Fiéis! 6 espécies que escolhem só um parceiro para toda a vida
Biólogos revelam quais são as espécies do reino animal que permanecem com um único parceiro até o fim da vida
atualizado
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Permanecer a vida inteira com um único par é uma ideia atraente para muitas pessoas. Apesar de, hoje em dia, cada vez mais existirem diferentes formas de se relacionar, a monogamia ainda segue sendo o comportamento majoritário entre os seres humanos.
Mas como isso se dá no reino animal? Existem animais que possuem só um parceiro durante toda a vida? Sim, de acordo com biólogos ouvidos pelo Metrópoles, esse comportamento também pode ser identificado entre os bichos, contudo, não de forma romântica. Segundo o biólogo Vladimir Almeida, um dos fatores determinantes é a perpetuação genética.
A seguir, confira 6 espécies consideradas monogâmicas:
1. Pinguim imperador:
Os pinguins reconhecem os parceiros pelo cheiro, que, segundo Almeida, é único de cada indivíduo. Além disso, entre eles, o macho choca os ovos e aguarda sua companheira com a comida, enquanto a fêmea sai para caçar. “Fundamental para a sobrevivência”, afirma o biólogo.
2. Cavalo-marinho:
Nessa espécie, os papéis se invertem, uma vez que os cavalos marinhos são famosos por ter a peculiaridade dos machos “engravidarem”.
De acordo com o biólogo Eduardo Bessa, há uma nova divisão de trabalho entre os sexos. “Enquanto a fêmea cumpre o papel custoso de produzir óvulos energeticamente caros, o macho cumpre o papel de gestar os filhotes. É uma divisão mais equilibrada do que a nossa”, brinca.
Bessa explica que o tempo que a fêmea leva para produzir óvulos é próximo ao tempo que o macho leva para gerar os filhotes. Por isso, se o macho decidir “trocar de fêmea”, ele vai precisar esperar a nova “parceira” produzir os óvulos novamente, e perderá tempo com isso (que ele poupa sendo monogâmico).
3. Besouro Coveiro:
Entre os besouros coveiros, a monogamia é, digamos, “forçada”. De acordo com Bessa, os machos voam à procura de animais mortos, como ratos ou pássaros. Encontrando, eles procuram uma folha de capim para subir e soltam feromônio para atrair a fêmea. Atraída, ela avalia a carcaça, acasala e os dois começam a cavar para enterrar a carcaça onde a fêmea vai colocar os ovos.
Nesse meio tempo, o macho, às vezes, para de ajudar a fêmea e volta para o capim para liberar feromônio e atrair uma segunda parceira, cujas larvas vão competir por alimento com as da primeira parceira. “Frequentemente, então, a parceira original agarra com as patinhas a folha de capim e chacoalha até derrubar o macho de lá de cima, obrigando ele a se contentar com a monogamia e ajudar no enterro da carcaça”, afirma o biólogo.
4. Arara-azul:
Segundo biólogo Vitor Sena, essas araras formam pares monogâmicos e permanecem juntos por toda a vida, colaborando na construção do ninho, na incubação dos ovos e na alimentação dos filhotes desses pássaros.
5. Arganaz-do-campo:
Eduardo Bessa explica que o cuidado com os filhos para esses camundongos é trabalhoso, principalmente, porque os machos chamados de infanticidas são comuns nessa espécie.
“Um macho que conquiste uma parceira já com filhotes dificilmente vai querer ficar esperando ela cuidar da prole do parceiro anterior para daí então poder ter os seus filhotes”, detalha. Por isso, arganaz-do-campo resolveu esse problema ficando ao lado da parceira para evitar que um possível sucessor matasse seus filhotes.
O biólogo afirma que, fisiologicamente, o cheiro da fêmea “fica na memória” do macho, de modo que o odor de outras fêmeas não o estimula mais. Isso tudo devido ao hormônio da ocitocina produzido na primeira vez que eles copulam.
6. Jacundá:
Esses peixes formam casais monogâmicos pois, enquanto os machos são mais eficientes em garantir territórios com ninhos adequados para os ovos e em proteger as fêmeas e filhotes de predadores, as fêmeas são melhores no fornecimento de alimento. “São divisões claras do papel do pai e da mãe. Por isso precisa dos dois elementos para cuidar dos filhotes”, justifica Bessa.