Técnica que usa o calor ajuda a combater a celulite e gordura
A termoterapia auxilia no alívio da dor, no relaxamento muscular, na perda de medidas e na eliminação de toxinas, entre outros benefícios
atualizado
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Existem diversas formas de tratamentos disponíveis na esfera da saúde e bem-estar. Uma delas trabalha diretamente no calor. É caso da termoterapia, procedimento que nem todo mundo conhece, mas é uma opção para tratar celulites, gorduras, dores musculares, entre outras funções.
De acordo com a dermatologista Caroline Anjo, a técnica é feita por meio da “aplicação de qualquer substância ou equipamento no corpo que desencadeie o aumento da temperatura local dos tecidos corporais”.
Ela explica que, ao provocar o aumento de temperatura no corpo, ocorre um mecanismo de termorregulação que acelera o metabolismo basal, resultando na queima de calorias. “Por isso, os tratamentos que têm como coadjuvante a termoterapia representam um estímulo a mais para melhora da celulite e para a redução de gordura para modelagem corporal”, fala.
Conforme afirma a profissional, o corpo humano tem característica homeotérmica, ou seja, ele deve manter sua temperatura interna relativamente constante para garantir o perfeito funcionamento dos órgãos e estruturas corporais. “Quando ocorre um aumento excessivo dessa temperatura, o corpo desencadeia processos ativados pelo cérebro em busca do equilíbrio térmico, a termorregulação”, diz.
“A reação local ao calor vai provocar aumento na liberação de substâncias produzidas pelo hipotálamo. Os primeiros e principais mecanismos de termorregulação, ou seja, a liberação da acetilcolina e a sudorese, ocorrem a partir desse alerta”, declara Caroline Anjo.
Segundo a especialista, a acetilcolina provoca a dilatação dos vasos sanguíneos, facilitando o fluxo do sangue e, consequentemente, a eliminação dos catabólitos, que são os subprodutos indesejáveis do metabolismo.
Já na sudorese, os receptores da pele captam a variação térmica exterior junto com a liberação de acetilcolina. Isso tem como objetivo o controle hídrico. “Através da evaporação do líquido levado à parte externa do tecido, o calor é retirado dessa região, podendo, assim, reduzir a temperatura”, comenta.
Porém, como o aquecimento externo da superfície é mantido, o corpo é obrigado a procurar uma outra forma para restabelecer o equilíbrio térmico. A alternativa, portanto, é elevar a temperatura internamente através da produção de calor, que virá das reservas orgânicas.
“Para cada grau Celsius (1°C) de elevação de temperatura corpórea externa, verifica-se um aumento de 13% na Taxa de Metabolismo Basal, proporcionando, assim, o gasto de energia pelo processo de lipólise”, detalha a dermatologista. “Ou seja, por meio da reação termogênica, haverá a transformação da gordura em calor, ocasionando sua queima”, acrescenta.
Os cosméticos e a manta térmica estão entre os recursos mais comumente utilizados, conforme orienta a médica. “Eles exercem o papel de fonte externa de calor, do tipo superficial, ou seja, uma forma de aumentar a temperatura diretamente na superfície aplicada”, anuncia ela. “Já o uso de aparelhos como ultrassom e radiofrequência fazem o organismo produzir o calor mais profundamente”, completa.
Benefícios
Além de combater a lipodistrofia (acúmulo de gordura) e a celulite, a termoterapia age na elevação da taxa de metabolismo basal, na perda de medidas, na excreção de toxinas, no relaxamento muscular e no alívio da dor.
Por estimular a vasodilatação superficial, o procedimento pode ajudar a desobstruir os poros. Ele ainda favorece a absorção de cosméticos pela pele.
Frio versus calor
Assim como o calor, o frio também tem suas funções em tratamentos corporais. Para Caroline, ele pode ser um aliado na reabilitação fisioterápica. “A crioterapia, diferentemente da termoterapia, pode ser utilizada em disfunções musculoesqueléticas, traumáticas e inflamatórias. A técnica age diretamente na recuperação tecidual e é indicada especialmente para casos agudos, como torções e luxações”, conta.
Cuidados
Embora a termoterapia tenha suas vantagens, Caroline ressalta que, caso ela não seja bem indicada e realizada, pode agravar os sintomas e gerar queimaduras, em vez de contribuir para a reabilitação do paciente. “Deve-se seguir as recomendações de segurança dos equipamentos, como a presença do controlador de temperatura, e demais normas orientadas pelos fabricantes”, ensina a médica.
Ainda, de acordo com a profissional, o procedimento pode ser feito em pessoas alérgicas ou de pele sensível, mas com todo o cuidado e respeitando o limite de sensibilidade ao calor, fator que varia entre os indivíduos.
“Aos alérgicos, o cuidado é com relação ao uso de ativos cosméticos que causam hiperemia (aquecimento), como o nicotinato de metila, cujo efeito se dá pela liberação de histamina local, sendo essa substância relacionada à alergia. Portanto é importante que se faça um teste no local antes da aplicação completa”, destaca a especialista.
A termoterapia é contraindicada em pacientes com hipotensão ou hipertensão descompensadas, febre, trombose e varizes. Sua aplicação também deve ser evitada em peles com lesões, como dermatite ou dermatose; nas regiões de seio, pescoço e abdômen, desde que logo após a refeição.
Outras contraindicações são relativas, segundo a dermatologista, como em casos de gravidez, processos infecciosos, menores de 14 anos e indivíduos com problemas circulatórios periféricos.
Ao realizar o procedimento, Caroline recomenda a alta ingestão de líquidos para repor de forma saudável o que foi perdido. “Na seca, devemos nos preocupar muito mais com essa questão da hidratação oral e também tópica da pele”, lembra ela.
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