Veterinária detalha cuidados com o cavalo resgatado no RS
Nesta quinta-feira (9/5), o resgate de um cavalo ilhado em um telhado, no Rio Grande do Sul, mobilizou uma grande operação
atualizado
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Desde 29 de abril, quando fortes chuvas atingiram o estado do Rio Grande do Sul, inúmeras e incalculáveis são as perdas. Ao todo, mais de 420 municípios estão sendo prejudicados, e, entre os desalojados, estão os animais de estimação.
Nesta quinta-feira (9/5), o resgate de um cavalo ilhado no telhado de uma casa, em Canoas, mobilizou uma grande operação, que começou na noite anterior. A força-tarefa envolveu dois botes, bombeiros e veterinários.
Ao Metrópoles, a médica-veterinária Mariana Damazio Rajão Costa, doutora em saúde animal, pontua que, no pós-resgate, o cuidado com a nutrição e a hidratação do cavalo é fundamental.
“A primeira coisa é cuidar da hidratação, porque provavelmente ele está desidratado. Estabelecida a hidratação, é essencial fazer glicose no soro mesmo. Também é importante ver se ele está com alguma ferida, algo que precisa ser tratado, porque ele pode ter se machucado ao subir no telhado”, explica.
Em seguida, Mariana esclarece que a retomada da alimentação do animal deve ser feita moderadamente. Primeiro, deve ser ministrada uma comida mais pastosa para, em seguida, fornecer o capim. “Esse suporte nutricional é fundamental para ele voltar a ter forças para comer normalmente”, acrescenta.
O resgate
Ilhado há mais de quatro dias, o animal estava em cima de um telhado. Para socorrê-lo, as equipes tiveram que atuar em “sincronia”. A médica-veterinária detalha que cavalos não aceitam serem amarrados facilmente, ao contrário das vacas, por exemplo. “A não ser que ele esteja extremamente exausto, estressado. Alguns cavalos são bravos, então, a gente não sabe qual vai ser o perfil deles, por isso, o sedaram”, comenta.
“Caramelo”, como foi batizado pelos internautas, estava sem alimentação e água, e exposto às mudanças do clima, condições que desgastaram excessivamente a saúde do equino.
Também foi fundamental eles colocarem uma proteção para não machucar o animal e amarrarem as patas para que ele não se debatesse durante o transporte, o que poderia machucá-lo ou machucar os outros ao redor. “É um animal muito forte, dependendo, pode até quebrar o bote e causar um acidente”, explica Mariana.
Mas, afinal, cavalos sabem nadar?
A resposta para essa pergunta, de forma geral, é sim. Os cavalos podem locomover-se em áreas alagadas e isso pode ser considerado uma forma de nado.
Contudo, Mariana esclarece que a natação é um exercício de intensidade grande para equinos, por conta do peso e da pressão que a água faz no pulmão deles: “É uma pressão muito grande, então, eles não conseguem nadar por muito tempo. Eles atravessam rios e até nadam alguns metros, mas ficar horas eles não conseguiriam, não têm preparo físico para isso”, afirma.