metropoles.com

Sessão em 4K de Deus e o Diabo na Terra do Sol lota o Cine Brasília no Dia do Cinema Nacional

O produtor Lino Meireles e a cineasta Paloma Rocha, filha de Glauber Rocha, restauraram o filme Deus e o Diabo na Terra do Sol

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Wey Alves/Metrópoles
Brasília (DF) 19/06/2023. Debate e Exibição do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol no Cine Brasília. Fotos: Wey Alves/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF) 19/06/2023. Debate e Exibição do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol no Cine Brasília. Fotos: Wey Alves/Metrópoles - Foto: Wey Alves/Metrópoles

A capital federal comemorou o Dia do Cinema Nacional, nessa segunda-feira (19/6), com uma sessão especial do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, obra máxima de Glauber Rocha, no lotado Cine Brasília. Quem compareceu ao prestigiado evento teve a oportunidade de assistir pela primeira vez a projeção do longa-metragem na tecnologia 4K. O processo de restauração passou pelo olhar criterioso da cineasta e pesquisadora Paloma Rocha, filha de Glauber, e do produtor Lino Meireles.

Antes de conferirem a versão em 4K do filme de 1964, os presentes — a exemplo da ministra da Cultura, Margareth Menezes —, ficaram por dentro de cada passo da restauração da produção de Glauber Rocha. Na ocasião, houve um bate-papo comandado pelos dois responsáveis diretos pela revitalização da obra. Doutora em história, a professora Miriam Silvestre também colaborou com a conversa, que teve tradução em Libras.

Lino Meireles
Lúcia Rocha com a avó, Paloma Rocha
Sala de cinema lotada

De acordo com Meireles, o audiovisual brasileiro é muito rico e bem preservado na Cinemateca Brasileira. Com vontade de assistir ou ter acesso a produções de Glauber Rocha que não estavam disponíveis em DVD, ele conversou com Sara Rocha, neta do icônico cineasta, e em seguida, conheceu Paloma. A partir de então, mais precisamente em 2018, passaram a falar a respeito da restauração de Deus e o Diabo na Terra do Sol.

“Foi o primeiro filme restaurado e por ser o primeiro, obviamente, tiveram alguns processos que ainda estavam se acertando. Havia uma necessidade de ainda restaurar esse filme, que já tinha sido restaurado e, por isso, era um pouco mais difícil”, explicou Lino Meireles. Eles deram início ao trabalho em 2019, entretanto, a pandemia da Covid-19 atrapalhou os planos da dupla.

Até chegar às mãos de Paloma, Lino e outros renomados profissionais, o longa-metragem “repousava” em cinco latas de negativos de fita 35 milímetros na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Conforme o produtor detalhou, o material recolhido de 118 minutos precisou ser fotografado em 4K frame por frame. “Não é assim: vai passando o filme e vai fotografando. É passa um frame e ‘clac‘”, salientou.

Momento da exibição do filme em 4K
Lúcia Rocha, Paloma Rocha, Lino Meireles e Miriam Silvestre

Lino revelou que o processo rendeu três semanas de escaneamento individual de cada frame de imagem e som que, depois, precisaram ser separados. Segundo Paloma, um restauro desses costuma durar em média 18 meses. Desde o início, ela pediu ao produtor para o projeto ser feito em 4K por não dispor de “interferência digital nem de marcação de cor”.

“Tem um novo negativo digital em 4K, que está armazenado na Cinemateca Brasileira, é algo assim ‘do futuro’. Lembrando que o restauro começou em uma projeção de uma sala de cinema com a sua melhor cópia reunida. Foi restaurado e o negativo está preservado em 4K. Depois minha neta ou alguém daqui a duas ou três gerações queira mexer de novo, vai ter a sua oportunidade”, enfatizou Paloma, filha de Glauber.

Sarah Rocha, filha de Paloma
Aplausos do público

A revitalização foi estreada no ano passado. Durante a conversa, Paloma frisou que o trabalho de conservação da Cinemateca Brasileira e o restauro possibilita as produções de Glauber Rocha continuarem vivíssima. “A obra dele não vai morrer. Está toda preservada e é um feito mesmo. Eu agradeço à minha avó de ter colocado essa semente em mim e ao meu pai por ter permitido que tudo isso fosse feito”, sustentou.

“O meu desejo é que a obra dele precisa disponibilizada em breve, todos os originais, porque é inédita. Ninguém sabe esse lado documental do Glauber, as pessoas não conhecem, eu faço votos que nestes próximos quatro anos nós consigamos fazer isso”, almeja Paloma Rocha. Ela deu início ao projeto de restauração do material em 2003. A cineasta descreveu o pai como uma “pessoa muito organizada”, razão para os conteúdos estarem em bom estado.

