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Saiba como o mau funcionamento do intestino pode piorar a celulite

A relação entre a celulite e o intestino tem sido muito comentada nos últimos congressos de dermatologia, segundo a médica Claudia Marçal

atualizado

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Pernas de mulher - Metrópoles
1 de 1 Pernas de mulher - Metrópoles - Foto: Pexels

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, celulite é o nome popular dado à lipodistrofia ginoide, um depósito de gordura sob a pele caracterizado pelo aspecto ondulado da epiderme, o que se assemelha a uma casca de laranja. A condição pode afetar diferentes áreas do corpo, principalmente em mulheres após a puberdade.

Acredita-se que alguns fatores contribuem para o aparecimento da celulite, como genética, problemas circulatórios, alterações hormonais e estilo de vida. No entanto, para a dermatologista Claudia Marçal, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia (AAD), a lipodistrofia ginoide também tem relação com o funcionamento do intestino.

“A relação do funcionamento intestinal com a celulite tem sido muito comentada nos últimos congressos de dermatologia. Pacientes que sofrem de disbiose intestinal, um quadro em que há um desequilíbrio das bactérias presentes no intestino, podem sofrer com a colonização de um conjunto de microrganismos que alteram os níveis de estrogênio que circulam no corpo”, argumenta.

A médica acrescenta que os níveis circulantes alterados de estrogênio podem contribuir para obesidade, síndrome metabólica e celulite.

Mulher de costas para a foto usando roupas íntimas e segurando duas metades de laranja - Metrópoles
Saiba como o mau funcionamento do intestino pode piorar a celulite

Segundo a farmacêutica Patrícia França, a disbiose intestinal leva a um quadro de má absorção de nutrientes, resistência insulínica e inflamação que irá servir como gatilho para um desequilíbrio no organismo.

“Com o mau funcionamento intestinal, teremos a liberação de substâncias ‘tóxicas’ provenientes da parede celular bacteriana no sangue, um processo chamado de endotoxemia metabólica. Ele é gerado por uma dieta ruim, altos níveis de estresse e consumo excessivo de medicamentos, como omeprazol e até mesmo alguns tipos de antiobióticos”, diz.

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Claudia observa que nem todas as pessoas afetadas pela celulite sabem que essa é uma doença de característica evolutiva e que, nos graus mais avançados, pode causar dor, alteração da temperatura local e desconforto. “A celulite é, na verdade, uma inflamação do tecido subcutâneo ou tecido adiposo, onde essas células gordurosas sofrem processo de alteração da boa morfologia, apresentando excesso de gordura no seu interior e deformidade da sua parede com um quadro de fibrose dessas estruturas”, explica.

Menina mostra segurando e empurrando a pele das pernas celulite
Celulite são gorduras acumuladas

A profissional acrescenta: “Isso resulta em irregularidades que acabam se projetando na superfície da pele e levando à formação de um relevo heterogêneo e uma pele cheia de reentrâncias e saliências, depressões e ondulações”.

A dermatologista alerta para a importância da diferenciação dos graus de celulite, pois quando há uma inflamação do tecido cutâneo local, existe comprometimento da microcirculação e do sistema linfático da região. “Nesse quadro mais avançado — que engloba deformidade da área com dor e mudança da morfologia da célula —, precisamos intervir com tratamentos e estratégias sinérgicas, além das mudanças no estilo de vida”, frisa.

Fatores que podem agravar ainda mais a incidência de celulite incluem, segundo ela: sobrepeso, o desequilíbrio entre a taxa de gordura e a taxa de massa muscular (por isso algumas mulheres magras têm celulite), má alimentação, sedentarismo e alterações vasculares.

Regiões mais comuns

Claudia Marçal conta que as áreas mais acometidas pela condição as regiões do quadril, dos glúteos, das coxas — principalmente a face interna da coxa e a região posterior —, abdômen inferior e braços. “A celulite pode começar com um grau I, um grau leve e assintomático, e ir evoluindo gradativamente de acordo com o não-tratamento”, complementa.

Quanto ao grande e famoso questionamento de que a celulite tem cura ou não, ela responde: “Não podemos dizer que tem cura; ela tem controle e melhora. E isso depende muito dos hábitos de vida da pessoa, do momento que ela está vivendo, da qualidade das horas de sono, da alimentação, da prática de exercícios físicos e dos tratamentos que são realizados”, encerra.

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