Saiba quanto custa a monarquia britânica aos cofres britânicos
A morte da Rainha Elizabeth reacendeu o debate sobre a importância da realeza em pleno século 21
atualizado
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A família real, conhecida por sua pompa, tradição e um papel simbólico significativo, continua a ser um tópico de interesse e debate na sociedade britânica. Enquanto a monarquia desempenha um papel fundamental na cultura do Reino Unido, muitos cidadãos se perguntam quanto custa manter essa instituição.
A morte da Rainha Elizabeth reacendeu o debate sobre a importância da realeza em pleno século 21, principalmente após seu funeral custar 161 milhões de libras (R$ 971 milhões), valor divulgado pelo Tesouro do Reino Unido. Outro gasto recente foi a coroação do rei Charles III, que ficou em 100 milhões de libras (R$ 650 milhões).
Os escândalos que a família real enfrenta também abala sua popularidade entre os britânicos. Entre as polêmicas, estão as atitudes do príncipe Andrew, associado ao criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein; além de acusações de racismo feitas por Meghan Markle em entrevista à Oprah Winfrey.
Segundo dados da Forbes, o patrimônio líquido da família real gira em torno dos 72,5 bilhões de libras (435 bilhões). Apenas a fortuna da rainha Elizabeth II, falecida em 2023, era estimada em cerca de 331 milhões de libras ( R$ 2 bilhões).
A Coluna Claudia Meireles traz em detalhes os gastos e ganhos da família real. Os dados foram divulgados pelo site britânico Express.
De onde vem o dinheiro?
Os custos associados à família real são financiados principalmente pelos contribuintes britânicos. Existem três fontes principais de financiamento: o subsídio soberano (Sovereign Grant); a riqueza privada, em especial das propriedades Duchy of Lancaster e Duchy of Cornwall; e heranças, caso do patrimônio da rainha Elizabeth.
O subsídio soberano é um pagamento anual de aproximadamente 25% do lucro do Crown Estate, fundo criado pelo rei George III. Em receita líquida durante o exercício financeiro de 2022 a 2023, o Crown Estate gerou um recorde de 443 milhões de libras (R$ 2,6 bilhões). Já os valores das propriedade Duchy of Lancaster e Duchy of Cornwall acumularam um lucro de 47,5 milhões de libras (R$ 324 milhões).
Quem paga pelas cerimônias da realeza?
A maior parte do subsídio soberano vai para manutenção de propriedades, folha de pagamento dos funcionários, viagens e hospedagem, além da realização de eventos para visitantes ilustres.
Em eventos de impacto nacional também são retirados montantes excepcionais dos cofres do Her Majesty’s Revenue and Customs – HMRC (Receita e alfândega de sua majestade, em tradução livre), a principal autoridade tributária do Reino Unido, o equivalente a Receita Federal no Brasil.
O HMRC é o responsável pela cobrança de impostos, pelo pagamento de algumas formas de apoio estatal e pela administração de outros regimes regulatórios.
Lucros x gastos da família real
Um dos argumentos em favor da monarquia é o impacto positivo que ela tem no turismo e no comércio. As propriedades históricas da coroa, como o Palácio de Buckingham e a Torre de Londres, atraem milhões de visitantes todos os anos, gerando receita para a economia do Reino Unido.
Além disso, a família real britânica é uma das marcas mais reconhecíveis do mundo, o que impulsiona o turismo e as exportações britânicas. Produtos associados à realeza, como lembranças e moda, são vendidos em todo o mundo.
De acordo com a Brand Finance, consultoria especializada em avaliação de marcas, a família real deve arrecadar 2,3 bilhões de libras (R$ 13,8 bilhões) para o Reino Unido ao longo deste exercício financeiro. A coroação do rei Charles III pode ter influenciado no lucro do ano.
Com custos que chegam a 1,3 bilhão de libras (R$ 7,8 bilhões), a Brand Finance afirma que a monarquia deve render ao país 958 milhões de libras (R$ 5,7 bilhões) até março de 2024.
O advogado britânico David Haigh defendeu que a família real é lucrativa para os cofres britânicos.
“Distribuídos entre os 67 milhões de pessoas do Reino Unido, os benefícios financeiros decorrentes da monarquia são estimados em mais de 8,50 (R$ 51) libras por pessoa, por ano, e os custos recorrentes são estimados em aproximadamente 5,50 (R$ 33) libras por pessoa, por ano”, calculou.
Os grupos antimonarquia contestam esses valores, afirmando que, considerando os custos para os conselhos locais, as forças policiais e os custos de segurança, a família real deixa o país, na verdade, com 345 milhões de libras (R$ 2,1 bilhões) de prejuízo.
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