Leucemia felina: saiba os sinais de que o seu gato está com problemas
Segundo a veterinária Tatiana Brasil, a leucemia felina, também conhecida como FeLV, é altamente transmissível entre os gatos. Entenda
atualizado
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Existem problemas de saúde que acometem apenas os seres humanos. Algumas doenças, entretanto, são compartilhadas também pelos animais, a exemplo da leucemia felina. Conhecida como FeLV (feline leukemia vírus), a enfermidade afeta bastante o sistema imunológico dos gatos.
Crônica, a leucemia felina é causada por um retrovírus que se aloja na medula óssea do animal, transformando células normais em partículas cancerígenas malignas. Isso, consequentemente, causa um enfraquecimento do organismo e resulta em infecções por todo o corpo.
De acordo com a médica veterinária Tatiana Brasil, a FeLV não apresenta riscos para humanos ou outros animais, mas é altamente transmissível entre os gatos. “Apesar de possuir semelhanças com a leucemia humana em relação ao nome e ação, são doenças diferentes, já que a leucemia felina é causada por um vírus”.
No Brasil, ela é considerada a doença que mais leva os felinos ao óbito, chegando a acometer cerca de 1 em cada 100 gatos. Por isso, é importante que os tutores saibam identificar os sintomas para garantir o tratamento adequado ao bichinho de estimação.
Principais sintomas
Reconhecer os sinais da doença pode ser crucial para salvar a vida do pet. Embora cerca de 85% dos casos resultem em morte antes dos três anos de idade, a detecção rápida é essencial para proporcionar uma vida mais saudável e plena ao bichinho.
Segundo a veterinária Tatiana, alguns gatos infectados podem não apresentar sintomas durante várias semanas. Porém, em geral, os principais sinais perceptíveis da leucemia felina são:
- Febre;
- Letargia;
- Perda de peso;
- Diarreia;
- Vômito;
- Falta de apetite;
- Feridas na boca;
- Aumento de linfonodos.
Para obter um diagnóstico mais preciso, é preciso submeter o felino a uma avaliação clínica conduzida por um médico veterinário. Somente um profissional capacitado pode realizar os exames e testes necessários para identificar corretamente a doença ou condição de saúde do animal.
Diagnóstico e tratamento
Contagiosa, a FeLV por ser transmitida durante o contato com outros gatos infectados, seja pela saliva, fezes, urina ou secreções. Quando há suspeita da doença, o animal precisa passar por uma triagem inicial para detectar o vírus, explica a especialista.
“Geralmente, são realizados testes rápidos com uma pequena quantidade de sangue coletada do gato. Porém, existem outros exames que podem ser necessários para a confirmação da doença, como testes PCR [Proteína C-Reativa] e sorologias”, elucida Tatiana, ao Metrópoles.
Caso o felino seja diagnosticado com leucemia felina, o tratamento será de suporte e irá depender em qual fase ele apresenta no momento. Antibióticos, antivirais e imunoestimulantes são alguns métodos utilizados. “Em casos em que a Felv predispõe a neoplasias, é necessário tratamento quimioterápico”, completa.
Leucemia felina tem cura?
Infelizmente, não há cura para a FeLV. Além disso, não é possível prever quanto tempo o gato vive com a enfermidade, pois cada organismo irá reagir de uma forma diferente.
De acordo com Tatiana, há situações em que o pet permanece sem alterações clínicas. “Não necessariamente um animal positivo para a FeLV está doente. Ou seja, ele pode ser portador do vírus e não apresentar alterações no organismo, podendo conviver anos com o vírus sem sintomatologia”.
Por vez, alguns gatos podem desenvolver diversas outras doenças oportunistas e até neoplasias, também conhecidas como tumores. “Isso diminui a expectativa de vida do pet, podendo levá-lo ao óbito”, acrescenta.
Prevenção
A prevenção da leucemia felina é uma preocupação crescente entre os tutores de gatos. A boa notícia é que existe uma medida muito eficaz que pode ser tomada para reduzir o risco de infecção: a vacinação.
Conhecida como V5, a vacina quíntupla protege o animal contra o vírus da leucemia felina. Além disso, a imunização reduz o caso de outras doenças graves, a exemplo da panleucopenia e rinotraqueíte viral felina.
Os cuidados no manejo também são extremamente importantes, ressalta a veterinária Tatiana. “Não compartilhar comedouros/bebedouros com outros gatos e não permitir que o felino faça passeios sozinho na rua são medidas que ajudam a prevenir a FeLV.”
Caso o animal precise de transfusão sanguínea, os tutores devem se certificar que o doador é saudável e não tenha o vírus em seu organismo. Outro ponto importante é não aproximar o pet de outros gatos antes de saber se eles são negativos para a doença.