Web 3.0: qual será o futuro da descentralização e dos ativos digitais?
A terceira geração da internet prioriza os usuários, capacitando-os com o controle sobre seus dados e ativos digitais
atualizado
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A Web 3.0 é uma tecnologia ou conceito de uma internet que capacita indivíduos e comunidades com o objetivo de fomentar as organizações descentralizadas. Sua base, tanto de design quanto de armazenamento e acesso, é construída sobre a ideia de uma infraestrutura descentralizada, estando fortemente ancorada na tecnologia Blockchain e IPFS (Sistema de Arquivos Interplanetários, na sigla em inglês), a espinha dorsal da terceira geração da web.
Diferentemente da Web 2.0, que além de coletar os dados dos usuários tem o poder de censurar informações que acreditem estar contradizendo as diretrizes da comunidade, a terceira geração da internet prioriza os usuários, capacitando-os com o controle sobre seus dados e ativos digitais.
Por meio da Web 2.0, as grandes empresas de tecnologia transformaram a internet em uma forte ditadura, controlando a infraestrutura, os apps e os servidores. Também decidem quem pode participar, quando e como. Digamos que as companhias “deixem” você participar e, em troca, pedem concessão gratuitamente dos seus dados para que sejam vendidos a quem pagar mais, fazendo com que essas empresas alcancem níveis absurdos de riqueza.
De forma resumida, a Web 2.0 apresenta dois problemas cruciais: a total falta de privacidade dos dados dos usuários e a centralização excessiva.
A nova internet, portanto, foi projetada para ser mais descentralizada, em vez de ser controlada por corporações ou outras entidades centralizadas. A Web 3.0 permite que os usuários controlem sua identidade on-line e dados pessoais, tornando a internet mais segura e focada na privacidade.
Além disso, os usuários estão no comando e podem tomar decisões que impactem suas vidas digitais, ao invés de terem suas experiências moldadas por entidades externas. Essa abordagem de primeiro usuário diferencia a Web 3.0 e a posiciona como um ator-chave no futuro da internet.
Web 3.0
Até 2026, espera-se que 25% dos indivíduos passem o mínimo de uma hora por dia no metaverso, com base em um relatório de pesquisa do Gartner Group.
Além disso, eles antecipam que cerca de 30% das empresas lançarão bens e serviços dentro dessas plataformas. A implementação gradual dessas tecnologias disruptivas aumentará a demanda por especialistas e profissionais no setor à medida que mais empresas começarem a se inclinar para a adoção de tecnologias da Web 3.0. Isso acontecerá em vários processos de negócios, desde publicidade e marketing até experiência do usuário.
Descentralização e a tecnologia Blockchain
A Blockchain promoveu de forma importante uma grande evolução na reconstrução do sistema financeiro descentralizado, usando visões da Web 3.0 como seu guia. Desenvolvida muito à frente da geração anterior, a nova web descentralizou o controle sobre as transações financeiras incluindo aspectos de governança, dando inclusive um “upgrade” nas experiências dentro das plataformas do metaverso.
Dentro desses metaversos, é possível encontrar os chamados ativos digitais — que podem ser traduzidos como artes digitais, criptomoedas, terras, skins (recursos que modificam o visual dos personagens), serviços dentro da plataforma, entre outros.
A Blockchain permite que os ativos digitais sejam desenvolvidos e o valor distribuído também em forma de tokens para os desenvolvedores e os projetos que eles apoiam, fornecendo a base de um sistema financeiro descentralizado.
NFTs
Exemplos famosos desses tokens são os NFTs. Ao adquirir um, é como se seu detentor comprasse também o direito de propriedade sobre um item exclusivo de uma coleção. Não é preciso sair do Brasil para encontrar algumas novas coleções que estão movimentando o Marketplace OpenSea, como é o caso da 0xAlienz.
Criada com a intenção de ser mais do que apenas uma coleção de NFTs, a 0xAlienz é uma comunidade voltada para compartilhar conhecimento e discutir tecnologias disruptivas, como criptoativos, Blockchain, Web 3.0, Inteligência Artificial (AI), entre outras tecnologias emergentes.
“Nós usamos técnicas de Inteligência Artificial para criar os NFTs que compõem essa coleção e queremos criar conexões significativas com o público, oferecendo uma arte inovadora e de alta qualidade. Nossa equipe está sempre buscando inovar e surpreender. Além disso, como uma comunidade, nós queremos ouvir as opiniões dos membros e permitir que eles orientem a direção do conteúdo”, salientaram os fundadores do projeto.
E eles não param por aí. Em apenas 10 dias, os fundadores anunciaram a compra de um terreno no metaverso da Arcade Land, plataforma que está sendo elaborada pelos criadores do jogo Apes vs Mutants, da famosa empresa que desenvolveu os Bored Ape Yatch Club, a Yuga Labs.
Futuro
O que podemos concluir de tudo isso é que uma nova geração de infraestrutura financeira descentralizada está em formação e incentiva as transações financeiras a chegarem a um novo patamar.
As tecnologias Web 3.0, incluindo plataformas descentralizadas e realidade virtual, devem revolucionar a presença humana virtual muito em breve. Com o advento da terceira geração da internet, os indivíduos terão maior controle sobre sua identidade, permitindo que eles criem e se envolvam com comunidades virtuais de maneira segura e descentralizada.
(*) Caroline Kalil é consultora de direito digital, investidora de criptomoedas, colecionadora de NFTs com certificação em KYC Blockchain Professional pela Blockchain Council, e blockchain development pela Consensys, além de autora do e-book O Metaverso Simplificado. Ela tem MBA em criptoativos e blockchain
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