A Cerrado Galeria, localizada na QI 5 do Lago Sul, sediou o lançamento de um novo projeto dedicado ao fomento da cultura e da educação em artes visuais: a Cerrado Cultural. O evento, realizado no último sábado (17/8), foi marcado pela inauguração de duas exposições: Mito, rito e ritmo interior: Rubem Valentim fazer como salvação, com curadoria de Lilia Schwarcz, e O centro é o oeste insurgente, com curadoria de Divino Sobral e Lilia Schwarcz.

Conforme a coluna Claudia Meireles antecipou, a iniciativa ambiciosa é capitaneada por três mentes: Antônio Almeida e Carlos Dale, sócios-fundadores da Almeida & Dale Galeria de Arte, de São Paulo; e Lucio Albuquerque, que atuava na Casa Albuquerque Galeria de Arte, em Brasília. Juntos, os três somam mais de 30 anos de atuação no mercado de arte.

Com mais de 1,6 mil metros quadrados, o amplo espaço permite a realização de mostras de grandes proporções e de residências artísticas, bem como de ações de caráter educativo. Além dos “cômodos”, a casa conta com um jardim, hoje ocupado com esculturas do escultor mineiro Amilcar de Castro, e uma espécie de quadra de tênis, onde, futuramente, a ideia é construir um espaço para abrigar o acervo da galeria, e trabalhos de arte contemporânea.

Em conversa com a coluna Claudia Meireles, Lucio Albuquerque se diz orgulhoso com a nova conquista. “Acredito que estamos no caminho certo. Conseguimos identificar a carência de Brasília. No nosso olhar, o que se precisa é de um projeto que tenha cunho comercial forte, mas também um cunho educativo igualmente forte. Esse espaço vem para isso, para ser muito mais do que um lugar para quem queira comprar uma obra, mas para conviver com a obra de arte”, conta.

Segundo o sócio, a Cerrado Galeria permitirá aos visitantes que acompanhem o que está sendo produzido, por meio das mostras contemporâneas, e o que já foi produzido de relevante, com os trabalhos e o acervo que a galeria tem de arte moderna. “O que está sendo apresentado agora é um recorte muito importante de Rubem Valentim. A Lilia Schwarcz foi muito rigorosa na escolha das obras, é uma das curadoras mais importantes da atualidade”, pontua.

“Ela, inclusive, foi empossada na Academia Brasileira de Letras. É uma estudiosa que tem importância grande fora do país também. E aceitou esse desafio em cima da obra do Rubem Valentim, que ela já bem conhecia”, continuou.

Para Luiza Vaz, diretora da Cerrado Galeria em Brasília, a abertura do espaço é motivo de comemoração. “Felizmente, fizemos um trabalho sustentado aqui em Brasília, fomos conhecendo melhor o mercado, não só daqui, mas do Centro-Oeste, e fizemos um movimento em direção a Goiânia que foi muito bem sucedido, que deu certo”, afirma.

“Isso nos animou e nos incentivou a também ter um lugar de um porte um pouco maior aqui, e poder apresentar exposições como essa e receber um público também como esse, então estamos bem satisfeitos”, acrescenta.

Projeto arquitetônico

Clay Rodrigues, arquiteto do estúdio Debaixo do Bloco, foi responsável pelo projeto da galeria. Visto que o novo empreendimento passou a ocupar uma residência neoclássica no Lago Sul, a equipe se viu diante do desafio de manter aconchego de uma casa, impedindo que se tornasse um lugar frio.

“A proposta é que as pessoas cheguem e se sintam à vontade. Então, o que a gente fez foi requalificar o espaço, ou seja, tirar itens como quarto, cozinha e salas e transformar em grandes galerias, sem perder a identidade da casa”, fala.

“Eu não queria negar a arquitetura já existente, mas potencializar e transformar o espaço no que a gente precisava. A piscina, por exemplo, é muito interessante, porque ela tem esse desenho bem geométrico. A ideia inicial era deixá-la mais quadrada. Mas achei melhor deixar esse elemento diferente, que dá mais um espaço de arte, chamaria a atenção”, comenta Clay Rodrigues.

Assista ao vídeo:

Confira os registros de Wey Alves:

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