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Se beber, não viaje: pesquisadores revelam os riscos do hábito a bordo

Um estudo publicado na revista Thorax Monday revelou que beber a bordo pode ter efeitos nocivos para a saúde do coração

atualizado

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1 de 1 Avião - Foto: Getty Images

Na hora de programar uma viagem, o medo de andar de avião pode atrapalhar a experiência. Como forma de aliviar a tensão, muitas pessoas tomam bebidas alcoólicas em voos. Embora o hábito seja comum, um estudo publicado este mês na revista Thorax Monday revelou que beber a bordo pode ter efeitos nocivos para a saúde do coração.

Conduzido pelo Instituto de Medicina Aeroespacial da Alemanha, o estudo apontou que a combinação do álcool e da pressão da cabine em altitude de cruzeiro, especialmente passageiros que dormem durante o trajeto, pode reduzir a quantidade de oxigênio no sangue e aumentar a frequência cardíaca por um longo período, mesmo em jovens saudáveis.

Combinar álcool e a pressão da cabine em altitude de cruzeiro, especialmente, nos passageiros que dormem durante o trajeto pode ter efeito nocivo à saúde
Combinar álcool e a pressão da cabine em altitude de cruzeiro, especialmente passageiros que dormem durante o trajeto, pode ter efeito nocivo à saúde

Para chegar na tese, os autores fizeram testes com dois grupos de participantes. No grupo controle, os entrevistados cochilavam em um laboratório do sono em condições normais, enquanto a outra metade dormia em uma câmara de altitude que imitava a pressão da cabine de um avião em altitude de cruzeiro.

Depois de separar os grupos, os estudiosos submeteram os participantes em duas situações distintas. No primeiro momento, os dois grupos deitaram sem ter colocado nenhum gole de bebida alcoólica na boca. Na noite posterior, antes de adormecer, cada participante foi exposto a bebidas com álcool.

Nas duas situações, os pesquisadores testaram a frequência cardíaca de cada participante, além dos níveis de saturação de oxigênio no sangue e os estágios e eficiência do sono. Com o resultado em mãos, eles notaram que o consumo moderado de álcool e as condições “durante o voo” aumentava a frequência cardíaca e reduzia os níveis de oxigênio no sangue.

“Em conjunto, os resultados indicam que, mesmo em indivíduos jovens e saudáveis, a combinação da ingestão de álcool com o sono em condições hipobáricas [inferior à pressão atmosférica] representa uma pressão considerável sobre o sistema cardíaco e pode levar à exacerbação dos sintomas em pacientes com doenças cardíacas ou pulmonares”, escreveram.

Outros perigos

Além dos riscos de beber a bordo, os pesquisadores também acrescentaram outro alerta. Segundo os especialistas, pessoas que sofrem de apneia do sono e outros problemas respiratórios devem se abster de bebidas alcoólicas por, pelo menos, 12 horas antes de embarcar em uma viagem, para evitar qualquer emergências nas alturas.

Para além da descoberta, os autores entendem que os resultados encontrados nas pesquisas serve como uma recomendação para todos os envolvidos na dinâmica de um aeroporto.

“Os profissionais, passageiros e tripulantes devem ser informados sobre os riscos potenciais. É preciso considerar a alteração dos regulamentos para restringir o acesso a bebidas alcoólicas a bordo dos aviões”, finalizou.

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