Chamados de “produtos químicos eternos”, os compostos químicos PFAS (per-e polifluoroalquil) são fabricados e utilizados pela indústria desde o final da década de 1930. Por serem muito comuns, essas substâncias são encontradas em uma ampla gama de produtos, inclusive a água potável.

Como esses produtos químicos contaminam a água, grande parte das pessoas ficam expostas ao PFAS.

Em busca de contornar a situação, o governos dos Estados Unidos anunciou, na última quarta-feira (10/4), limites estritos de PFAS em bebidas vendidas nos EUA.

De acordo com o site New York Post, especialistas esperam que a decisão tomada nos Estados Unidos possa prevenir milhares de doenças, inclusive enfermidades crônicas, e reduzir a exposição de 100 milhões de pessoas.

Segundo o New York Post, os PFAS podem ser encontrados em móveis, panelas, embalagens de alimentos, fiação elétrica e em outros produtos.

Como esses compostos químicos não se decompõem, eles podem se infiltrar nos solos superficiais e lixiviar para as águas subterrâneas e superficiais, o que leva à contaminação.

Em 1999, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) fez uma pesquisa e detectou esses produtos químicos no soro sanguíneo da maior parte das pessoas que foram testadas. A exposição aos PFAS tomou proporções tão grandes que eles foram encontrados até no leite materno, o que significa que a exposição a esses produtos químicos pode acontecer desde as fases iniciais.

O CDC precisa de mais pesquisas para identificar os efeitos causados por essas substâncias no organismo, mas os especialistas afirmam que elas podem estar associadas a problemas de saúde, como pressão alta e pré-eclâmpsia durante a gravidez, alterações nas enzimas hepáticas , aumento do colesterol, resistência às vacinas e alguns tipos de câncer.

De acordo com a NBC News, a decisão nos EUA estabelece o limite máximo de quatro partes por trilhão de água potável. Além disso, três PFAS adicionais estão sendo restritos a 10 partes por trilhão.

A decisão foi tomada por considerarem esses níveis de contaminação menos prejudiciais e considerarem uma quantidade mais fácil de ser tratada no abastecimento público de água. No entanto, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) espera que os sistemas de abastecimento removam totalmente os produtos químicos da água potável para não expor a população aos problemas que os PFAS podem causar.

“Cem milhões de pessoas ficarão mais saudáveis ​​e seguras por causa desta ação”, disse o administrador da EPA, Michael Regan, em uma teleconferência com a mídia, de acordo com a NBC News.

Uma pesquisa publicada em 2023 nos EUA mostrou que aproximadamente 45% da água da torneira contém PFAS.“O estudo estima que pelo menos um tipo de PFAS – daqueles que foram monitorados – pode estar presente em quase metade da água da torneira nos EUA”, disse a autora principal do estudo Kelly Smalling.

O problema não atinge apenas as torneiras: um estudo de 2021 descobriu que 39 de 101 diferentes águas engarrafadas testadas também contava com algum tipo de PFAS.

Filtros de água diminuem a contaminação

Segundo o New York Post, alguns filtros podem remover o PFAS da água. “Para remover um contaminante específico como o PFAS da água potável, os consumidores devem escolher um dispositivo de filtragem de água que seja certificado independentemente para remover esse contaminante por um laboratório reconhecido”, afirmou Jim Nanni, diretor associado de eletrodomésticos da Consumer Reports, ao site.

Além disso, é necessário atenção para a manutenção do filtro. “Se você não trocar o filtro e ele ficar saturado, os níveis de PFAS na água filtrada podem ultrapassar os níveis provenientes da torneira”, disse Tasha Stoiber, cientista que estuda química e tecnologia ambiental, ao EWG.

Apesar da água fervente ser eficaz na eliminação de alguns tipos de bactérias, ela não é capaz de purificar o PFAS, então, o filtro é a melhor opção para diminuir os riscos de contaminação.

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