Vendas de iates de luxo “estouram” e números chocam. Saiba o motivo
O ano de 2021 entrou para a história com o maior número de vendas de embarcações
atualizado
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Se você acredita que a desaceleração econômica pós-pandemia chegou “nas ondas do mar”, está enganado. Segundo dados da BOAT International, uma autoridade global em superiates, o ano de 2021 entrou para a história com o maior número de vendas de embarcações. Foram mais de 200 barcos vendidos somente este ano (e olha que ainda estamos em maio), o que movimentou o comércio com mais de R$ 7 bilhões. No ano passado, 131 unidades foram adquiridas mesmo período.
E qual o motivo para esse “boom” de iates? Por que o tipo de negócio explodiu em meio a tempos tão difíceis em todo o mundo? Conforme a coluna Claudia Meireles noticiou em fevereiro, embora a pandemia de coronavírus tenha deixado milhões de pessoas sem emprego e enfrentando graves dificuldades, há quem tenha saído ileso de toda essa crise. Foi o caso de Peter Phillips, por exemplo, neto mais velho da rainha Elizabeth II que fundou a XF Medical Ltd, empresa de testes rápidos e precisos de Covid-19, e acabou lucrando bastante com o negócio.
Outra informação trazida pela coluna na mesma reportagem foi o resultado de uma pesquisa da Oxfam, que mostrou que os 25 bilionários mais ricos do mundo ficaram US$ 255 bilhões mais afortunados, desde o início da crise até meados de maio do ano passado. Na lista, encontram-se Mark Zuckerberg, Bill Gates e Elon Musk, além, é claro de Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo.
Mais uma matéria divulgada pela coluna, em abril do ano passado, revelou que já era possível “prever” o movimento dos indivíduos da alta classe rumo às águas salgadas. Intitulado de Quarentena ostentação: famosos fogem do vírus em iates luxuosos, o texto abordou a saída dos afortunados da terra firme para suas suntuosas embarcações. Entretanto, a iniciativa, considerada uma forma de sobreviver ao isolamento social, foi duramente criticada. Na época, inclusive, John Mayer fez uma paródia chamada Drone Shot Of My Yacht durante uma live no Instagram para alfinetar bilionários que passaram suas quarentenas em alto-mar. Veja:
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Isolamento requintado
De acordo com o site Tatler, o motivo de as vendas estourarem nos últimos meses foi a onda de compradores que buscavam “escapar” do lockdown e encontrar refúgio em seus “lares flutuantes”. Segundo Nic Robinson, editor da BOAT International, esse “boom” começou por volta de julho do ano passado. O mercado está em alta desde então. “Os barcos estão vendendo em números sem precedentes, à medida que as pessoas procuram escapar de bloqueios e restrições de viagem, comprando um iate. Também estamos vendo muitos compradores de primeira viagem entrando e barcos sendo vendidos sem serem vistos, o que é quase inédito”, relatou o especialista.
Números históricos
Conforme apresentou a Tatler, os três iates mais caros vendidos no mercado atingiram mais de R$ 835 milhões. O barco Solo, o mais caro do lote (mais de R$ 403 milhões), foi comercializado em abril e, entre as vantagens, contava com seu próprio clube de praia e centro de bem-estar composto por uma academia com paredes de vidro, sauna e spa.
O superiate mais caro atualmente é o Octopus, que pertencia ao falecido cofundador da Microsoft Paul Allen. A embarcação, que comporta uma tripulação de 63 pessoas, possui dois heliportos, um submarino com capacidade para 10 pessoas e uma sala de observação subaquática. O preço? Mais de R$ 1,5 bilhões. Conheça, no vídeo a seguir, detalhes do modelo premium:
Sob encomenda de Bezos
Recentemente, Jeff Bezos adicionou à lista de bens uma das embarcações mais caras e extravagantes já construídas. O veleiro custou R$ 2,6 bilhões. Batizado de Projeto Y721, o barco encomendado pelo fundador da Amazon será tão longo quanto a altura da Grande Pirâmide de Gizé, no Egito.
Desenvolvido pela empresa holandesa Oceanco, o empreendimento terá 127 metros de comprimento e deverá ficar pronto em julho, segundo informações da agência de notícias Bloomberg. Por ter vários conveses e três enormes mastros, o “novo brinquedinho” do empresário ficará nas primeiras posições da lista dos maiores iates à vela do planeta.
Por ter velas gigantes, a embarcação não terá um heliporto, mas sim um iate de apoio, também encomendado por Bezos. Segundo a Bloomberg, ele solicitou que o barco de luxo tenha todos os opcionais disponíveis. Para isso, o fundador da Amazon precisará arcar com os custos de funcionamento anual do novo empreendimento. A manutenção deverá chegar em US$ 50 milhões, o equivalente a R$ 263 milhões. O valor nem preocupa o magnata. Somente em 2020, as ações da Amazon subiram 75% e, consequentemente, a fortuna do bilionário só cresceu.
Pouco se sabe sobre o veleiro de luxo mas, entre as informações vazadas, estão a piscina no convés e o ambiente de cinema. Também descobriram que o Projeto Y721 integra um submarino pessoal e o iate de suporte menor levará os itens que não couberem na nave-mãe.
De acordo com o Evening Standard, Bezos encomendou o “novo brinquedinho” antes do início da pandemia do novo coronavírus. Em 2019, o magnata passou um tempo sabático em um iate de três mastros do astro do cinema Barry Diller e da mulher, a estilista Diane Von Furstenberg. O dono do império Amazon gostou tanto da embarcação que resolveu adquirir uma. Meses depois, o empresário foi flagrado a bordo do barco de luxo do executivo David Geffen.
David Geffen
No início da pandemia, David Geffen, fundador do estúdio DreamWorks, embarcou em um megaiate avaliado em R$ 300 milhões, no Caribe. Até então dono de uma fortuna de US$ 6 bilhões de dólares, ele postou em sua conta no Instagram um clique da luxuosa lancha Rising Sun com a legenda: “Isolado nas Granadinas, evitando o vírus. Espero que todos estejam salvos”.
Bastou o post ser publicado para centenas de críticas sobrecarregarem a rede social de Geffen. A reação dos internautas foi tão negativa que o bilionário desativou a conta. Rising Sun possui 454 pés e é um dos maiores iates do mundo.
Na época, quem também optou pelo recolhimento em alto-mar foi o estilista Tommy Hilfiger, que comprou o barco Flag. Ele ficou ancorado em Canouan, em São Vicente, conforme informou o portal Page Six. O bilionário russo e dono do Chelsea, Roman Abramovich, também seguiu para águas salgadas em seu megaluxuoso Eclipse, estacionado em St Barth. Sergey Brin, cofundador do Google, por sua vez, flutuou pelo Caribe, na embarcação Dragon Fly.
Aquisição de Steven Spielberg
Não é só Jeff Bezos que está à espera de navegar pelas águas com um veleiro extravagante. Diretor hollywoodiano, Steven Spielberg também adquiriu uma embarcação com características parecidas as do barco do proprietário da Amazon, segundo divulgou a Bloomberg.
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