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“Pets exóticos precisam de cuidado redobrado no inverno”, diz especialista

Baixas temperaturas mexem com o metabolismo desses animais, podendo causar desconforto e doenças

atualizado

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1 de 1 Jack-a-cacatua-instagram - Foto: Bruna Murrilha/Arquivo Pessoal

Com a chegada do inverno não são apenas os humanos que precisam se esquentar, os pets também precisam ficar quentinhos. No caso dos animais exóticos, como calopsitas, jabutis, coelhos e serpentes, entre outros, os cuidados com o manejo devem ser redobrados. Afinal, as baixas temperaturas também mexem com o metabolismo dessas espécies, podendo causar desconforto e doenças.

O médico veterinário, Isaac Albuquerque, conta que é importante definir o que é frio para animais silvestres e exóticos: “Cada animal tem uma temperatura ideal para ativar o metabolismo. Para uma jiboia, por exemplo, fica entre 23ºC e 30ºC; abaixo disso, já é frio para a espécie, por isso o cuidado”.

De acordo com o especialista répteis e peixes sofrem mais nesta época do ano, pois são animais exotérmicos, ou seja, necessitam de fontes externas para manter a temperatura corporal num nível de conforto. Por isso, para manter o metabolismo regulado, quem cria animais como cágados, tigres d’água e serpentes, deve manter equipamentos como termostatos e lâmpadas de aquecimento em aquários e terrários.

Os pássaros também são sensíveis às baixas do termômetro, pois possuem temperatura corporal normal de 42 graus. A médica-veterinária Karolina Vitorino, especialista em animais silvestres, esclarece: quem tem calopsitas, cacatuas e papagaios, por exemplo, e vive onde o termômetro marca abaixo dos 18 graus, vale investir em aquecedor portátil, cobertores nas gaiolas e manter os animais em ambientes mais aquecidos, longe de janelas abertas, varandas e quintais.

“É recomendado um termômetro de parede, para controlar a temperatura ambiente, colocar as aves para dormir mais cedo e acordá-las mais tarde, isto é, deixar a gaiola coberta por um período maior”, indica. Karolina sugere, ainda, que a gaiola fique parcialmente coberta também durante o dia e nada de banheira de água ou água borrifada nos animais, atitudes necessárias e saudáveis em períodos quentes.

Por outro lado, roedores, como chinchilas e hamsters, ficam a mil por hora no frio, bem mais ativos e brincalhões. Karolina explica que é no calor que sentem desconforto, quando são comuns casos de morte por hipertermia. Como têm metabolismo acelerado, sentem-se bem na temperatura amena. “Mesmo assim, se fizer muito frio, podem se sentir incomodados”, pontua.

Doenças e cuidados

Albuquerque relata que as principais doenças observadas nos animais silvestres e exóticos, em decorrência da baixa temperatura, são pneumonia, bronquite, congestão e sinusite. Já Karolina lembra que, nas aves, o período do inverno coincide com a muda de penas, o que demanda esforço extra do organismo e pode gerar imunodepressão. “A soma de fatores abre portas para o desenvolvimento de infecções oportunistas, caso alimentação e manejo não estejam adequados”, alerta a médica-veterinária.

Alguns sintomas indicam o desconforto com o frio. Por isso, os tutores devem ficar alertas para identificar: redução ou perda do apetite e baixa digestão. No caso das aves, podem ocorrer penas eriçadas, patinhas e bico roxos e tremores. Outras espécies buscam se entocar para se aquecer. Coelhos e porquinhos da índia, que circulam mais no chão das casas, podem também desenvolver doenças respiratórias. “Colocar feno na toca e forrar o chão com tecido soft é uma forma de protegê-los”, aponta Karolina.

Outros cuidados incluem, ainda, oferecer alimentos e água em temperatura ambiente. Caso frutas, legumes e verduras estejam guardados na geladeira, o indicado é retirá-los um pouco antes. Se houver necessidade, o médico-veterinário pode indicar o consumo de suplementos.

Karolina assinala que, instintivamente, por autopreservação, animais silvestres e selvagens devem, no mínimo, ir uma vez ao ano para uma consulta de rotina com médico veterinário especializado, para check-up e orientação ao tutor quanto ao manejo e comportamento da espécie escolhida. E, em caso de dúvidas ou sintomas suspeitos, é preciso levar o animal à clínica de confiança.

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