Coronavírus: pandemia faz vendas do mercado pet crescerem em 30%
Alimentação e produtos de saúde lideraram o ranking. No entanto, a crise deve afetar o setor como um todo, dizem especialistas
atualizado
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As expectativas do mercado pet para este ano eram altas, o setor pretendia lucrar R$ 20 bilhões em 2020. Entretanto, com a chegada do novo coronavírus as perspectivas e tendências para o setor acabaram mudando. Hoje, o Brasil é o segundo maior player deste segmento do mundo, com 5% do faturamento global. No entanto, nestes primeiros meses da crise sanitária, o setor tem conseguido se manter em alta.
Alimentação e produtos de saúde lideraram o ranking de vendas, e, desde o início da pandemia, o setor como um todo cresceu 30%. De acordo com o gerente de growth da empresa Zee.Dog, Pedro Campos, o aplicativo da empresa teve um crescimento de 40% no número de pedidos, aumentando 52% do volume de receita da empresa.
“Percebemos um crescimento bem expressivo nos últimos meses, e nós já tínhamos uma meta para este ano. Mas esperávamos um crescimento de apenas 20%, no entanto, entre março e abril o volume de vendas subiram em 60%. Então isso é um indicativo que as pessoas aumentaram até mesmo a quantidade de itens na compra”, aponta Pedro.
Com esse crescimento, em menos de um ano, o aplicativo da empresa, o Zee.Now, totalizou 230 mil downloads, sendo 60 mil deles entre os meses de fevereiro e março. Além dos produtos mais adquiridos, como alimentação e higiene, terem tido um crescimento nas vendas, Pedro afirma que até a venda de brinquedos para pets dobrou em comparação a 2019.
“Isso mostra uma tendência e mudança no comportamento dos tutores. Ao ficarem mais tempo com o animal em casa, eles consegue monitorar as necessidades do pet e consequentemente precisam de mais brinquedos para entreter o animal. Além disso, estão cuidando mais dos animais em casa, por isso a compra de mais produtos de higiene”, afirma Pedro.
Impactos do coronavírus
No entanto, mesmo com o crescimento, as vendas atuais ainda estão bem longe de toda a expectativa esperada para 2020. De acordo com gerente da Pet South America, Guilherme Martinez, a chegada do coronavírus impacta diretamente o poder de compra do tutor, com isso, o mercado pet terá um crescimento mais tímido ao longo deste ano.
“O consumo vai continuar existindo e os tutores vão precisar continuar comprando insumos. Mas não podemos esquecer que muitos donos de pets estão sendo impactados pela pandemia, logo, hábitos serão mudados. O tutor pode deixar de comprar uma ração super premium e optar por algo mais em conta e essa perda de poder aquisitivo acaba retardando o setor”, esclarece Guilherme.
Para Guilherme, o ponto mais positivo da quarentena foi o aumento no número de aplicativos de venda de produtos pet. De acordo com o gerente, esse segmento estava apresentando um desenvolvimento lento antes da pandemia. E para ele, a razão do setor pet estar sempre em crescimento é que as pessoas estão cada vez mais tratando os animais como parte da família.
“Com o isolamento social os aplicativos se tornaram uma necessidade real para os tutores, então essa provavelmente é a nova tendência em todo o setor. Muitas empresas do segmento pet estão inclusive trabalhando para se tornarem e-commerces. E a tendência para 2021 são a humanização dos pets, eles são tidos como filhos, então o que é tendência para os tutores também vai ser para eles, como alimentação saudável e produtos sustentáveis”, conta.