Ministra

Ministra da Cultura, Margareth Menezes marcou presença na sessão de Deus e o Diabo na Terra do Sol. Em discurso, ela teceu elogios aos dois principais nomes envolvidos no restauro, ou seja, Lino Meireles e Paloma Rocha. “Uma vitória da cultura neste dia especial! Reforça também a importância do trabalho de preservação e de difusão das obras para os estudiosos e os amantes do cinema, que será feito aqui pela Cinemateca Brasileira”, festejou a gestora da pasta.

Ministra da Cultura, Margareth Menezes
Joelma Gonzaga, secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura

Importância

Em entrevista à Coluna Claudia Meireles, a doutora em história Miriam Silvestre destacou que exibir Deus e o Diabo na Terra do Sol no Cine Brasília é uma forma de reverenciar o Dia do Cinema Nacional. “Data que deve ser lembrada todos os anos”, pontuou. Para a professora, o audiovisual brasileiro tem produções que são “grandes referências” e a obra de máxima de Glauber Rocha entra no rol.

“Deus e o Diabo na Terra do Sol está no patamar das grandes referências da nossa cinematografia. Por exemplo, Eles Não Usam Black-tie, do Leon Hirszman. É um filme fantástico. Mais recentemente tem Bacurau. Algo impressionante. Que Horas Ela Volta. Alguns filmes do Mazzaropi. Chega a ser difícil a gente lembrar de tantos, mas esses são alguns títulos que quando me veem com referências. Outro do Glauber, como Terra em Transe”, elencou Miriam.

Doutora em história, a professora Miriam Silvestre

Confira os cliques de quem passou pelo evento:

Carla Barcellos, assistente atividades formativas, e Alice Godoy, secretária executiva do Cine Brasília
Lino Meireles, Flávia Guth e Laura Guth Estevão
Lino Meireles, Valder Junior, Natália Brandino, Miriam Silvestre e André Machado
Claudia Meireles e a ministra da Cultura, Margareth Menezes
Miriam Silvestre
Camila Menezes e Gabriela Mello
Público na bilheteria para conferir a sessão especial
Bilheteria do Cine Brasília
Nicolas Behr
Klaus Von Behr
Marco Gris e Marli Valduga
Melina Calazans e Caian Pelles
Nilson Alexandre e Márcia Holanda
Henfil, Elis Loss e Henrique Gomes
Lino Meireles, Valder Junior, Natalia Brandino, Miriam Silvestre e André Machado
Marcos Vinhal e Daniela Siqueira
Wesley Almeida, Pedro da Silva e Natalia Seabra
Lino Meireles e Claudia Meireles
Nicolas Behr e Klaus Von Behr
Pagu e Fernanda Bueno
Clique do backdrop de Deus e o Diabo na Terra do Sol
Lino Meireles, Natalia Brandino e Valder Junior
Ricardo Marques, Emanuel Lavor, AC Nicolau e Jennifer Castro
Vladimir Carvalho
Claudia Meireles e Berê Bahia
Gioconda Caputo e Sérgio Moriconi
Leon Mortari e Priscila Franco
Naiara Rocha, Gabriel Vivarte e Letícia Souza
Vinicius Miranda Soares
Vinicius Rezende e Mariana Lacerda
Emanuel de Carvalho e Jeffersson Santos
Cleri Fichberg, Inês Ulhoa e Silvana Cosac
O Cine Brasília exibiu Deus e o Diabo na Terra do Sol na noite dessa segunda-feira (19/6)
Bilheteria do cinema
Fila para conferir a sessão especial de Deus e o Diabo na Terra do Sol
Lúcia Rocha ao lado da avó, Paloma Rocha, Lino Meireles e Miriam Silvestre
Plateia assiste ao bate-papo
Lúcia Rocha, Paloma Rocha e Lino Meireles
Lucia Rocha, Paloma Rocha, Lino Meireles e Miriam Silvestre
O Cine Brasília ficou lotado
Público descobre detalhes do processo de restauração de Deus e o Diabo na Terra do Sol
Lúcia Rocha com a avó, Paloma Rocha, Lino Meireles e Miriam Silvestre
Responsáveis pela restauração da produção conversam sobre o projeto
Cine Brasília lotado
Ministra da Cultura, Margareth Menezes
Ministra da Cultura, Margareth Menezes elogia o trabalho de restauração da obra máxima de Glauber Rocha
No telão, o longa-metragem em 4K
Ministra da Cultura, Margareth Menezes e Paloma Rocha
Vladimir Carvalho e Lino Meireles
Márcia Witczak
Eduardo Athayde; ministra da Cultura, Margareth Menezes; e Aleixo Belov
Ana Maria Duarte, Paloma Rocha e Damiana Duarte
Paloma Rocha e Vladimir Carvalho
Aleixo Belov, Lino Meireles e Eduardo Athayde
Elis Loss; ministra da Cultura, Margareth Menezes; Henrique Gomes; e Henfil
Entrada do Cine Brasília
O cinema exibiu Deus e o Diabo na Terra do Sol nessa segunda-feira (19/6)

Para saber mais, siga o perfil da coluna no Instagram.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?