Técnica que injeta “sangue” é proposta para calvície e cicatrizes
A dermatologista Carla Oliveira conta tudo sobre o Plasma Rico em Plaquetas (PRP), método regenerativo queridinho dos médicos
atualizado
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Você já ouviu falar do termo PRP? O conceito é uma das apostas da medicina dermatológica na busca pelo rejuvenescimento e no tratamento de calvície, cicatrizes e estrias. O Metrópoles conversou com a dermatologista Carla Oliveira, que atende em Brasília, para saber tudo sobre a técnica que vem avançando e ganhando as clínicas médicas.
Segundo a profissional, a PRP, sigla para Plasma Rico em Plaquetas, é um método regenerativo que usa sangue do próprio paciente para obter uma suspensão de plasma com concentração de fatores de crescimento e com ações biológicas (como o aumento da proliferação celular e da regeneração dos tecidos).
Na dermatologia, o procedimento é indicado para uso nas alopecias, como a calvície masculina e feminina; e outros tipos de queda de cabelos. De acordo com a especialista, ele auxilia a frear os sinais do envelhecimento e, mesmo após sessões de laser, é um aliado para tratamentos de cicatrizes, estrias e feridas.
“Assim como mostram os estudos, os efeitos na prática clínica são satisfatórios para a calvície e, de forma objetiva, acompanhamos a resposta pela tricoscopia. A tricologia avançou muito e temos a possibilidade de tratar a calvície cada vez mais cedo, tanto em homens quanto em mulheres”, explica.
No consultório, Carla utiliza um kit importado de PRP com sistema de preparo fechado, que garante segurança nos três passos do processo, desde a coleta, a centrifugação, até a aplicação. “São três tipos diferentes de PRP, dependendo da indicação, sendo um deles uma combinação de plasma rico em plaquetas com ácido hialurônico para uso em rejuvenescimento e também associado ao laser para estrias”, declara.
Como é o procedimento
Carla explica que, no caso de quedas de cabelo, a aplicação do PRP consiste em coletar o sangue em um tubo específico, por um circuito fechado, centrifugado, para haver a separação entre a parte vermelha e o plasma. Em seguida, o último é injetado na área da calvície, seja por intradermoterapia (infiltração de medicamentos na derme ou no tecido subcutâneo, por intermédio de uma agulha muito fina e delicada) ou pela técnica de MMP (microinfusão de medicamentos na pele através de uma máquina com microagulhas). “Na maioria dos estudos e protocolos, são realizadas três sessões com intervalos mensais”, afirma a médica.
Segundo a dermatologista, a aplicação é feita para que ocorra a liberação de vários tipos de fatores de crescimento do próprio organismo. “As plaquetas são os fatores-chave para a reparação dos tecidos, e é no plasma que se encontram as plaquetas e os fatores de crescimento que funcionam como um bioestimulador”, diz.
De acordo com a especialista, as amostras são preparadas sob condições perfeitamente estéreis a cada passo do processo, com total segurança clínica. No total, o tratamento é realizado, em média, em 40 minutos. “No que se refere aos efeitos adversos, podem ocorrer dor, eritema, edema e infecção no local da aplicação”, acrescenta.
Quem pode realizar a aplicação
Segundo a profissional, médicos de diversas especialidades, como ortopedia, medicina esportiva e cirurgia plástica têm realizado uso clínico do PRP autólogo. Na ortopedia, por exemplo, a técnica é usada para tratar tendinite, artrose e outros tipos de lesões, como em músculos, ossos, cartilagem, entre outros; e de variados locais como quadril, joelho e pé.
Contraindicações
Carla Oliveira alerta que o PRP é contraindicado para pacientes com disfunções plaquetárias ou com baixo número de plaquetas, gestantes, portadores de doenças autoimunes ou em uso de anticoagulantes, anti-inflamatórios e corticoide nos últimos sete dias.
Resultados
“O tempo de duração e intervalo entre as sessões depende da indicação. Para as alopecias, como a calvície, são necessárias três sessões mensais e reaplicação semestral a depender da avaliação clínica”, afirma a profissional.
Sobre a especialista
Carla Ribeiro de Oliveira é médica dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Formada em medicina e dermatologia na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), tem especialização em cirurgia dermatológica no Hospital Federal de Bonsucesso e em Tricologia e Onicoses na UMC.
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