É indiscutível que os cachorros ficam uma graça com sapatos. Vestir os pets, seja com roupas, ou com calçados adaptados é um impulso que muitos tutores acabam cedendo.

Até mesmo para evitar que sujem a casa com as patas sujas da rua. Contudo, fazer desse “pequeno capricho” um hábito recorrente não é recomendado pelos veterinários.

Segundo o médico veterinário Lucas Edel, professor do CEUB, a utilização de calçados ou botinhas é recomendada apenas em casos nos quais o animal está lesionado, para diminuir o risco de infecção, por um curto espaço de tempo – e com indicação de profissionais.

Isso porque, como explica Edel, os animais transpiram pelas patas. “Os coxins, onde ele apoia a pata no chão, contém glândulas sudoríficas. Teoricamente, se você mantém os animais com sapatinhos, isso gera umidade, que gera a proliferação de fungos e bactérias”, alerta. Desse modo, esses organismos acabam causando doenças dermatológicas nos cães.

Os problemas dermatológicos gerados vão desde micoses, provocadas por fungos, até dermatites, uma infecção causada por bactérias.

Além disso, como detalha a médica veterinária Ana Carolina Mattos, o uso de sapatos em pets pode acarretar em outros problemas, como os mecânicos, por alterar a dinâmica do movimento. “A forma de pisar deixa de ser natural, eles são forçados a andar ‘torto’. Isso força articulações que não deveriam ser forçadas”, adverte Mattos.

A sugestão da veterinária para aqueles tutores que desejam evitar a sujeira das patas seria a limpeza regular, não somente das patinhas como dos focinhos.

Dentro das recomendações para fins terapêuticos, mesmo que seja recomendado sapatos, são aqueles feitos com silicone. “Menos abrasivo. Causa menos atrito e desgaste”, detalha Edel.