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Fofas, mas perigosas: descubra os riscos de interagir com capivaras

Embora pareçam fofas e até amigáveis, as capivaras podem oferecer sérios riscos, como a transmissão de doenças. Entenda

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Fofas, mas perigosas saiba os riscos de interagir com capivaras
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Quem mora no Distrito Federal, principalmente nas áreas próximas ao Lago Paranoá, provavelmente já encontrou algumas capivaras dando voltas por aí. Só no Lago Sul e Lago Norte, de 206 pessoas que responderam uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasília Ambiental, 189 afirmaram ter avistado a espécie na região.

Com a ocupação desenfreada do Cerrado brasiliense, está cada vez mais comum encontrar capivaras em áreas urbanas. A falta de predadores naturais, a exemplo de onças, também contribui para o crescimento de suas populações. O aumento, entretanto, limita-se quando elas não encontram alimento em determinada área.

“O número de encontros das espécies cresceu com a destruição das matas de galeria e áreas úmidas, principalmente com a ocupação desenfreada em Vicente Pires. É importante lembrar que elas são da fauna brasileira e estavam aqui antes de Brasília ser construída”, explica o biólogo e professor no Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB), André Mendonça.

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Elas pode contaminar humanos se o carrapato permanecer por quatro horas na pele da pessoa
Capivara
As capivaras são normalmente vistas às margens do lago
Capivara
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As capivaras são comuns em regiões do Lago Paranoá

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Elas pode contaminar humanos se o carrapato permanecer por quatro horas na pele da pessoa

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Secretaria Municipal da. Comunicação Social de Cutitiba/Divulgação
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As capivaras são normalmente vistas às margens do lago

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Capivara

Divulgação/PMDF

Embora possam parecer fofas e até amigáveis, as capivaras podem oferecer sérios riscos. O maior problema é a transmissão de doenças, conhecidas como zoonoses. Raiva e leishmaniose são alguns exemplos das enfermidades que acometem os humanos.

Ao Metrópoles, o médico veterinário Thiago Borba explica os riscos da interação humana com os capivaras e dá dicas de como agir ao encontrar o roedor em áreas públicas ou em casa. De antemão, é importante ressaltar que não se deve acariciar nenhum animal silvestre.

Por que não podemos interagir com capivaras?

Animal herbívoro e semiaquático, as capivaras são os maiores roedores do planeta, podendo atingir mais de 1,3 metro de comprimento e pesar até 90 quilos. De temperamento bastante dócil, elas podem passar a imagem de que são animais domésticos.

O estereótipo, inclusive, é ressaltado por alguns influenciadores que dividem a rotina com o roedor, como o amazonense Agenor Tupinambá. Na última semana, o jovem viralizou nas redes sociais por ser multado pelo Ibama em R$ 17 mil por suspeita de exploração animal.

Além dos motivos alegados pelo órgão ambiental, a interação com capivaras também é desaconselhável. Elas são animais silvestres e não estão acostumadas com a aproximação dos humanos, explica Borba.

“As capivaras são animais selvagens e não devemos interferir na rotina delas. O estresse do grupo de animais causado pela alteração da rotina deles ainda pode ocasionar acidentes graves”, elucida.

Segundo o especialista, um dos maiores problemas são os ataques. Por serem roedores de grande porte, as capivaras possuem dentes, igualmente grandes, que podem machucar uma pessoa ao morder. “Uma vez que o bando pode se defender caso o seu espaço for invadido, interagir com capivaras pode resultar em mordidas”.

Infecções e doenças transmissíveis

As capivaras necessitam de uma vida ao ar livre, em contato com água e área verde. Por isso, a convivência nas áreas úmidas serve como um atalho para a espécie se tornar transmissora de doenças. O roedor, inclusive, é um dos hospedeiros do carrapato-estrela, transmissor da doença Febre Maculosa Brasileira (FMB).

Essa zoonose tem como sintomas iniciais febre, dor de cabeça, dores musculares e desânimo, assim como outras infecções. Embora os efeitos colaterais pareçam passageiros, a doença apresenta alta letalidade se não tratada, informa o médico veterinário.

“Por serem hospedeiros naturais de carrapatos, eles são vetores de bactérias que, quando transmitidas aos seres humanos através de picadas, causam a febre maculosa. No local da picada pode haver erupções, que deixam a pele escura e criam uma crosta na região”, relata Thiago.

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Carrapato-estrela
Para transmitir a doença, o carrapato-estrela precisa ficar ao menos quatro horas fixado no indivíduo
Além da febre maculosa, as capivaras podem transmitir outras doenças
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A capivara é um dos hospedeiros do carrapato-estrela

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Carrapato-estrela

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Para transmitir a doença, o carrapato-estrela precisa ficar ao menos quatro horas fixado no indivíduo

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Além da febre maculosa, as capivaras podem transmitir outras doenças

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Além da migração do carrapato causador da febre maculosa, a espécie também pode transmitir outras doenças, a exemplo de raiva, leishmaniose, leptospirose e tripanossomíase. Portanto, especialistas não recomendam manter contato físico com as capivaras.

O que fazer quando encontrar capivaras na rua?

De acordo com o biólogo André Mendonça, é comum ver as capivaras andando em grupo. “Elas são os maiores roedores viventes. Esta espécie sempre foi comum de ser encontrada próximo a lagos e outros cursos d’água no DF”, ressalta.

A recomendação do médico veterinário Thiago Borba ao encontrar uma capivara na rua é evitar movimentos bruscos e invadir o espaço delas. Além disso, sugere-se contatar os órgãos responsáveis.

Para quem admira os roedores, a dica é manter uma distância segura e, claro, não interagir com elas. Respeitar o local das capivaras é o melhor jeito de apreciá-las e não correr riscos.

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