Veja como foi a abertura da exposição Basquiat no CCBB
Coquetel, no Centro Cultural do Banco do Brasil, contou com a presença do curador da retrospectiva itinerante, Pieter Tjabbes
atualizado
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A exposição Jean-Michael Basquiat – Obras da coleção Mugrabi teve sua abertura na sexta-feira (20/4). A retrospectiva já passou por São Paulo e, depois da permanência em Brasília, irá para Belo Horizonte e, em seguida, Rio de Janeiro. É a primeira vez que esse importante artista tem uma grande mostra individual no Brasil: são quase 100 obras.
O coquetel de abertura foi um sucesso. Mais de 500 pessoas do mundo das artes compareceram para conferir, em primeira mão, uma das mais importantes exposições já abertas na capital. O próprio curador da mostra, o holandês radicado no Brasil Pieter Tjabbes, fez a visita guiada, explicando com detalhes as obras. O evento contou com a ilustre presença do embaixador dos Estados Unidos, P. Michael McKinley.
“Basquiat parece mais atual hoje do que 30 anos atrás. Ele estava à frente de seu tempo e, nesse sentido, suas obras não dataram. Seu sucesso comercial é um pouco estranho. No ano passado, uma de suas obras foi vendida por R$ 372 milhões, mas não vale essa quantia”, conta Tjabbes.
É curioso pensar por que, de dois anos para cá, têm sido abertas exposições individuais do artista em importante museus. Muitos falam que a obra de Basquiat, um artista negro que brilhou na Nova York dos anos 1980, questiona temas importantes para o mundo de hoje.
O artista estava ciente de sua situação excepcional. Ele falava que queria fazer de sua obra uma homenagem aos negros e, em muitas entrevistas, tocou nesse assunto.A combinação de uma energia incomum e sua raiva interior o fez produzir 1,5 mil obras em oito anos. Um número absurdo para alguém tão novo, comparável a Picasso, que viveu muito mais, pois Basquiat morreu aos 27, de uma overdose, enquanto o pintor espanhol viveu até os 91 anos.
Ao contrário do que se pensa, Basquiat não era pobre. Sua família era de classe média e ele estudou em uma escola privada, a City as School. As aulas eram nas ruas de Nova York, e o artista aprendeu a pensar fora do ordinário.
Ele fugiu de casa aos 15 anos e ficou sem dinheiro. Pintava onde conseguia, mas rapidamente seu charme e talento conquistaram pessoas importantes, como Andy Warhol.
A Nova York nos anos 1980 proporcionava grande liberdade aos jovens artistas. Todos queriam viver no sul de Manhattan, onde vários deles ocupavam prédios vazios e pintavam nas ruas. Foi uma geração potente, e Basquiat é considerado a grande revelação de sua época.
O curador da mostra, Pieter Tjabbes, da produtora Art Unlimited com parceira do CCBB, negociou, durante dois anos, a vinda da exposição, que custou para os patrocinadores cerca de R$ 15 milhões.
Confira quem participou da abertura:
Jean-Michel Basquiat – Obras da Coleção Mugrabi
De 21 de abril a 1º de julho, no Centro Cultural Banco do Brasil (SCES, Trecho 2, Lote 22). Visitas de terça a domingo, das 9h às 21h. Ingressos gratuitos devem ser resgatados na bilheteria ou no aplicativo do CCBB. Entrada franca. Classificação indicativa livre