Socialite dormia em poltrona e ficava sem comer, conclui relatório
À polícia, a socialite Regina Lemos Gonçalves relatou as situações a que era submetida por José Marcos. Uma médica confirmou as condições
atualizado
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O relatório final da Polícia Civil concluiu que a socialite carioca Regina Lemos Gonçalves viveu períodos sem comer e beber, além de ter dormindo em uma poltrona. Quem cometeu os delitos foi José Marcos Chaves Ribeiro. O homem trabalhou como motorista para a mulher de 88 anos. A história ficou conhecida como “Caso Chopin”, nome do prédio no Rio de Janeiro em que ocorreu o episódio de cárcere privado.
Em depoimento, Regina relatou as condições a que era submetida por José Marcos. A médica cardiologista Monique Esteves Cardoso atendeu em janeiro a socialite, que conseguiu fugir do apartamento em que vivia em cativeiro. À polícia, a profissional de saúde frisou que a vítima era mantida em situações precárias por apresentar estado físico debilitado.
Na declaração, a cardiologista alegou que Regina Lemos Gonçalves apresentava dificuldade de locomoção e pernas inchadas, em razão de dormir em uma poltrona. À polícia, a socialite contou sobre ser coagida e ter medo de José Marcos.
Regina revelou passar a temer pela própria vida após ver o então motorista empurrando a sua irmã, Terezinha Lemos Yamada, no chão. A familiar da socialite morreu em 2016.
Segundo o relatório policial, existem fortes indícios de que houve o cometimento de outros crimes, como o de associação criminosa e lavagem de dinheiro por suspeita de apropriação de bens móveis e dinheiro. Esses fatos renderam outro inquérito ainda em apuração. Devido às investigações, a polícia determinou a busca e a apreensão para recuperar um piano da socialite.
Indiciamento
Nessa quinta-feira (11/7), José Marcos Chaves Ribeiro foi indiciado pelo delegado Ângelo José Lages Machado da 12ª Delegacia de Polícia do Estado do Rio de Janeiro. Também destituíram o ex-motorista da função de curador e ele está proibido de se aproximar de Regina Lemos Gonçalves.
Segundo o delegado, o ex-motorista cometeu delitos previstos no Estatuto do Idoso; deixou de cumprir, retardar ou frustrar a execução de ordem judicial; expôs a perigo a integridade e a saúde física ou psíquica do idoso; e crime de violência psicológica contra a mulher.
“Destituição da curatela de José Marcos Chaves Ribeiro, com nomeação de um familiar ou outro curador, mediante a um termo de responsabilidade, na forma dos artigos 44 e 45 inciso I do Estatuto do Idoso, que dispõe sobre as medidas específicas de proteção ao idoso, devendo-se atentar para a real condição de vulnerabilidade e risco da vítima”, continuou o delegado Ângelo José Lages Machado.
Relembre o caso
Aos 88 anos, a socialite Regina Lemos Gonçalves acusa o ex-motorista José Marcos Chaves Ribeiro de mantê-la em cárcere privado por 10 anos no Rio de Janeiro. Após ter fugido, ela concedeu entrevistas e relatou a situação. A história passou a ser chamada de Caso Chopin, por ser o nome do edifício onde fica o apartamento de luxo em que a mulher esteve em cativeiro.
Os familiares e Regina afirmam que José Marcos forçou a socialite a assinar um documento de união estável. A idosa de 88 anos alegou não se lembrar do registro. Vale destacar que a socialite ficou viúva do fazendeiro e proprietário da empresa de baralhos Copag, Nestor Gonçalves, em 1994. O casal não teve filhos.
À época do falecimento de Nestor, o patrimônio deixado a ele para Regina chegou a ser avaliado em US$ 500 milhões, o equivalente a R$ 2,5 bilhões em cotação atual. Em entrevistas, parentes enfatizaram que José Marcos roubou uma parte considerável da fortuna da socialite, o que inclui joias e obras de arte.
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