Skincare: especialistas falam tudo sobre a prática do jejum de pele
A metodologia consiste em dar à pele um tempo para respirar, descansar e se redefinir. Vale a pena testar?
atualizado
Compartilhar notícia
Certamente, você já ouviu falar em jejum ou detox. Mas, provavelmente, não sabia que essas práticas podem ser aplicadas à pele. Desde o momento em que acordamos até a hora de dormir, realizamos uma rotina skincare com várias etapas e aplicações de produtos. Mas será que vale fazer uma “trégua” em algum momento e deixar a pele “respirar”?
A dermatologista Lindsey Zubritsky explicou ao portal Byrdie que o jejum cutâneo é uma pausa de todos os produtos atuais ou da rotina de cuidados com a cútis para dar à pele um tempo para respirar, descansar e se redefinir. “Ele permite que a sua pele funcione naturalmente da forma pretendida, sem a ajuda de produtos…”, disse a médica.
Apesar de ser um conceito simples, o jejum cutâneo varia de pessoa para pessoa. De acordo com a esteticista Karen Fernandez, assim como é o jejum relacionado à comida, pode haver diferentes níveis de quanto o indivíduo elimina e por quanto tempo. “A teoria é permitir que sua pele reconstrua sua camada protetora do estrato córneo para promover uma melhor saúde e resiliência… Também pode ser uma boa maneira de detectar produtos que estão causando irritação, erupções ou outros problemas de pele”, falou.
Embora seja fácil ter acesso às informações sobre quais produtos funcionam melhor para determinados tipos de derme, quais funcionam melhor entre si e quais a pessoa deve evitar, também é fácil se atualizar com novos lançamentos, modismos e tendências. O jejum de pele, portanto, não precisa ser uma eliminação total desses produtos. Às vezes, pode ser apenas descontinuar um item por vez para testar o que funciona melhor para cada caso.
Segundo a esteticista Natalie Aguilar, o jejum cutâneo é exclusivo do indivíduo. “Alguns eliminam produtos lentamente, enquanto outros perdem o controle”, afirmou.
“Para um jejum de pele completo, você para de usar todos os seus produtos totalmente”, esclareceu Karen Fernandez. “Sem limpar, tonificar ou aplicar soros e hidratantes… Deixar que o sebo [óleo] natural da sua pele faça todo o equilíbrio e proteção é a ação principal”, completou. Entretanto, é importante “ouvir a cútis” durante todo o processo, que pode durar de alguns dias a algumas semanas, conforme ensinou a dermatologista Lindsey Zubritsky.
“Eu recomendo seguir o básico com o sabonete, hidratante e protetor solar…”, opinou Natalie Aguilar. Porém, a especialista adverte que, caso a pessoa queira eliminar o protetor solar, ela também deve eliminar a exposição ao sol.
Para Lindsey Zubritsky, excluir todos os produtos pode, potencialmente, causar estragos na derme. “Por exemplo, se você parar de lavar o rosto com um sabonete, sujeira, resíduos, maquiagem e óleo podem se acumular, resultando em mais erupções”, ilustrou a dermato.
Devo tentar?
Karen Fernandez informou que o jejum cutâneo pode ser benéfico para pessoas com derma sensível. “Dá tempo à pele para não ter nenhum ingrediente ativo que possa desencadear a inflamação”, justificou. A esteticista destacou, ainda, que a prática é mais favorável para indivíduos com a cútis seca, e a pele oleosa e com tendência acneica não se beneficiará com o jejum completo de qualquer duração.
Qualquer pessoa que encara problemas em sua rotina de cuidados com a derme também pode se beneficiar de uma forma mais branda de jejum cutâneo, eliminando um produto por vez até identificar o fator de irritação. “Qualquer pessoa pode experimentar o jejum de pele, especialmente aqueles que sentem que sua pele precisa ser restaurada”, citou Natalie Aguilar.
Quem deve evitar?
Lindsey Zubritsky, como dermatologista, não recomenda a prática a pessoas com doenças de pele, como eczema, acne não controlada, rosáceas, melasma ou outras ocorrências que exigem a aplicação de produtos tópicos para tratamento. Ela, por exemplo, não é adepta à eliminação total dos produtos cutâneos de uma vez, “especialmente se você tem uma condição de pele que requer ingredientes ativos.”
“É aconselhável falar com seu dermatologista ou médico sobre uma pausa de quaisquer produtos prescritos que você esteja usando atualmente, já que alguns não devem ser interrompidos”, concordou Natalie Aguilar. “Se você usou algum ácido nos últimos três dias, especialmente retinol, você deve continuar a usar protetor solar e limitar a exposição ao sol”, explicou.
Afinal, vale a pena experimentar?
Aos que estão na dúvida sobre a metodologia, Zubritsky deu a dica: “Recomendo retirar lentamente um produto de cada vez para ver como sua pele reage”, comentou. “O jejum cutâneo no sentido de ‘desintoxicar’ sua pele não tem base fisiológica ou científica”, esclareceu.
“Eu recomendo o jejum de pele para qualquer pessoa que sinta que precisa de uma reinicialização ou está confuso sobre o que sua pele pode precisar”, opinou Natalie Aguilar. “Você pode explorar o que sua pele pode estar faltando ou ter muito. Também é uma ótima maneira de testar se seus produtos atuais estão realmente funcionando para você”, completou a esteticista.
“A pele é muito inteligente e se tornará resiliente com o tempo”, continuou Karen Fernandez. “O que eu recomendo ocasionalmente é apenas usar o básico [sabonete e protetor solar] e dar tempo à sua pele para descansar e se reconstruir. Isso evitará que o seu jejum se transforme em um desastre que o trará de volta na luta contra a acne ou qualquer outra doença de pele”, concluiu.
Para saber mais, siga o perfil da coluna no Instagram.