Vinho deixou de ser um aliado no combate às doenças; entenda
Revisão acadêmica sobre o tema revelou que não há evidências que comprovem os benefícios do vinho para a saúde
atualizado
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Por muito tempo, beber uma taça de vinho todos os dias era considerado um hábito aliado no combate às doenças do coração. Apesar dos esforços de alguns estudiosos em validar essa tese, uma revisão acadêmica de 2023 revelou que não há nenhuma evidência de que a bebida diminua os riscos de mortalidade.
O estudo analisou 107 publicações, envolvendo mais de 4,8 milhões de participantes, e questionou diversos pontos usados para embasar as teorias. Conclui-se, então, que não há dados relevantes que assegurem, por exemplo, que quem consome menos de 25 g de vinho por dia é mais saudável do que aqueles que não bebem.
No artigo, os autores discutem o fato de não ter sido explorado as condições e estilo de vida dos entrevistados nas pesquisas publicadas. Para eles, o fato de beber com moderação e, ainda assim, manter bons resultados nos exames pode ter a ver com o grau de instrução, o estilo de vida, uma dieta balanceada e até ao acesso a um seguro saúde.
Outro ponto questionado foi sobre quem respondeu que não bebe. Os pesquisadores levantaram a hipótese de que essas pessoas poderiam ter apenas abandonado o hábito de beber por já terem tido algum tipo de problema associado à bebida.
Além disso, alguns compostos do vinho, como o resveratrol, ajudaram a reforçar a ideia de que a bebida tem propriedades antioxidantes e antiinflamatórias. De acordo com uma publicação do The New York Times, não há pesquisas que possam comprovar quanto vinho é preciso ingerir para se beneficiar dessas propriedades.
Por outro lado, o The New York Times traz dados que confirmam a relação entre beber todos os dias e os riscos de desenvolver doenças como pressão alta e ritmo cardíaco irregular. A ingestão também pode levar a pessoa a desenvolver outras doenças associadas, como o acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca.
Quem disse que vinho faz bem?
A boa fama do vinho se tornou conhecida no programa 60 Minutes, quando o correspondente do CMS, Safer ergueu uma taça aos espectadores, para dar uma resposta ao fato dos franceses terem uma dieta rica em gordura e, ainda assim, manterem níveis de colesterol menores do que dos norte-americanos.
De acordo a matéria do New York Times, Safer comentou que os médicos acreditavam que o vinho tinha “um efeito de rubor” que impedia que as células formadoras de coágulos sanguíneos se agarrassem às paredes das artérias.
O pesquisador francês acreditava que o hábito poderia reduzir o risco de bloqueio e, portanto, o risco de ataque cardíaco.
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