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Remédio contra diabetes pode ajudar a retardar avanço do Parkinson

Pesquisadores franceses descobriram que o remédio com lixisenatido para diabetes tem efeitos positivos para retardar efeitos do Parkinson

atualizado

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1 de 1 Remédio - Foto: Getty Images

Pesquisadores franceses fizeram uma descoberta que pode mudar a vida de pacientes diagnosticados com Parkinson. Os autores do estudo, publicado no The New England Journal of Medicine, descobriram que o princípio ativo lixisenatido, presente em remédios de diabetes, pode retardar o avanço dos sintomas da doença degenerativa que não tem cura.

De acordo com a Fundação Parkinson, mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo convivem com a doença, uma condição na qual as células nervosas do cérebro são danificadas ao longo do tempo, causando problemas de movimento, equilíbrio e memória, entre outros efeitos.

O estudo envolveu 156 participantes diagnosticados com Parkinson há menos de três anos, que estavam fazendo uso de medicamentos regulares para tratar os efeitos da doença. O grupo foi dividido em dois, os que receberam a medicação de diabetes e os que foram submetidos ao uso de placebo.

O primeiro grupo continuou o tratamento regular contra a doença, mas adicionou ao cuidado o uso da lixisenatida. O outro grupo tomou um placebo junto da medicação que já estava acostumado. A partir daí, todos os participantes realizaram um exame de seus sintomas motores, recebendo uma pontuação em uma escala de gravidade da doença.

Resultados emocionantes

O grupo submetido ao medicamento não apresentaram avanço dos sintomas de Parkinson
O grupo submetido ao medicamento não apresentou avanço dos sintomas da doença

Segundo o site The Guardian, após um ano, os cientistas observaram que o grupo que utilizou o medicamento para tratar diabetes melitus tipo 2 não apresentou sinais de avanço da doença degenerativa, especialmente quando se trata do efeito de incapacidade motora.

Enquanto isso, aqueles que não receberam o medicamento para diabetes apresentaram deterioração dos sintomas em três pontos na escala de gravidade do Parkinson. Wassilios Meissner, professor do Hospital Universitário de Bordeaux e um dos participantes do estudo, falou ao site internacional que os resultados demonstram um caminho emocionante para o tratamento dos pacientes.

“Temos que ser cautelosos sobre toda a interpretação e sobre a aplicabilidade no estágio atual, mas é realmente um sinal muito, muito claro e forte que nunca vimos antes”, disse Wassilios Meissner.

Efeitos colaterais

Os participantes do estudo não ficaram livres dos efeitos colaterais
Os participantes do estudo, contudo, não ficaram livres dos efeitos colaterais

Com os resultados do estudo, os cientistas concluíram que o remédio contra diabetes não apenas reduz os sintomas motores, mas protege o cérebro contra a perda de neurônios.

Entretanto, os pesquisadores notaram que os participantes não ficaram livres dos efeitos colaterais. Cerca de 46% das pessoas que receberam o medicamento a base de lixisenatida sentiram náuseas, enquanto cerca de 13% apresentaram sintomas de vómitos.

Novas investigações

O estudo alerta para a necessidade de continuar as investigações sobre a eficácia do remédio
O estudo alerta para a necessidade de seguir com as investigações sobre a eficácia do remédio

Com as evidências do estudo, os pesquisadores descobriram que a doença de Parkinson pode estar associada à resistência à insulina no cérebro, e o uso desse tipo de medicamento pode colaborar para retardar os efeitos e as complicações da doença.

Apesar das grandes expectativas, os pesquisadores alertam para a necessidade de elaborar novas perguntas relacionadas ao estudo, capazes de responder se a lixisenatida realmente retarda a progressão da doença, se os benefícios serão vistos a longo prazo, se há risco do desenvolvimento de efeitos colaterais se os medicamentos forem administrados por mais tempo, entre outros.

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