Sete formas de contribuir em prol do Líbano após terrível explosão no país
A tragédia devastou bairros da cidade e deixou mais de 300 mil desabrigados. Instituições criaram fundos para ajudar quem precisa
atualizado
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Desde a última terça-feira (4/8), o Líbano protagoniza as manchetes e redes sociais com cenas chocantes das explosões que devastaram a capital, Beirute. Impossível não ficar impressionado com o vídeo do momento exato do incidente captado pelo fotógrafo que registrava o ensaio de uma noiva nas ruas da cidade. Ou, ainda, da babá que salvou, em questão de segundos, uma criança dos estilhaços provenientes do estouro das janelas.
De acordo com a rede de tevê Al Jazeera, a tragédia ocorrida no porto de Beirute deixou pelo menos 163 mortos e, infelizmente, dezenas de pessoas continuam desaparecidas. Para o governo local, são nulas as chances de encontrar alguém com vida ou de identificar os corpos, sendo a maioria de trabalhadores e motoristas estrangeiros. Até esse domingo (9/8), foram contabilizados 6 mil feridos.
A tragédia devastou totalmente bairros da cidade, deixando mais de 300 mil pessoas desabrigadas. “Metade da população de Beirute tem casas que serão impossíveis de viver em um futuro próximo”, destacou Marwan Abboud, governador de Beirute, em conversa com a CNN. Vídeos dos danos das explosões viralizaram nas redes sociais. Na ocasião, mostram ruas ocupadas por destroços, edifícios desmoronados e janelas quebradas em decorrência do forte impacto.
Abaixo, confira o ensaio da noiva nas ruas de Beirute e, em seguida, o instante da explosão:
A onda de destruição não parou por aí. Gerada por quase 3 mil toneladas de nitrato de amônio, a explosão abriu uma cratera de 43 metros de profundidade na capital libanesa, segundo a agência France Presse. Primeiramente, o presidente do Líbano, Michael Aoun, chegou a dizer que o material havia sido armazenado sem segurança por seis anos no porto de Beirute.
Em seguida, o mandatário afirmou que a investigação iria confirmar a causa do desastre – negligência, acidente ou interferência externa. Chegaram a cogitar ataque terrorista, mas, momentos anteriores à explosão, um armazém na região portuária pegou fogo e, consequentemente, detonou o nitrato de amônio, segundo a Agência Nacional de Notícias do Líbano.
Crise
Situado no Oriente Médio, o Líbano passava por uma tensão política antes do desastre com materiais químicos acontecer. De acordo com a Unicef, a explosão em Beirute é a última parcela de uma terrível crise no país, onde o colapso econômico e o aumento nos casos de Covid-19 deixaram famílias necessitando de assistência emergencial. Conforme noticiou a emissora Al Jazeera, a nação registrou recorde de casos de coronavírus após a tragédia.
O aumento de óbitos e de infectados cresce em um momento em que os hospitais estão lotados com a presença de feridos do incidente. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) dessa segunda-feira (10/8) mostram que o Líbano contabiliza 6.517 contaminados e 78 mortos. Houve um aumento de 272 novos casos e quatro óbitos desde o último boletim.
Além de tentar tratar os feridos dos escombros e salvar os pacientes da Covid-19, os profissionais de saúde enfrentam outros desafios ocasionados pela tragédia. “O hospital está com muitos vidros quebrados, a porta de entrada está completamente destruída. Parte do teto caiu sobre pacientes em alguns quartos. Ouvimos um estrondo, então tudo estava tremendo”, recordou Rima Azar, diretora de um hospital libanês, em entrevista ao The New York Times.
Parte da população acusa políticos em exercício de ter responsabilidade no episódio da explosão, atribuindo o problema à negligência e à corrupção no país. A combinação de crise político-econômica, pandemia do novo coronavírus e destruição decorrente do incidente aumentou a insatisfação popular contra o governo libanês.
A explosão só atenuou os ânimos que já estavam exaltados. Após o desastre, uma onda de protestos surgiu. Revoltados, os manifestantes exigiam a renúncia do primeiro-ministro libanês, Hassan Diab. O premiê deixou o posto nesta segunda-feira (10/8), depois que os ministros de Justiça, Informação e Meio Ambiente haviam pedido demissão.
Solidariedade
Atualmente, existe uma grande escassez de itens básicos entre os 300 mil desabrigados. “Eles precisam de abrigo, comida, produtos de limpeza. E precisam de ajuda para recolher o que sobrou de suas casas”, afirmou Rona Halabi, porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, à BBC.
Internacionalmente, o Brasil é conhecido por ter um povo solidário e disposto a ajudar quem precisa.
Aos interessados em oferecer assistência ao Líbano, de qualquer valor, veja algumas instituições não-governamentais que passaram a receber doações:
Cruz Vermelha Libanesa
Considerada a principal prestadora de serviços de ambulância no país, a Cruz Vermelha Libanesa conta com 3 mil técnicos de emergência médica. Os pacotes de doações começam a partir de US$ 2, o equivalente a quase R$ 11. Para informações, acesse aqui.
Unicef
Braço da ONU voltado ao cuidado com as crianças e adolescentes, o Unicef desenvolveu um fundo de ajuda humanitária exclusivo para ações de suporte à infância. A doação pode ser de qualquer quantia pelo link. “O Unicef está no local ajudando crianças, profissionais de saúde e outros na linha de frente”, escreveu a instituição no banner do site oficial.
Impact Lebanon
A organização sem fins lucrativos criou um fundo de ajuda humanitária ao desastre ocorrido em Beirute. A renda obtida é revertida a instituições que necessitam de assistência financeira. A meta é arrecadar 7,5 milhões de libras, o mesmo que R$ 53,5 milhões. Por enquanto, a Impact Lebanon alcançou 5,7 milhões de libras com a doação de 163 mil apoiadores.
“Lançamos uma campanha de arrecadação de fundos com o objetivo de proporcionar algum alívio às pessoas afetadas pela calamidade. O tamanho do suporte que recebemos foi maior do que esperávamos. Alcançamos nossa primeira meta em minutos e à meia-noite já havíamos ultrapassado a marca de 1 milhão de libras”, publicou a Impact Lebanon em comunicado. Deseja doar? Clique aqui.
Oxfam International
Atuante em mais de 90 países, a Oxfam International montou um fundo de socorro e recuperação para fornecer água, saneamento e assistência financeira aos necessitados do Líbano. Por meio de ações emergenciais, a ONG busca soluções para erradicar a pobreza e desigualdade social. “Qualquer montante é bem-vindo”, frisam os colaboradores no site. Mais detalhes, clique aqui.
Atfalouna
A instituição Atfalouna elaborou uma campanha para fornecer às famílias em situação de vulnerabilidade leite em pó e fraldas aos bebês. Para contribuir, clique no link.
Beit El Baraka
A organização oferecia assistência a quem enfrentava dificuldades financeiras no Líbano. Após a tragédia em Beirute, a Beit El Baraka estabeleceu como objetivo desenvolver abrigos de emergência, reabilitar casas e ajudar famílias na reconstrução de seus respectivos lares. Tem interesse em doar? Acesse aqui.
Aline Deschamps
Atuante no Líbano, a fotógrafa e filantropa Aline Deschamps criou um fundo para assistir as empregadas domésticas que ficaram desempregadas com as restrições sanitárias impostas pela pandemia do novo coronavírus. Com as megaexplosões, a situação complicada enfrentada pelas mulheres se intensificou, visto que algumas perderam suas casas. Para informações, clique aqui.
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