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Veja os segredos de cientista de Harvard para reverter o envelhecimento

David Sinclair acredita ser possível “reprogramar” o corpo para garantir a longevidade e fazer com que a idade biológica seja mais jovem

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David Sinclair
1 de 1 David Sinclair - Foto: @davidsinclairphd/instagram/reprodução

Imagine se fosse possível ter uma vida longa, passando dos 100 anos com a mente sã e o corpo saudável e ativo? Pode parecer um roteiro cinematográfico, mas é o que defende o professor de genética e PHD australiano David Sinclair.

Não se trata apenas de viver por mais anos, e, sim, de estar bem, com saúde e prevenido de doenças cardíacas, cânceres, diabetes e demências, associadas ao envelhecimento do corpo. Isso representaria benefícios sociais e econômicos para diversas nações, segundo o cientista que se tornou uma figura popular em todo o mundo.

Sinclair comanda laboratórios do Departamento de Genética da Harvard Medical School, nos Estados Unidos e afirma ser melhor prevenir o envelhecimento do que tentar revertê-lo. O cientista acredita ser possível “reprogramar” o corpo para garantir a longevidade e fazer com que a idade biológica seja mais jovem do que idade real.

David Sinclair
David Sinclair

O professor de genética já fez declarações ousadas sobre o assunto, como a de que o envelhecimento é uma doença. Ele garante que o seu objetivo não é “curar a velhice”, porém, manter as pessoas mais saudáveis ​​pelo maior tempo possível, melhorando as defesas do corpo humano contra enfermidades.

O início de tudo

O fascínio pela vida começou ainda na infância, quando a avó lhe disse, em Sydney, que seu gato viveria por aproximadamente 15 anos. A informação deixou o menino em choque e, desde então, ele pesquisa como retardar a morte.

Ao longo da carreira, o professor de genética publicou inúmeras descobertas nas revistas científicas mais respeitadas do mundo e recebeu dezenas de prêmios e homenagens. Suas ideias ousadas e o interesse público pelo assunto colocaram Sinclair na aguardada lista das 100 pessoas mais influentes do mundo da Time Magazine de 2014. Em 2018, a revista o colocou entre as 50 melhores pessoas em transformação da saúde.

Em setembro de 2019, Sinclair lançou o best-seller Lifespan: Why We Age – Why We Don’t Have To (Vida útil: Porque envelhecemos – por que não precisamos, em tradução livre), obra na qual defende que o envelhecimento não é inevitável e que nenhuma lei biológica diz que devemos envelhecer.

David Sinclair
David Sinclair autografa livros de sua autoria

Na publicação, ele fala também sobre a Teoria da Informação do Envelhecimento, uma ideia de que o corpo humano tem dois tipos principais de informações armazenadas: a digital e a analógica.

A primeira é o genoma, que dura mais que 80 anos. Já a segunda é o epigenoma, estrutura dentro da célula que permite que alguns genes sejam lidos enquanto mantém outros em silêncio. “Como a informação analógica é muito difícil de preservar, é a primeira a falhar. E isso é o que eu acredito que causa o envelhecimento”, disse o pesquisador em entrevista ao Inside Tracker.

David Sinclair participou de um podcast de Dave Asprey para explicar como viver melhor por mais tempo. Essa última personalidade, inclusive, foi tema de uma matéria da coluna.

Estudos e descobertas

O geneticista, 51 anos, ganhou notoriedade em 2003 com a descoberta do resveratrol, um antioxidante produzido por plantas para proteger o corpo contra lesões e patógenos. Quando consumida, a substância (encontrada no vinho tinto) demonstrou retardo no envelhecimento. O assunto foi parar no New York Times.

O componente integra sua dieta pessoal. O professor, no entanto, defende que a diferença não é imediata. De acordo com o cientista, muitas pessoas pensam que ficarão jovens de uma hora para outra. Não é bem assim. “É um investimento no futuro”, justifica.

Além do resveratrol, ele também toma suplementos e medicamentos chamados NMN e metformina (que ajuda a controlar o açúcar no sangue e é considerado uma forma de tratar a diabetes tipo 2, além de acarretar no antienvelhecimento). A NMN é encontrada em todas as células vivas e aumenta os níveis de NAD +, que regula as mitocôndrias. O NAD + diminui com a idade e, para o pesquisador, esse é o mais perto que chegamos de uma “fonte da juventude”.

David Sinclair
David Sinclair

Defensor assíduo do jejum, Sinclair acredita que a população come demais e com muita frequência. Portanto, para ele, o mais importante é mudar esse hábito e fazer com que o ser humano coma menos. “Isso não é desnutrição, não é fome”, diz o professor, ao explicar que os jejuns são úteis e benéficos para promover a longevidade.

Casos de sucesso

Sinclair adora mencionar o pai que, provavelmente, é um dos exemplos mais comentados. Além de praticar exercícios com regularidade nos últimos 50 anos, ele ingere os suplementos do filho. O resultado? O patriarca está na casa dos 80 anos, entretanto, vive como se tivesse 30. “Ele está fazendo todas as coisas que sempre quis na vida”, revelou.

Polêmicas

Apesar do engajamento, premiações e de publicações nas revistas científicas mais respeitadas do mundo, o professor é uma das figuras mais polêmicas da ciência. Para muitos, ele é considerado um vendedor habilidoso que enaltece demais seu trabalho.

Hábitos para ter uma vida útil e longa, por David Sinclair:
  • Para obter resveratrol, antioxidante que protege contra lesões e patógenos, vale se alimentar de uvas, mirtilos, amendoins, cacau e, claro, tomar vinho tinto;
  • Se estiver com uma boa saúde, pratique o jejum intermitente. Para Sinclair, ele é potencialmente útil. As três refeições regulares por dia, que geralmente são recomendadas, não são ideais para a longevidade. Segundo o especialista, os genes da longevidade são ativados pelo jejum. “Jejuar por três dias é ainda melhor”, disse em uma entrevista;
  • Se na hora do exercício você ficar cansado, quer dizer que está no caminho certo, pois isso aumenta os níveis de NAD (nicotinamida adenina dinucleotídeo) e as sirtuínas, os principais agentes do circuito de sobrevivência. Portanto, mexa-se sempre que tiver tempo e o tanto que puder. Os genes da longevidade também são ativados por exercícios de alta intensidade;
  • Evite o uso de micro-ondas e não faça muitas radiografias desnecessariamente, ou mesmo tomografias. Esquive-se da radiação do tipo que quebra o DNA. O dano acelera o envelhecimento epigenético e a perda de informações no nível epigenético e no nível genético, causando instabilidade genômica;
  • Reforce as defesas naturais do seu corpo contra danos ao DNA por meio de suplementos, como resveratrol, ou um reforço de NAD para tentar tornar as sirtuínas mais ativas;
  • Extremos de temperatura colocam em ação os instintos de sobrevivência das células. Sinclair, por exemplo, costuma se exercitar, seguir para uma sauna quente e mergulhar em uma piscina gelada para finalizar;
  • Por fim, evite comidas açucaradas, alongue-se sempre que puder, tenha um sono regulado e seja amável!

Para saber mais, siga o perfil da coluna no Instagram.

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