Veja alimentos com alto risco de contaminação que fazem parte da dieta
A médica Priscila Scalabrin e a nutricionista Eleonora Galvão listaram alimentos bastante consumidos, porém com alto risco de contaminação
atualizado
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Os apaixonados por comida japonesa podem ter ficado impressionados com a quantidade de bactérias presentes em um sushi. Em fevereiro deste ano, um biólogo viralizou ao compartilhar o vídeo (veja aqui) de um experimento feito com o prato, preparado com arroz, peixe, algas, entre outros ingredientes. Mas não são apenas as delícias cruas que dispõem de alto risco de contaminação, existem alimentos que oferecem esse potencial e a informação não é de conhecimento popular.
Para revelar os alimentos que são mais propensos a contaminação e, possivelmente, você nem imagina, a coluna Claudia Meireles convocou duas especialistas: a médica Priscila Scalabrin, de São Paulo; e a nutricionista Eleonora Galvão, do Rio de Janeiro. Ambas compõem o Instituto Nutrindo Ideais. Segundo as profissionais de saúde, há opções com alta facilidade de contágio que fazem parte da alimentação do brasileiro.
“Entre os alimentos mais contaminados estão itens muito presentes no cotidiano de alimentação do brasileiro, como o arroz, o alho e a laranja”, elenca a médica. Priscila acrescenta que o ranking engloba uva, beterraba, manga, abacaxi, chuchu e batata-doce. “Quem lidera a lista é o pimentão, seguido da goiaba, cenoura, tomate e alface”, prossegue a expert.
Na avaliação da nutricionista, alguns alimentos parecem inofensivos, como grãos e farinhas; arroz e trigo; além de vegetais crus e já pré-cortados; vendidos prontos; frango ou outras proteínas cruas; e até especiarias disponíveis a granel. Conforme menciona Eleonora, essas opções “merecem atenção especial”.
Especialista em nutrição vegana e vegetariana, Eleonora detalha a respeito dos grãos e farinhas que podem ser contaminados por fungos, capazes de produzir microtoxinas, especialmente quando armazenados de maneira inadequada. Entre as substâncias originadas consta a aflatoxina. “É bastante prejudicial à saúde e conhecida por ser cancerígena”, endossa a expert.
Em relação às frutas e aos vegetais pré-cortados, a nutricionista cita que esses alimentos “têm maior superfície exposta ao ambiente”. Ela atesta quanto a essa possibilidade facilitar a proliferação de bactérias, a exemplo da Salmonella e Escherichia coli, principalmente se não forem refrigerados de maneira apropriada.
“Frango cru tem alto risco de contaminação por Campylobacter e Salmonella, duas das principais causas de intoxicação alimentar”, salienta Eleonora Galvão. A nutricionista faz o alerta sobre as especiarias. “Mais um exemplo inesperado”, reforça. Também devido ao armazenamento incorreto tende a oferecer riscos à saúde. “Como são manipuladas e secas ao ar livre, costumam conter bactérias e fungos”, insiste a nutricionista.
Riscos
Tanto a médica quanto a nutricionista batem na mesma tecla sobre a ingestão de alimentos contaminados causarem “diversos” e “sérios” riscos à saúde. “Entre as doenças mais comuns transmitidas por alimentos (DTHA) estão a salmonelose, cólera, botulismo, amebíase, toxoplasmose e a infecção por Escherichia coli”, lista Priscila Scalabrin. O resultado do consumo dessas opções varia de náuseas e vômitos até febre, diarreia, falta de apetite e dores abdominais.
“Os alimentos contaminados podem estar carregados de bactérias patogênicas, vírus, parasitas ou substâncias químicas tóxicas para o organismo humano. Sintomas gastrointestinais, como diarreia, dor abdominal aguda, náuseas e vômitos indicam possível contaminação, além de febre e desidratação, que tendem a ocorrer em casos mais graves, exigindo atendimento médico imediato”, evidencia Eleonora Galvão, especialista em nutrição vegana e vegetariana.
Com relação a alimentos contaminados com parasitas como Giardia ou Toxoplasma gondii, a nutricionista ressalta que os efeitos tendem a ser infecções graves. “No caso do Toxoplasma, mulheres grávidas correm o risco de transmitir a infecção ao feto, o que pode resultar em graves complicações, como encefalite”, avisa.
Eleonora elucida que peixes de grande porte, a exemplo do salmão e do atum, são altamente expostos a metais pesados, mercúrio e alumínio, sendo os mais comuns. “Essa contaminação representa elevado risco de intoxicações por metal pesado, que tem ação neurotóxica”, esclarece. Ele adverte que as consequências abrangem desde transtornos neurológicos até distúrbios de desenvolvimento. “Nos casos mais graves, a exposição prolongada leva a perda de memória, fadiga e distúrbios motores”, conclui.
Como o assunto é extenso, a coluna fará uma reportagem sobre como deve ser feita corretamente a higienização dos alimentos.
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