Saiba o que pode acontecer se você ficar muito tempo sentado
Uma pesquisa da University College London descobriu como o hábito impacta negativamente na saúde do coração
atualizado
Compartilhar notícia
Muitos empregos demandam que fiquemos sentados por grande parte do expediente, ou por quase todo o horário de trabalho. Mas você sabia que fazer isso por longos períodos de tempo pode impactar negativamente na saúde do coração e aumentar o risco de morte?
É o que diz uma nova pesquisa da University College London, publicada no início deste mês no European Heart Journal. O estudo também descobriu que substituir a posição sentada por alguns minutos de exercícios de intensidade moderada todos os dias pode melhorar significativamente a saúde cardíaca.
Na prática, os pesquisadores construíram um modelo para determinar o que aconteceria se uma pessoa trocasse um comportamento por outro diariamente durante uma semana. O modelo analisou dados de diversos estudos que levaram a equipe de pesquisa a entender o impacto da troca de determinados hábitos.
Uma mulher de 54 anos, por exemplo, que substituiu 30 minutos sentada por exercício moderado, conseguiu não só aprimorar a saúde do coração, mas também diminuir a circunferência da cintura em 2,5 cm (uma diminuição de 2,7%).
Outro estudo, realizado no início deste ano, mostrou que as pessoas que passam mais de 12 horas por dia sentadas têm um risco 38% maior de morte se não praticarem pelo menos 22 minutos de exercício por dia.
Conforme o professor da Glasgow Caledonian University Sebastien Chastin explicou ao portal Health, a problemática de se manter sentado é que esse hábito desloca o tempo em que a pessoa deveria se movimentar. “Sabemos também que a fisiologia de como o nosso corpo processa o açúcar é afetada [ao sentar-se]”, disse ele.
“Há também algumas evidências de que os hormônios envolvidos na saúde óssea são afetados”, completou.
Já o médico John Gallucci Jr acrescentou ao site que a prática ainda pode criar fraqueza muscular e desequilíbrios musculares, especialmente no núcleo e nas pernas. “Ficar sentado por um período prolongado pode até resultar em má postura, redução da circulação sanguínea, ganho de peso e obesidade”, argumentou.
Para o pesquisador da Universidade Ártica da Noruega Edvard Sagelv, o costume de se sentar “diz ao corpo que a demanda não é alta, então não precisa ser tão forte”. Ele afirmou ao portal que o fígado e os sistemas de energia nos músculos [também] “desaceleram” e, ainda, os indivíduos não são capazes de queimar toda a energia dos alimentos que comem. “Então, o corpo tem um desempenho pior na queima de energia”, detalhou.
Como contornar
Na concepção de Sebastien Chastin, para neutralizar os efeitos de se sentar, a coisa mais importante é introduzir mais movimento na rotina. “A tecnologia pode ajudar com avisos para nos lembrar [de ficar de pé ou de nos mover], mas vimos que o efeito tende a desaparecer com o tempo”, contou o professor.
“Aproveite qualquer oportunidade para se movimentar e se divertir; e fique longe das telas tanto quanto possível”, aconselhou.
Outro hábito crucial, conforme sugere o especialista, é dormir corretamente. Ele defendeu que uma boa noite de sono significa menos cansaço e mais energia para as atividades cotidianas.
O professor também indicou cerca de sete minutos de atividades ou tarefas leves em casa para ter o mesmo efeito que um minuto de exercício moderado no corpo.
O médico John Gallucci Jr sugeriu ficar em pé durante reuniões de trabalho, ou caminhar enquanto se faz uma ligação; como também fazer exercícios durante o almoço e alongar-se ao longo do dia.
Ficar muito tempo sentado aumenta risco de demência
Conforme a Coluna Claudia Meireles divulgou em setembro, uma pesquisa recente revelou uma ligação preocupante entre o hábito de ficar sentado por longo período e o aumento do risco de demência.
A pesquisa foi publicada no Journal of the American Medical Association (JAMA), que descobriu que ser sedentário por 10 horas ou mais por dia estava “significativamente associado” à demência, termo que refere à perda do funcionamento cognitivo. Os sintomas principais incluem perda de memória, confusão mental e dificuldade de expressar pensamentos.
Para saber mais, siga o perfil de Vida&Estilo no Instagram.