Veja a ousada história de Mary, futura e “adorada” rainha da Dinamarca
A partir deste domingo (14/1), Mary ascenderá ao posto de rainha consorte da Dinamarca. A história de vida da australiana tem reviravoltas
atualizado
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Filhos de reis, rainhas, príncipes e princesas nascem praticamente com o futuro traçado. Os primogênitos das majestades, por exemplo, já sabem que serão conduzidos ao comando da monarquia. Assim foi e será com Frederik, herdeiro da Coroa da Dinamarca e que ascenderá ao posto de soberano em 14 de janeiro. Quem viveu uma situação completamente diferente foi a esposa do futuro monarca, a princesa Mary.
Tornar-se uma integrante da realeza não estava nos planos da australiana. “Não me lembro de desejar um dia ser uma princesa”, disse a australiana após o anúncio do noivado com o príncipe herdeiro Frederik, em 2003. Mary, que almejava a profissão de veterinária, não contou com uma obra do destino nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000.
Na ocasião, a publicitária despretensiosamente conheceu o marido, sem saber que ele era filho mais velho da rainha Margrethe II. A partir de então, a vida da jovem de 28 anos virou não só do avesso, mas também um capítulo da história da monarquia dinamarquesa. Depois de imergir na trajetória de Frederik, a Coluna Claudia Meireles resolveu viajar pelo túnel do tempo e acompanhar alguns passos dados por Mary.
Primeiros passos
Futura rainha consorte da Dinamarca, Mary Elizabeth Donaldson, de 51 anos, é a caçula de quatro filhos do casal formado pelo matemático John Dalgleish e pela saudosa secretária Henrietta Clark. A atual princesa nasceu em 5 de fevereiro de 1972 na cidade de Hobart, fixada no estado da Tasmânia.
“Eu era uma garota de camiseta e shorts, conhecida por andar descalça”, lembrou Mary ao jornal Financial Times.
Ela teve uma infância comum e gostava de montar a cavalo, praticar esportes e de estudar. No final da década de 1980, a australiana entrou para a Universidade da Tasmânia e conquistou o título de bacharel em comércio e direito em 1994. Em busca de aumentar o currículo profissional, a jovem se especializou para obter mais certificados, sendo um de publicidade e o outro de marketing.
Com os estudos universitários concluídos, Mary se mudou para Melbourne. Lá, deu início à carreira profissional trabalhando em uma empresa multinacional de publicidade. Em seguida, ela passou a integrar o time de outra agência, desta vez como gerente de contas.
Diante da morte da mãe, Henrietta Donaldson, e de uma grande oportunidade, a australiana decidiu dar uma guinada na vida e assinou um contrato para atuar em uma companhia de marketing global na Escócia. Em 1999, retornou para o país de origem.
Encontro com o príncipe
Em setembro de 2000, teve o primeiro capítulo da história de Mary como futura rainha da Dinamarca. Frederik estava em Sydney, cidade da Austrália, para acompanhar os jogos olímpicos. Saíram para se divertir no pub Slip Inn, ele e o grupo formado pelo irmão, o príncipe Joachim; o primo, o príncipe Nikolaos da Grécia e da Dinamarca; a princesa Martha da Noruega; e o então herdeiro do trono espanhol, Felipe das Astúrias.
Para a ocasião, o então príncipe da Espanha convidou um amigo australiano, que estava acompanhado da namorada e da irmã dela, responsável por chamar Mary. Tendo sido apresentados, a conexão entre Frederik e a jovem australiana de anos foi imediata. Os dois trocaram os telefones e continuaram a conversar.
“Da primeira vez que nos encontramos ou apertamos as mãos, eu não sabia que ele era o príncipe herdeiro da Dinamarca. Meia hora depois, alguém veio até mim e disse: ‘Você sabe quem são essas pessoas?’”, recordou a princesa em entrevista. Frederik e Mary mantiveram o romance em segredo por um ano, tendo se tornado público em 2001.
No ano seguinte, a publicitária se mudou para a Europa, mais precisamente Paris, onde lecionou inglês em uma escola de negócios. Tendo recebido a bênção da sogra, a rainha Margrethe II, a australiana se instalou oficialmente na Dinamarca e passou a integrar a equipe da Microsoft Business Solutions como consultora de projetos de comunicação.
