Taís Araújo, mãe incansável na vida real e na ficção
Protagonista em Amor de Mãe, estrela abre o jogo sobre maternidade em entrevista à coluna
atualizado
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Rio de Janeiro (RJ) – Entre as mais celebradas atrizes da atualidade, Taís Araújo voltou à TV para viver uma nova protagonista em sua brilhante carreira. Em Amor de Mãe, novela das nove da Rede Globo que estreou na última segunda-feira (25/11/2019), ela é Vitória, uma advogada que se vê às voltas com conflitos éticos e deseja ardentemente realizar um grande desejo: vivenciar a maternidade.
Casada com o ator Lázaro Ramos – com quem está desde 2005 – e mãe de dois filhos, João Vicente, de 8 anos, e Maria Antônia, de 4, Taís completou 41 anos no dia da estreia da história escrita por Manuela Dias.
Nesta entrevista para a Coluna Claudia Meireles, a estrela fala tudo o que pensa sobre a maternidade, o grande apoio que recebe da família, a novela – que promete fortes emoções –, questões éticas e como faz para se desdobrar entre Amor de Mãe, os filhos e o Popstar, programa que apresenta semanalmente na Globo. Confira!
Que palavra define “amor de mãe” para você?
Uma palavra? Difícil esse negócio, hein? Amor de mãe é “beijo”!
Que tipo de mãe é você?
Acho que sou uma mãe intensa.
Como é fazer uma personagem que tem dois filhos?
Essa novela vai acabar com a gente, pois ela fala de um tema realmente universal, que se aplica a todo mundo. São mulheres cheias de conflitos. Há muitos tipos de mães e várias maneiras de exercer a maternidade, e a Manuela Dias conseguiu explorar bem isso. As tramas são muito bem amarradas.
E sua personagem desde sempre quis ser mãe?
Não, só depois que ela perde. A Vitória é uma mulher que sempre priorizou a profissão. Após conquistar um monte de coisas, vê que tantas conquistas não adiantaram muito.
Ela consegue engravidar e perde a criança numa gestação avançada, com sete meses. O neném nasce e não sobrevive. Em seguida, enfrenta quase seis anos de tentativas frustradas de fertilização. Ela nem desmancha o quarto da criança. E isso desgasta o casamento.
Você já pensou na possibilidade de não ser mãe?
Já. Eu pensei muito antes de ter o João, já que eu passei por essa questão também. Foi muito doido, porque pensei em fazer fertilização e vi que não tinha estrutura emocional para lidar com as frustrações, que são muitas. Na sequência, engravidei do João, e aí, tudo bem.
Tem que ser muito perseverante, porque as chances não são grandes. Muita gente consegue, mas a chance de frustração também é enorme e é preciso conseguir lidar com isso.
Você ficou mais sensível depois da maternidade?
Eu sempre fui uma manteiga. Sempre! Mas, com determinados temas, sim, a maternidade parece que tirou um véu dos meus olhos em várias questões.
O que mudou?
Hoje tenho mais medo, mas, ao mesmo tempo, isso me impulsiona a trabalhar para melhorar. Me questiono qual a minha missão aqui, enquanto mãe de duas crianças.
Depois que Vitória se tornar mãe, vai continuar priorizando o trabalho?
Ela continua em um ritmo intenso, mas entra em conflito, pois se divide entre a família e um trabalho que exige cada vez mais tempo. Não que o trabalho exija isso, mas o tempo de deslocamento aumentou, o engarrafamento, a demanda… De fato, passamos muito mais tempo da nossa vida em nosso trabalho do que com a família.
Você se cobra sobre isso?
O tempo inteiro.
Você costuma controlar tudo pelo celular?
Eu sou uma chata. Controlo tudo.
Como é a sua estrutura hoje?
Eu tenho uma mãe completamente disponível para os meus filhos e duas pessoas que trabalham comigo: uma durante a semana e outra no fim de semana. Minha mãe está todos os dias na minha casa. Se eu não estou lá para colocar as crianças para dormir, ela vai só para fazer isso, e depois segue para a casa dela.
Eu e Lázaro só conseguimos trabalhar tanto por que minha mãe é muito disponível pra gente. Meu pai e meu sogro também. Temos uma família disposta a nos ajudar.
Sua personagem tem conflitos éticos. Como é isso?
É uma questão de falta de ética (risos). O caso da Vitória é sério. Ela aceita propina, sabe que o cara matou uma pessoa e ocultou um corpo, mas o defende… É uma vilã? Mas, ao mesmo tempo, é uma excelente mãe. Isso que é legal!
Você acha que pessoas boas são capazes de cometer erros gigantescos?
Acho que sim. E pessoas más são capazes de ter atitudes incríveis.
Além de Amor de Mãe e das crianças, há ainda o Popstar. Como você consegue lidar com tudo isso?
Eu consigo levar as crianças na escola todos os dias. Consigo acordar, dar banho, tomar café e levar pra escola. Tem dias que eu não consigo colocar pra dormir. Então, minha mãe ou o Lázaro assumem esse papel. Domingo à tarde, eu fico com eles. Vejo meus filhos todos os dias.
Está curtindo o Popstar?
Adoro! Parece que eu estou no recreio com meus colegas.
Você sofre com eles antes de entrarem no palco?
Fico neurótica! Quando vejo alguém errar alguma coisa, fico como na apresentação dos meus filhos na escola. Se alguém erra, fico tensa (risos).
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