica veterinária, Joana Macedo, esclarece sete dúvidas sobre o coronavírus nos pets. Confira:
1. Os animais podem transmitir ou contrair o novo coronavírus?
“Existem coronaviroses que afetam os cães e gatos, mas não se tratam do Covid-19. A família do coronavírus é imensa e se subdivide em quatro gêneros diferentes. Cada um deles possui uma afinidade, estrutura e função diferente. Uns atingem os cães, outros os gatos e o novo coronavírus tem uma função de atingir apenas o trato respiratório dos humanos”, explica.
2. Como funciona as coronaviroses que afetam cães e gatos?
“Nos cães, o coronavírus afeta o trato gastrointestinal do animal, ou seja, o cachorro vai apresentar um quadro de diarreia, anorexia e febre. Já nos gatos acontece a peritonite infecciosa, causando problemas na cavidade abdominal, uma doença bastante grave. Mas é importante ressaltar que as coronaviroses dos pets já eram conhecidas, tanto que existe a vacina para os cães. É o patógeno que impacta os seres humanos que ainda está sendo estudado”, diferencia.
3. A vacina do coronavírus para cães pode ser usada em humanos?
“O uso da vacina múltipla de cães para proteger das coronaviroses é totalmente ineficaz para os humanos. Ela é uma vacina que foi desenvolvida e pode proteger apenas os cães, logo, ela inclui diversos microorganismos que podem ser perigosos para as pessoas. Tomar a vacina múltipla canina para tentar se proteger da Covid-19 é perigoso e pode colocar a saúde e a vida da pessoa em risco”, afirma.
4. Os animais podem transportar o vírus?
“O que pode ser levado como hipótese é que os animais possam ser fômites, ou seja, possam transportar o vírus nas patas, pelos ou saliva, caso eles entrem em contato com a tosse, espirro ou saliva de alguém doente. Caso haja alguém infectado com o vírus na casa, o animal deve ficar longe. Mas isso não significa que a pessoa deve deixar o animal isolado em um quarto, o tutor deve apenas evitar que o animal entre em contato com o doente”, orienta.
5. Quais são os principais cuidados que o tutor deve ter com a higiene do pet?
“É necessário que os tutores diminuam a frequência dos passeios nas ruas e evite horários de pico. Além disso, a cada passeio, o tutor deve lavar as patas dos pets com água e sabão antes de entrar em casa. O tutor também deve lavar as mãos antes e depois que entrar em contato com o pet, para a segurança dos dois. Caso alguém queira se aproximar do animal durante o passeio ou tente fazer carinho nele, peça para que a pessoa não faça isso e explique a situação. Manter todo o ambiente do bichinho limpo é necessário, logo, o dono do pet deve lavar os potes de água e comida. Evitar lambidas também é importante durante esse período”, indica.