Mais dois filhotes de ararinha-azul nascem na Caatinga baiana
Em abril, os primeiros filhotes de ararinha-azul nasceram no sertão baiano. Espécie é considerada extinta na natureza desde 2000
atualizado
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Mais dois filhotes de ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) nasceram na Caatinga baiana, de acordo com a ONG alemã Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados (ACTP, na sigla em inglês). Os novos espécimes chegam pouco mais de dois meses após o nascimento do primeiro filhote no sertão da Bahia, 30 anos depois do último registro de um espécime na região.
Dedicada à proteção e conservação de psitacídeos ameaçados e seus habitats, a ONG afirmou por meio das redes sociais, na sexta-feira (25/6), que as novas “garotinhas fofas” nasceram saudáveis.
Ambas estão sendo cuidadas por especialistas do Centro de Reprodução e Reintrodução das Ararinhas-Azuis, em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio), órgão vinculado ao ministério do Meio Ambiente, responsável pelo Plano de Ação Nacional a Conservação da Ararinha-azul.
Tráfico ilegal
Espécie endêmica do Brasil, a ararinha foi vítima do tráfico ilegal de aves e da cobiça de grandes colecionadores europeus. É considerada extinta na natureza desde 2000 e teve sua sobrevivência atrelada apenas a cativeiros no Brasil e no mundo ao longo das últimas décadas.
O primeiro passo para a reintrodução das ararinhas na natureza foi possível graças ao trabalho da Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados (ACTP, na sigla em inglês).
No começo de 2020, a ONG alemã enviou ao Brasil um grupo de 52 ararinhas-azuis. Pouco mais de um ano depois, um casal colocou quatro ovos, apenas dois férteis.
O primeiro filhote nasceu em 11 de abril, mas morreu no dia seguinte por conta da inexperiência dos pais. Dois dias depois, um novo filhote veio ao mundo: também abandonado pelos pais de primeira viagem, este foi acolhido pelos pesquisadores, que cuidam para que sobreviva e seja solto nas matas assim que possível, para restabelecer definitivamente a ararinha em solo brasileiro.
Espécie ameaçada
De acordo com o ICMBio, a Cyanopsitta spixii foi descoberta no início do século 19 pelo naturalista alemão Johann Baptist von Spix. A espécie é exclusiva da Caatinga brasileira, uma savana desértica de clima semi-árido no Nordeste do Brasil.
Sua população foi dizimada pela ação humana, devido ao tráfico de animais e à perda do habitat para a pecuária e agricultura. O último exemplar conhecido na natureza desapareceu em outubro de 2000.
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