Depois de quase sete décadas, o Reino Unido terá uma cerimônia de coroação do monarca reinante neste sábado (6/5). Com 74 anos, Charles será oficialmente coroado rei de 15 países, enquanto sua esposa, Camilla Parker, se tornará rainha. A solenidade acontecerá na icônica Abadia de Westminster, em Londres.

Seguindo a pontualidade britânica, a cerimônia religiosa está marcada para iniciar às 11 horas no horário local, ou seja, 7h pelo fuso horário de Brasília. Para chegar ao templo religioso, Charles sairá do Palácio de Buckingham em uma procissão. Ele estará em uma carruagem usada anteriormente pela mãe, a falecida rainha Elizabeth II.

Outros integrantes da realeza britânica acompanharão o soberano no trajeto, a exemplo de seu primogênito, o príncipe William; da nora Kate Middleton; e de seus dois irmãos, a princesa real Anne e o conde de Wessex, Edward. Três dos cinco netos do rei, George, Charlotte e Louis, com 9, 8 e 7 anos, respectivamente, participarão do momento.

Culto religioso

O culto religioso será conduzido pelo arcebispo de Canterbury, Justin Welby, líder da Comunhão Anglicana.

Dentro da Abadia, os trajes sagrados e símbolos oficiais da monarquia, o que inclui o cetro com a cruz, o cajado de São Eduardo e as espadas da Misericórdia, Justiça Espiritual e Justiça Temporal, devem ser conduzidos ao rei e à rainha.

Pelo protocolo descrito pelo Royal Collection Trust, a parte mais sagrada de toda a coroação se trata da unção do rei. O arcebispo será o responsável por derramar o óleo do crisma, consagrado em Jerusalém, em uma colher especial para ungir o soberano nas mãos, peito e cabeça. O momento da bênção fica escondido por ser “tampado” por um dossel.

Principal peça das joias da realeza britânica, a coroa de St. Edward, a ser colocada na cabeça do rei, é cravejada com mais de 400 pedras preciosas. O monarca ficará um curto período de tempo com o majestoso acessório por ser pesado, com 2,23 quilos. O adorno mede 30 centímetros de altura. Já o trono em que o soberano se sentará soma mais de 700 anos.

Rainha sem o consorte

Por ser casada com o rei Charles, Camilla deveria ser chamada de rainha consorte. A partir da coroação, porém, ela passará a ser definida como rainha, apenas. Embora detenha o importante título, ela não integra a linha de sucessão do trono. O primeiro da fila é o primogênito do monarca, o príncipe William.

Local

Imponente templo religioso, a Abadia de Westminster faz parte de diversos capítulos da história da monarquia britânica por testemunhar a coroação de todos os soberanos desde Edward I em 1274, exceto de Edward V e Edward VIII, o primeiro sofreu um “golpe” e o segundo abdicou ao posto, respectivamente. Antes disso, em 1066, houve a cerimônia de Guilherme, o Conquistador.

A construção atual da igreja começou em 1245 por Henrique III. A Abadia de Westminster foi “palco” de 16 casamentos reais, número que abrange o enlace da então princesa Elizabeth e do príncipe Philip, em 1947. O templo abriu as portas para funerais, por exemplo, o da princesa Diana, em 1997, e o da rainha Elizabeth em setembro do ano passado.

Retorno

Ao término da solenidade religiosa, Charles, Camilla, William e Kate com os três filhos voltarão ao Palácio de Buckingham em carruagens, alguns diferentes do primeiro trajeto. O grupo sênior da realeza saudará os súditos da varanda do Palácio de Buckingham. É uma tradição o monarca voltar ao castelo após o culto religioso para cumprimentar os britânicos da sacada.

Convidados

A imponente solenidade contará com 2 mil convidados. Além de integrantes e amigos próximos da família real, a ocasião reunirá monarcas de outros países, representantes da sociedade civil, líderes políticos e chefes de Estado. Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden não irá à coroação, entretanto, sua esposa, Jill Biden, o representará.

Confirmaram presença no solene evento o príncipe Albert de Mônaco e, também, o príncipe Fumihito e a esposa, Kiko, da realeza japonesa.

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