A informação de que ter animais de estimação em casa traz inúmeros benefícios para os tutores é um senso comum – comprovado, inclusive pela ciência.

Mas, você sabia que alguns animais propiciam um apoio assistencial terapêutico valioso durante o tratamento de transtornos psicológicos?

Segundo a psicóloga clínica Gabriela Borba, ter os chamados animais de assistência emocional (AAE) pode melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas que enfrentam determinadas doenças.

O que são animais de assistência emocional?

Os AAE são animais domésticos que podem proporcionar apoio emocional a pessoas que sofrem por condições de saúde mental. “Seu papel é oferecer companhia e conforto aos seus tutores, ajudando a reduzir sintomas”, informa o psicanalista Artur Costa.

Isso porque a interação com os pets pode diminuir os níveis de cortisol (hormônio do estresse) e aumentar a produção de oxitocina, promovendo uma sensação de bem-estar.

“Eles oferecem companhia e apoio em que, a médio prazo, traz alívio da solidão, especialmente para pessoas que vivem sozinhas”, descreve Gabriela. Cuidar de um AAE pode ajudar a estabelecer uma rotina, proporcionando estrutura e propósito diário.

Quando e por que são indicados?

Dentre os transtornos, esses são alguns dos casos nos quais os animais de assistência emocional são recorrentemente solicitados nos consultórios:

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

Segundo o psicanalista Artur Costa, nesses casos, o animal de assistência emocional ajuda a acalmar as preocupações enfrentadas por esses indivíduos e proporciona a eles um senso de segurança.

Depressão

Artur explica ainda que os pacientes que enfrentam depressão podem encontrar conforto e alívio na presença de um pet, que oferece companhia constante e pode ajudar na melhora do humor.

Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT)

Nesses casos, os pets de assistência emocional reduzem os sintomas de estresse e ansiedade. “Indivíduos que passaram por traumas graves podem encontrar alívio na presença do AAE”, detalha o psicanalista.

Transtorno Bipolar

Pessoas com esse transtorno enfrentam oscilações de humor. “Um animal de assistência emocional pode proporcionar estabilidade emocional e suporte nos períodos de oscilação”, esclarece Artur.

Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)

Os indivíduos com TOC sofrem com pensamentos obsessivos e compulsões, e, segundo o psicanalista, os AAE podem proporcionar uma sensação de foco e calma.

Transtorno do Pânico

Durante as crises, os animais podem trazer uma sensação de conforto e segurança, beneficiando seus tutores.

Autismo

Os pets podem ajudar os neurodivergentes à reduzirem a ansiedade social.

Transtorno de Ansiedade Social

Por fim, o psicanalista afirma que aqueles que enfrentam dificuldades em situações sociais podem ter o animal como uma fonte de apoio, facilitando interações sociais.

As formas que os animais domésticos de assistência podem auxiliar seus tutores são variadas. E, de acordo com o psicanalista, a longo prazo esses benefícios podem contribuir significativamente para a qualidade de vida e o bem-estar geral do paciente, complementando outros tratamentos médicos e terapêuticos.