Casamento real
Em 14 de maio de 2004, houve a troca das alianças entre Frederik e Mary, na Catedral Luterana de Nossa Senhora, em Copenhague. A cerimônia contou com a presença de 800 convidados, entre eles, o príncipe Edward do Reino Unido, o então herdeiro da Coroa espanhola Felipe das Astúrias e a princesa Caroline de Mônaco. A recepção teve como cenário o Palácio de Fredensborg.
Do casamento com Frederik, Mary tem quatro filhos: o príncipe herdeiro Christian, de 18 anos; Isabella, com 16; e os gêmeos Vincent e Josephine, de 13. Para educar o quarteto, ela alegou recordar dos ensinamentos deixados por sua mãe.
Em entrevista, a princesa revelou detalhes da maternidade: “Como pais, queremos dar aos nossos filhos uma base sólida que lhes dê força para serem eles próprios naquilo que para eles será frequentemente um mundo extraordinário.”
Voz do povo
Ao deter o título de princesa, Mary adotou como missão dar voz para meninas e mulheres a fim de ajudá-las na conquista da igualdade e de direitos. Apoiar causas sustentáveis e contribuir com a preservação da natureza são outras duas bandeiras levantadas pela futura rainha da Dinamarca.
Desde 2020, a princesa ocupa o posto de presidente da WWF World Wildlife Fund. Ela não mede esforços para promover a agenda verde em diversos setores. Mente à frente de uma fundação social homônima, criada em 2007, Mary trabalha em prol de combater o isolamento social atuando em três áreas: solidão; violência doméstica; e bullying e bem-estar.
Em um programa televisionado em novembro, Mary confessou ter passado por uma depressão e, por isso, incentiva iniciativas voltadas ao cuidado da saúde mental. “É parte essencial da vida e do trabalho”, descreveu. Para aliviar a tensão, ela vai aos estábulos para meditar: “Sempre foi um lugar feliz para mim”.
“A minha vida teve grandes mudanças, alegrias e tristezas. Existem vários eventos marcantes: a dor de perder a minha mãe. A alegria de então ser mãe. O meu tempo na universidade. Conhecer Frederik. Casar-me com o príncipe herdeiro e me tornar a princesa herdeira da Dinamarca e do povo dinamarquês que tanto amo. E talvez ter 50 anos — quem sabe?”, declarou Mary à revista estadunidense Vanity Fair ao abordar sobre a chegada das cinco décadas.
Longe do conto de fadas
Enquanto alguns jornais definem o casamento de Frederik e Mary como conto de fadas, a realidade é bem diferente, não à toa, especialistas em realeza dinamarquesa defenderam que a rainha Margrethe II renunciou ao cargo como forma de salvar o matrimônio do primogênito.
Em novembro do ano passado, paparazzi flagraram o príncipe herdeiro em uma viagem por Madri, capital espanhola, acompanhado da atriz e socialite Genoveva Casanova. Em seguida, ficaram juntos na casa da mexicana de 47 anos. Essa noitada não foi a única crise matrimonial enfrentada pelos futuros monarcas da Dinamarca.
Em 2011, poucos meses após o nascimento dos gêmeos, Vincent e Josephine, Frederik foi “apanhado dançando com uma desconhecida em clima de grande cumplicidade”, conforme publicou o portal português Flash!. À época, houve especulações de divórcio. De acordo com a escritora dinamarquesa Trine Villemann, o príncipe ocasionou turbulências no casamento por conta da bebida alcoólica.
Popularidade ofuscante
O passado e o presente condenam Frederik e o mesmo não ocorre com Mary. A popularidade da princesa é tão grande diante dos dinamarqueses que o jornal The New York Times escreveu: “Na Dinamarca, ela é adorada”. Segundo pesquisa recente, a taxa de aprovação da futura rainha consorte entre os súditos atingiu os 85%, superando até outros integrantes da família real.
Na avaliação do expert em realeza Lars Hovbakke Sorensen, a diligência de Mary, o profissionalismo e as habilidades dela com a língua dinamarquesa são os pilares da futura rainha mais valorizados pelos súditos. Desde 2019, ela tem permissão para atuar como princesa regente, inclusive, com papéis de chefe de Estado, em caso de necessidade. Tão popular, a australiana precisou até diminuir o papel na realeza para não ofuscar o marido.
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