Cães são capazes de “julgar” a competência dos humanos; entenda
Um estudo realizado no Japão mostrou que os pets estão mais propensos a se aproximar de seres humanos que pareçam eficientes e ágeis
atualizado
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Alguma vez você já teve a impressão de que o seu pet estaria te julgando? Mesmo que os cães não façam uma “avaliação” complexa das ações dos tutores, essa percepção de que eles estão “analisando” a competência humana não está errada. Estudos comprovaram que os cachorros são capazes de prestar atenção a diferentes aspectos das ações dos tutores, e, de certa forma, “julgá-las”.
As cadelas, em comparação com os machos, se destacam em entender quando o seu humano não está sendo ágil ou esperto o suficiente. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Kyoto, no Japão, realizou um estudo com 74 cães diferentes. Os pets foram colocados em situações nas quais eles estariam na posição de observar um ser humano abrindo um pote vazio e um pote com guloseimas.
Os testes foram realizados com ambos os potes. Enquanto na primeira simulação, o tutor abria com facilidade um pote, na segunda, o tutor falhava em abrir o recipiente. Nos testes em que o pote continha guloseimas, os cães demonstraram maior interesse em estar próximo da pessoa que conseguia abrir o pote, comparado àquela que não obtinha sucesso.
As fêmeas, em particular, se demonstraram ainda mais propensas a se aproximar da pessoa considerada “competente”. De acordo com o médico veterinário Thiago Borba, isso ocorre porque os cães possuem a necessidade de participar de uma “matilha”, e os tutores são vistos como parte dela.
Por isso, os pets avaliam a habilidade dos humanos que moram na casa, estabelecendo uma espécie de “hierarquia” com base no que vivenciam e observam. “Tutores autoritários e destemidos são julgados como ‘alpha’, e a tendência é que os pets aceitem os comandos deles com prontidão”, descreve Borba.
A diferença entre os gêneros demonstrada no estudo pode estar associada ao fato de que as cadelas procuram estar próximas daqueles que, além de demonstrar liderança, também possam ofertar “garantias de vida” — ou seja, na situação do pote, alguém que possa oferecer alimento.