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Animais resgatados de maus-tratos são usados como “terapeutas” por ONG

No interior de São Paulo, uma ONG atende crianças e jovens em situação de vulnerabilidade e oferece a eles a terapia assistida com animais

atualizado

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Imagem colorida de criança com vestido amarelo interagindo com boi
1 de 1 Imagem colorida de criança com vestido amarelo interagindo com boi - Foto: Divulgação

Se nos Estados Unidos, as ginastas contam com cães de suporte emocional como Beacon, no Brasil, crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social podem contar com os “animais terapeutas” da Natureza Conecta.

Situada em uma fazenda em Itu, interior de São Paulo, a organização não-governamental tem como objetivo oferecer um cuidado multidisciplinar terapêutico para jovens de abrigos de acolhimento, ou das unidades da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA) — e para isto, mais de 30 animais estão envolvidos, entre eles cavalos, porcos, vacas, codornas e cães. Todos são co-terapeutas.

No espaço, os animais resgatados de maus-tratos, em sua maioria, são colocados em contato com as crianças e jovens, criando vínculos com eles, o que ajuda nos tratamentos psicológicos de saúde. De acordo com a veterinária Daniela Gurgel, fundadora da ONG, o propósito da organização é combater a exclusão social de jovens em vulnerabilidade a partir da terapia assistida por animais.

“Essas crianças crescem sem estrutura emocional e, apesar da pouca idade, já vivenciaram situações traumáticas até mesmo para um adulto. E, normalmente, todo esse mal foi ocasionado por seres humanos”, detalha em entrevista ao Metrópoles.

Por que uma terapia assistida com animais?

Gurgel explica que, quando esses jovens chegam à Natureza Conecta, eles possuem muitas barreiras e defesas emocionais, e a intervenção de um psicólogo, somente, não é o bastante para tratar os traumas sofridos e fazê-los voltar a sonhar. “Com o amor incondicional dos animais, nós conseguimos mostrar outras perspectivas positivas para esses jovens”, afirma.

Os números mostram que o tratamento “alternativo” tem funcionado e dado bons frutos. Segundo dados da organização, cerca de 80% dos participantes apresentam melhora na construção de vínculos e em suas habilidades sociais. E mais da metade deles, ou seja, 65%, também foram capazes de reduzir os danos em uso de drogas ou envolvimento em situações de risco.

Formato das sessões

Os encontros ocorrem de forma semanal com os jovens atendidos e têm duração média de duas horas. De acordo com a fundadora, a ONG também transporta alguns bichos para o complexo da Fundação Casa Sorocaba — que engloba cidades como Campinas, Jundiaí e Itu — uma vez que os internos que fazem a terapia assistida estão privados de liberdade.

“Durante as sessões além do contato com os bichos e de alimentá-los, também propiciamos atividades pedagógicas com o objetivo de transformar a crise em uma chance de transformação”, detalha Gurgel.

A equipe da organização é multidisciplinar e composta por Gurgel, como a veterinária do time, uma psicóloga e uma pedagoga. Os grupos variam entre 10 a 14 pessoas, de modo que todos possam receber a atenção adequada, nos períodos matutino e vespertino.

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