Saiba o que é fato histórico e o que é ficção no filme de Napoleão
O filme Napoleão estreia nesta quinta-feira (23/11) nos cinemas brasileiros. O filme traz Joaquin Phoenix na pele do imperador Napoleão
atualizado
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Napoleão Bonaparte foi um das figuras históricas mais importantes do final do século 18 e início do século 19. Agora, a trajetória de um dos principais generais da Revolução Francesa e imperador da França, ganha as telas do cinema mundial.
O filme Napoleão estreia nesta quinta-feira (23/11) e tem direção de Ridley Scott (A Cruzada, Gladiador e O Último Duelo).
A trama oferece um olhar original e pessoal sobre as origens do líder militar francês — interpretado por Joaquin Phoenix — algumas batalhas, golpes e sua implacável ascensão ao poder, por meio de sua relação, muitas vezes volátil, com sua esposa e verdadeiro amor, Josephine, interpretada por Vanessa Kirby.
Por mais que o longa-metragem tente narrar as famosas batalhas de Napoleão e toda sua jornada ao poder com a maior veracidade possível, o roteirista tem a licença poética de acrescentar alguns fatos para construir uma história envolvente, intensa e, muitas vezes, impactante.
Atenção: o conteúdo abaixo contém spoilers!
O portal internacional Time Out conversou com o professor Michael Broers, da Universidade de Oxford, sobre a veracidade de alguns momentos-chaves apresentados no filme. Ele é um dos principais especialistas acadêmicos sobre Napoleão e foi contratado como consultor histórico para a obra de Ridley Scott.
1. Execução de Maria Antonieta
A película começa com o personagem principal testemunhando a execução de Maria Antonieta, em 1793, na Place de la Concorde. ” Ele não estava na execução, estava de serviço na guarnição no sul naquele momento”, disse Michael.
Porém, ele salienta que Napoleão estava em Paris para ver Maria Antonieta e Luís XVI serem presos em 1792. “Isso causou-lhe uma impressão indelével – ele estava aterrorizado por esta multidão raivosa”.
2. Representação de Napoleão feita por Joaquin Phoenix
A caracterização de Phoenix foi muito elogiada pelo historiador. “Napoleão era multifacetado, mas não complicado, e achei que ele captou isso muito bem. Ele capta o senso de ironia do imperador e sua capacidade de rir de si mesmo quando estabelece a lei”, avalia o professor de Oxford.
3. Frase sobre os britânicos e seus barcos
Uma das maiores piadas de imperador no filme é quando ele diz ao embaixador britânico: “Você se acha tão durão porque tem barcos!”. Segundo o historiador, ele nunca disse essas palavras exatamente, mas algo próximo. “É uma ótima frase e capta a essência do que ele disse”, expressou ao Time Out.
4. Napoleão e o duque de Wellington se enfrentaram alguma vez?
Dois antigos inimigos no campo de batalha trocando gentilezas e respeito mútuo em uma cabine de navio de guerra. O momento, apesar de estranhamente comovente, nunca aconteceu. “Wellington e Napoleão nunca se conheceram”, disse Broers.
5. Ele ficou com a bala de canhão que matou seu cavalo?
Na cena, Napoleão enfia a mão no cadáver de seu cavalo e retira a bala de canhão que o matou durante a batalha de Toulon. A verdade é que foi tudo pura licença poética, pois o animal sobreviveu. “Nunca encontrei nenhuma evidência de que isso tenha acontecido”, expressou.
E acrescentou: “Mas Napoleão foi baleado na perna e golpeado com baioneta. A ferida dele foi muito importante, porque ele era muito jovem, liderava veteranos e foi nesse momento que ele provou seu valor”.
6. Ruim de cama?
“Sabemos que ele era bastante inexperiente sexualmente quando conheceu Josephine, porque ele contou as pessoas e isso está em suas memórias. Ele estava inseguro com ela”, explica Michael.
7. Perseguido pelos jornais
Quando o imperador francês é traído por Josephine ou se vê em perigo político, a trama mostra manchetes zombando e satirizando a situação. O acadêmico revela que tudo realmente aconteceu. “Foi muito pior do que o filme retrata”, disse ele.
A queda definitiva de Napoleão
Napoleão Bonaparte sonhava em construir um império tão grande quanto o romano. Nascido em Córsega, ilha italiana anexada pela França, pisou em solo francês aos 15 anos. Na época, a nação era governada por monarcas absolutista.
Sem sangue nobre e estrangeiro, ele usou sua genialidade para alcançar altos cargos. Seus feitos em batalhas renderam promoções meteóricas, como o cargo de general. Em 1799, Napoleão deu o golpe de Estado e cinco anos depois, coroou a si mesmo com imperador da França.
Nas guerras, Bonaparte derrotou austríacos, russos e prussianos em batalhas como Jena e Austerlitz.
Em 1814, a queda de Napoleão restaurou o poder dos Bourbon, representado por Luís XVIII. A derrota definitiva ocorreu em 18 de junho de 1815, nos arredores de Bruxelas, em Waterloo, pelo exército prussiano de Blucher.
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