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Deixar a TV de casa ligada pode aumentar ansiedade do seu cachorro

Segundo a geneticista Camilli Chamone, o estímulo visual gerado pela TV pode potencializar a ansiedade do cachorro. Entenda

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Oscar Wong/Getty Images
Cachorro peludo de médio porte deitado sob sofá azul escuro com cara de cansaço - Metrópoles
1 de 1 Cachorro peludo de médio porte deitado sob sofá azul escuro com cara de cansaço - Metrópoles - Foto: Oscar Wong/Getty Images

É normal que alguns pais e mães de pets deixem a TV ligada para que o bichinho não se sinta sozinho em casa. Afinal, o importante é se distrair e entreter o animal. No entanto, segundo a ciência, isso não traz benefício algum ao cão e ainda pode potencializar a sua ansiedade.

O que muitos não sabem é que os cachorros não enxergam as imagens da televisão como os humanos, afirma a geneticista e consultora em bem-estar e comportamento canino Camilli Chamone. Nestes casos, os cães veem várias imagens de forma bem rápida.

“A visão de um humano capta um vídeo na frequência de 60 hertz. Para o cachorro, a frequência teria que ser 80 hertz. Na verdade, o que ele enxerga é um monte de imagens ao mesmo tempo e que não formam um vídeo contínuo”, comenta Camilli, explicando que é como se fossem várias fotos em uma supervelocidade.

Camilli Chamone
Camilli Chamone

Sendo assim, o estímulo visual gerado pela TV é capaz de potencializar a ansiedade do cão, já que gera a liberação de um neurotransmissor e produz hiperestimulação do Sistema Nervoso Central. “Ao ser bombardeado com todas essas imagens, ocorre uma hiperestimulação visual. Isso deixa o peludo ainda mais agitado, com comportamentos hiperativos e dificuldade para relaxar”, exemplifica a geneticista.

Latidos excessivos, “corridas malucas” pela casa e objetos destruídos também podem ser algumas das atitudes ocasionadas aos pets quando estão sozinhos em casa com a televisão ligada.

Por isso, ainda que o cachorro demonstre “interação” com a TV, isso não significa que ele está entretido.

Cachorro branco deitado com óculos

“Do ponto de vista cognitivo, os cães são muito pouco desenvolvidos, quando comparados a nós. Com a tela, é a mesma lógica – ele não entende que há, ali, imagens fictícias, podendo, inclusive, enxergar aquilo como uma situação de risco, dependendo do cenário”, diz a geneticista Camilli.

Estímulos positivos que podem entreter o cão

Para não precisar ligar a TV ao sair, o ideal é estimular o cachorro a farejar. Esse é um comportamento natural que envolve o olfato do animal, seu principal sentido, e ainda contribui na distração do cão.

“O dono pode enriquecer o ambiente ao esconder petiscos pela casa, por exemplo, colocando o olfato do peludo para trabalhar. Ao contrário da estimulação visual excessiva, a estimulação olfativa produz relaxamento do sistema nervoso central. Se você quer um cachorro calmo, estimule o olfato, e não a visão”, recomenda Camilli.

A geneticista ainda completa: “Quando sair sem o cachorro, substitua as telas por uma atividade dentro de casa que dê a ele a oportunidade de farejar. E, sempre que possível, troque a tarde na TV por um passeio no parque, com muita natureza e cheiros diferentes”.

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