Saiba por que os gatos não se machucam quando pulam de lugares altos
Os gatos têm habilidades especiais que os auxiliam a realizar saltos estratégicos; entenda mais sobre essa habilidade dos felinos
atualizado
Compartilhar notícia
Além de serem animais semi-domesticados, os gatos também são semi-arborícolas. O nome é dado para espécies que apreciam subir e passar a maior parte do tempo em lugares altos. Logo, não é incomum encontrar os bichanos explorando alturas perigosas e pulando delas sem sofrer dano algum.
E como isso é possível? De acordo com a veterinária Roberta Amaral, os felinos são capazes de saltar de alturas equivalentes até seis vezes o comprimento do próprio corpo.
Isso ocorre por que os felinos têm uma série de habilidades específicas que ajudam a regular o modo que esses pets irão chegar ao chão. Amaral explica que uma delas está atrelada ao sistema vestibular, um conjunto de órgãos no ouvido que ajuda a manter o equilíbrio e a postura.
Segundo a veterinária Renata Ramos, os receptores nos ouvidos dos bichanos captam o desequilíbrio do animal quando a queda é iniciada, mandando mensagens para o sistema nervoso dos felinos. “Esse, por sua vez, comanda os músculos para que o animal faça um movimento rápido e possa voltar à posição normal, recuperando o equilíbrio”, descreve.
Além disso, a coluna vertebral dos gatos é mais flexível que a dos humanos, o que permite a eles maior estabilidade durante o salto, e a reorientação em tempo recorde ainda sob o ar.
O reflexo dos felinos também é relevante para o salto: os bichanos ostentam um reflexo de endireitamento que permite a eles caírem em pé. “Os gatos têm a capacidade de estender a superfície corporal durante a queda, o que diminui o atrito do ar e ajuda a controlar a aterragem”, adiciona Amaral.
Outra característica são as “almofadinhas” presentes nas patinhas dos gatos, que auxilia amortecendo as quedas em superfícies mais duras.
O tempo que eles passam até chegar ao chão também interfere na hora de evitar danos aos bichanos. Amaral cita um estudo em 1982, realizado em Nova York, que chegou a conclusão de que os felinos se machucam mais caindo de alturas pequenas, em vez das mais altas. Isso por que tempo de queda das alturas inferiores a 2 metros pode ser insuficiente para que o animal se prepare antes de chegar ao chão.
Contudo, Ramos faz um alerta: esse sistema não é infalível, pois irá depender da altura, velocidade e até mesmo da habilidade do gato.
“Mesmo caindo em pé podem ocorrer acidentes terríveis nessas quedas, como fratura das patas, lesão da coluna, fratura de mandíbula e de palato e lesões cranianas, entre outras. O ideal é telar o apartamento e não deixar o gato ter acesso a rua”, adverte.