Saiba quais protocolos serão ativados com a morte da rainha Elizabeth
O que vai acontecer quando a rainha morrer? Uma operação já está montada há anos e será ativada segundos após a confirmação da morte
atualizado
Compartilhar notícia
Considerada a soberana mais longeva da história das monarquias, a rainha Elizabeth II tem 95 anos e, em 2022, comemora o Jubileu de Platina em celebração às sete décadas de reinado à frente do trono britânico. Ela ascendeu ao comando da Coroa após a morte do pai, o rei George VI, em 1952. E o mesmo deverá ocorrer em sua partida. Embora haja dúvidas sobre a permanência desse sistema de governo após o falecimento da monarca, caso o regime continue, assumirá o posto o príncipe Charles, primogênito dela com Philip.
Detentora de uma “saúde de ferro”, Elizabeth foi recentemente flagrada dirigindo. Diante do fato, uma pergunta veio à mente dos súditos: “O que vai acontecer quando a rainha morrer?”. Mesmo que o anúncio do falecimento dela “pegue” o mundo de surpresa, uma operação já está montada há anos e será ativada segundos após a confirmação do óbito. Caso desconheça os protocolos a serem acionados devido ao fim da vida da soberana, a coluna Claudia Meireles te conta todos os detalhes da Operação London Bridge.
Os integrantes da dinastia Windsor e o governo britânico sabem tintim por tintim o que irá ocorrer no dia e nas semanas seguintes à partida da rainha. O falecimento de Elizabeth não provocará mudanças apenas no Reino Unido e nos 16 países que formam os Reinos da Comunidade das Nações (chamados de Commonwealth). Por ser reconhecida como uma líder mundial, a morte da monarca afetará todo o planeta. Ao longo do reinado, a soberana conheceu seis papas, acompanhou 12 primeiros-ministros e assistiu a 20 jogos olímpicos.
Ativar!
O plano começa quando o secretário particular da monarca, Edward Young, transmitir um aviso ao primeiro-ministro do Reino Unido. O colaborador da realeza usará um código para dar a notícia. De acordo com o jornal The Mirror, a mensagem será “London Bridge is down” (A ponte de Londres caiu, em tradução do inglês). O recado fará com que o político coloque a operação em ação. Em questão de minutos, os 16 governos da Commonwealth serão informados do falecimento.
Em um primeiro momento, a informação do falecimento da rainha será tratado como ultrassecreto, por isso, o comunicado só pode ser enviado por meio de uma frequência captável apenas por equipamentos específicos. Mas, a situação dependerá da forma como a soberana morrer, de modo súbito ou com doença prolongada. Segundo o The Mirror, os destinatários a receberem a mensagem são chefes de Estado envolvidos com os assuntos britânicos. Eles deverão colocar uma faixa preta no braço direito.
TV
Residência oficial de Elizabeth II, os portões do Palácio de Buckingham darão um aviso com as notícias. A operação London Bridge envolve um planejamento detalhado com a mídia. Simultaneamente, um newsflash estratégico irá alertar a imprensa mundial sobre a morte da monarca. Emissora de rádio e tevê britânica, a BBC terá a grade interrompida para passar o anúncio e, em seguida, focar em assuntos relacionados à morte da soberana. No canal, programas de humor estão cancelados até o final do funeral da rainha.
A CNN finalizou peças sobre a vida de Elizabeth, conforme publicou o Daily Mail. O material está pronto para ser exibido quando chegar o momento. Outros grandes canais também prepararam programas especiais. Assim como os integrantes da dinastia Windsor, os jornalistas da BBC deverão usar somente roupas pretas ao longo da programação e o tradicional logotipo da empresa de mídia ficará na mesma cor em razão do luto.
Os profissionais da emissora têm à disposição vestimentas na tonalidade de forma a evitar que sejam pegos de surpresa. Em 2002, o âncora Peter Sissons, da BBC, foi criticado por anunciar o falecimento da Rainha-Mãe, Elizabeth Bowes-Lyon, com uma gravata vermelha. O jornal transmitido no momento sofreu uma interrupção e o profissional apareceu para fazer “um anúncio importante”. A fim de prevenir possíveis gafes, os jornalistas até ensaiam a forma ideal de noticiar a morte de Elizabeth ou de outros membros da família real.
