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ONGs processam clube de Brasília por maus-tratos a animais

Polêmica envolve 48 gatos que vivem no local. Iate Clube nega que os animais não estejam recebendo alimentação

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Gatos na grama pets
1 de 1 Gatos na grama pets - Foto: Reprodução/Unsplash

Ao menos quatro organizações protetoras dos direitos dos animais do Distrito Federal estão movendo um processo contra o Iate Clube de Brasília. Na ação, a Associação Protetora dos Animais do DF (Proanima), o Projeto Adoção São Francisco, a Associação dos Protetores e Cuidadores de Animais do DF (Apran) e a Associação Clube do Gato acusam a instituição de maus-tratos e pede para que seja liberada novamente a entrada dos associados responsáveis por cuidar dos 48 gatos que vivem nas dependências do centro de lazer.

A advogada responsável pelo caso, Ana Paula Vasconcelos, falou ao Metrópoles que os animais vivem na área há muitos anos e não podem ser adotados ou domesticados, pois são gatos que precisam viver no meio ambiente. Ela informou ainda que, antes do início do decreto, reuniões foram feitas com a participação de responsáveis pelo clube para tratar a situação, mas nenhum acordo foi feito.

“Com esse decreto, eles viram a oportunidade de se livrarem dos gatos. Nossa ideia não é violar as determinações do Governo do Distrito Federal (GDF), apenas queremos cuidar dos animais. Pedimos ajuda a pessoas que continuam trabalhando no clube, mas a diretoria proibiu que eles levassem ração para os felinos”, acusa a advogada.

A polêmica envolve também uma associada do Iate Clube Brasília que presta cuidados aos animais e está sendo impedida de transitar no local desde o início da vigência do decreto do GDF, que fechou clubes e academias para evitar a propagação da Covid-19.

“Eu iniciei esses cuidados com a ajuda do meu marido e mesmo após a morte dele, sigo dando apoio aos bichinhos. Os gastos com toda a alimentação e medicamentos são por minha conta. Eu não peço nada ao clube”, aponta ela, que pediu para não ser identificada. “98% dos gatos que vivem no local são castrados e vacinados. Acredito que sem os cuidados todos os animais podem morrer dentro do período de 15 dias”, completa.

Representante da Associação do Clube do Gato, Cecília Prado aponta que os animais que vivem na área não são passíveis de domesticação e adoção, pois são ariscos. De acordo com ela, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que esses bichos sejam castrados e realocados no ambiente em que vivem para ser feito um controle populacional.

“Retirar todos os animais do Iate Clube não resolveria a questão, pois outros gatos não castrados iriam ocupar o local novamente e o número de animais subiria consideravelmente. O Iate Clube não percebe que ter uma população controlada e saudável não prejudica ou atrapalha ninguém, diferente de outros locais da cidade”, afirma.

Outro lado

Em nota, o Iate Clube de Brasília informou que está permitindo apenas o acesso de atividades vitais e prioritárias. De acordo com o clube, os gatos que vivem no local não estão em sofrimento e estão sendo alimentados com ração adequada, fornecida pelo clube. A instituição comunicou ainda que está prestando todos os esclarecimentos à Justiça.

“É muito importante que se ressalte que a maior prova da conduta humanitária do Iate é o fato de existirem gatos nas instalações mesmo que o Estatuto do Iate não permita a criação de animais pelo risco de transmissão de doenças e prejuízos ao patrimônio”, esclarece a nota.

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