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Sucesso no TikTok, pílulas de bronzeamento são eficazes? Médica opina!

As cápsulas são compostas por substâncias que podem estimular a produção de melanina, proteína que garante a coloração da pele

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Mulher mostrando marquinha de bronze no quadril e praia ao fundo - Metrópoles
1 de 1 Mulher mostrando marquinha de bronze no quadril e praia ao fundo - Metrópoles - Foto: Getty Images

Você já ouvir falar das pílulas de bronzeamento? Essa alternativa aos que buscam sempre manter aquela corzinha de “banhada pelo sol” na pele sem a necessidade de se expor aos raios solares tem viralizado no TikTok. O suplemento conta com substâncias presentes em alimentos como cenoura e tomate, motivo pelo qual a hashtag “carrot tan” dominou a rede social com vídeos e mais vídeos de tiktokers ensinando truques de beleza.

As cápsulas são compostas por substâncias que podem estimular a produção de melanina, proteína que garante a coloração da pele. Uma delas é o betacaroteno, pigmento carotenoide antioxidante e uma das formas de se obter indiretamente a vitamina A. Licopeno também integra a formulação. Ele é uma substância carotenóide que dá a cor avermelhada ao tomate, melancia, goiaba, entre outros alimentos.

De acordo com a dermatologista Mônica Aribi, os pigmentos que proporcionam coloração à cútis são a melanina, o caroteno e a hemoglobina, sendo essa última predominante em pessoas com olheiras, cuja cor é causada pelo extravasamento de sangue, “quando levamos uma pancada”, ou em pessoas com pré-disposição a olheiras.

Visto que a melanina é o principal pigmento que proporciona o bronzeamento, segundo a médica, não faz sentido usar carotenoides. “O resultado dessa suplementação é um risco de deixar a pele laranja”, alerta a profissional, sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Duas mulheres jovens sentadas na areia da praia. A da esquerda usa chapéu e aplica protetor solar na mulher da direita. Mar ao fundo - Metrópoles
Os pigmentos que proporcionam coloração à cútis são a melanina, o caroteno e a hemoglobina

Quanto ao licopeno encontrado nas pílulas bronzeadoras, bem como a astaxantina — também presente na fórmula —, ambos são comumente comercializados com a promessa de beneficiar tanto a pele quanto a saúde cardíaca. No entanto, para a especialista, quando ingeridos em excesso ou em conjunto, esses ingredientes também podem deixar a cútis com uma tonalidade leve ou dramática.

“Eles funcionam acumulando-se na gordura abaixo da pele, nas camadas de gordura e onde a gordura é mais abundante, apenas para dar uma cor que pode variar do bronze ao alaranjado e ao arroxeado, dependendo do ingrediente real e de como ele interage com o tom de pele da pessoa”, diz ela.

Mônica explica que as pessoas que fizerem uso dessas cápsulas notarão, primeiramente, esses pigmentos nas palmas das mãos, nas plantas dos pés e em outras camadas espessas da pele. “Quando você começa a ver isso, é uma indicação de que existem níveis elevados do ingrediente no corpo”, sugere.

É seguro ingerir pílulas de bronzeamento?

A dermatologista ressalta que a cápsula bronzeadora não tem embasamento científico. E, embora a pele possa ficar mais escura, isso não é garantia de proteção extra contra o sol. “O escurecimento causado pela melanina oferece ação protetora para a pele. Se você tiver o pigmento naturalmente, estará mais protegido contra o câncer de pele. Mas o pigmento obtido por esses suplementos não confere a mesma proteção e pode dar a falsa sensação de maior proteção contra os danos solares”, conta.

Mulher loira de costas para a foto usando maiô branco. Mar o fundo - Metrópoles
As cápsulas são compostas por substâncias que podem estimular a produção de melanina

Segundo ela, a melanina por si só confere um fator de proteção solar natural de 8 a 13. “É por isso que os pacientes de pele mais escura não desenvolvem câncer de pele nas mesmas taxas que os pacientes de pele mais clara. Independentemente disso, todos devem usar FPS 30 ou superior – algo que essas pílulas certamente não fornecem”, compartilha Mônica.

O licopeno, em particular, apresenta riscos adicionais à saúde se ingerido incorretamente, conforme adverte a médica. “Ele pode causar diarreia e náusea, algumas dores de estômago, cólicas e pode interferir em alguns outros medicamentos, como os anticoagulantes. Por isso, se alguém estiver tomando anticoagulantes, poderá ter um risco maior de sangrar muito”, fala.

Mônica Aribi acrescenta, ainda, que não há muitos dados sobre os riscos e benefícios dos suplementos de licopeno e astaxantina, mesmo se tomados na dose “recomendada”. “Não sabemos realmente até que ponto eles são seguros. São necessárias mais pesquisas para realmente determinar isso”, frisa.

Então, aos que almejam aquele bronze de praia sem exposição ao sol, a dermatologista traz uma solução: as espumas e loções bronzeadoras temporárias.

Para saber mais, siga o perfil de Vida&Estilo no Instagram.

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