Confira o vídeo do anúncio da morte da Rainha-Mãe:
Rádio
Diferentemente da tevê, a rádio BBC fará soar um alarme desenvolvido especialmente para momentos críticos à nação, por exemplo, ataques bélicos. O toque é tão raro que os profissionais afirmam nunca ter ouvido. Em emissoras independentes, o comando segue outro protocolo. De acordo com o Insider, cada estação de rádio britânica apresenta uma rede de luzes, que piscará para indicar uma catástrofe nacional. Os DJs mudarão a playlist para músicas tristes e, quando estiverem prontos, os repórteres darão informações do óbito.
Alterações
O site do Palácio de Buckingham terá uma única página contendo uma mensagem de luto sobre um fundo preto. Especialistas em assuntos sobre a família real, como Omid Scobie, Katie Nicholl, Rebecca English, Angela Levin e Robert Lacey, revelaram já terem assinado contrato de exclusividade com jornais e emissoras de tevê. Os experts entrarão em cena assim que o falecimento de Elizabeth II for confirmado.
Além de gerar mudanças na mídia e política, a morte irá gerar alteração no hino inglês. Todas as palavras rainha serão alteradas para rei em referência ao novo soberano, até então Charles. Em decorrência do óbito, a moeda britânica terá de ser impressa com o retrato do atual monarca. O dinheiro com a face de Elizabeth sairá de circulação. O mesmo acontecerá com selos, passaportes e uniformes de militares. Na avaliação de cortesãos reais, o Reino Unido deverá parar por, no mínimo, 12 dias, desde o anúncio até o funeral.
Quando o comunicado do falecimento for feito, os súditos serão liberados para retornarem imediatamente ao lar. Os pilotos de avião terão de anunciar o acontecimento durante todos os voos para fora ou dentro das fronteiras do reino da rainha Elizabeth. Haverá a perda de bilhões de libras devido a paralisação da economia. Bancos, lojas e a bolsa de valores britânica ficarão fechados por tempo indeterminado. Competições de rúgbi, hóquei e corridas de cavalo deverão ser canceladas, já partidas de futebol seguem normalmente.
Sucessor
O icônico National Theatre só irá interromper a programação se a morte da monarca ocorrer antes das 16h. Caso aconteça após o horário, o cronograma deverá continuar. O que vai ditar as primeiras horas após o falecimento é a forma como a rainha partir. O Palácio de Buckingham tem profissionais treinados para comunicar eventos específicos, por exemplo, o óbito de algum integrante da dinastia Windsor. Além de divulgar as notícias, eles irão instruir os outros funcionários a como agirem em tais situações.
Alguns colaboradores da monarquia serão liberados do ofício. A iniciativa visa evitar o vazamento das burocracias para declarar formalmente o próximo sucessor, que provavelmente será o príncipe Charles. A reunião “quase secreta” do Conselho de Adesão tem como endereço o Palácio de St. James. Participam do encontro, conselheiros privados, senhores nobres, o lorde da cidade de Londres e alguns altos comissários de países que formam a Commonwealth.
No mesmo dia, o primogênito de Elizabeth II, o príncipe Charles, assumirá o trono. Já na data seguinte, o então rei fará o primeiro discurso oficial em transmissão ao vivo. O governo do Reino Unido deverá jurar lealdade ao novo soberano ao som de 41 tiros no Hyde Park. Como de praxe, o funeral da rainha deverá acontecer nove dias após o falecimento. No dia da cerimônia fúnebre, será feriado em todo o Reino Unido. Às 11h, os sinos do Big Ben tocarão, o país ficará em silêncio e nenhum avião poderá decolar no momento.
De acordo com o portal Business Insider, independentemente de como ou quando for a morte da rainha Elizabeth II, não só o Reino Unido entrará em choque, mas também todo o mundo. Os países governados pela monarca deixarão de funcionar normalmente até, pelo menos, ao funeral, explicou o jornal. Por quase sete décadas, não há o falecimento de um soberano da monarquia mais famosa do planeta, por isso, existirá uma comoção global. A coroação de Charles só ocorrerá no ano seguinte ao óbito.
Para saber mais, siga o perfil da coluna no Instagram.