Rei da Dinamarca toma medida após Trump insistir em comprar ilha
Após Donald Trump voltar a demonstrar interesse na Groenlândia, o rei Frederik da Dinamarca lançou brasão com destaque para o território
atualizado
Compartilhar notícia
Após o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, demonstrar interesse em comprar a Groenlândia, o rei Frederik X da Dinamarca lançou uma versão atualizada do brasão real com a região desejada pelo norte-americano e as Ilhas Faroé com mais destaque — ambos são territórios autônomos do Reino da Dinamarca. Nessa terça-feira (7/1), Trump ainda disse não descartar uma ação militar para assumir o controle da ilha.
No antigo brasão, os dois territórios autônomos compartilhavam o mesmo campo na arte. Agora, na versão lançada semana passada, tem um urso polar, que simboliza a Groenlândia, e um carneiro, ícone das Ilhas Faroé, em espaços diferentes, com destaque.
Apesar da coincidência, o governo dinamarquês não se pronunciou acerca das intenções de Trump. A declaração da Comunidade Dinamarquesa destacou apenas o status constitucional do relacionamento entre a Dinamarca, as Ilhas Faroé e a Groenlândia.
Localização estratégica
Maior ilha do mundo, a Groenlândia é um território estratégico para a defesa dos Estados Unidos. Além de estar localizada na rota mais curta da América do Norte para a Europa, o local também abriga a Base Espacial Pituffik, a mais setentrional dos Estados Unidos.
Em artigo publicado pelo Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos, os pesquisadores Heather A. Conley e Jon Rahbek-Clemmensen afirmaram que a Base Espacial Pituffik, localizada a menos de 1.600 quilômetros do Polo Norte, conta com instalações de radar importantes para o sistema de defesa antimísseis americano.
“Os aeroportos e portos baseados na Groenlândia podem se tornar pontos de apoio cruciais para patrulhas marítimas e aéreas no Atlântico Norte, enquanto os sistemas de detecção de submarinos podem ser instalados ao longo da costa”, destacaram Heather A. Conley e Jon Rahbek-Clemmensen.
Mais uma coincidência?
Enquanto o presidente eleito dos Estados Unidos falava sobre as intenções de adquirir a ilha, Donald Trump Jr., o filho mais velho do político, fazia uma visita à Groenlândia. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores dinamarquês, a ida do herdeiro foi anunciada apenas um dia antes da viagem ser feita.
Além disso, no início de janeiro, Trump afirmou que “a propriedade e o controle” da ilha “são uma necessidade absoluta” em mensagens no Truth Social. A base americana e a localização estratégica não são os únicos benefícios almejados, o espaço também tem reservas de petróleo e gases naturais.
Apesar da insistência do governante americano, após as recentes postagens, o governo dinamarquês anunciou um investimento de cerca de € 1,3 bilhão (mais de R$ 8 bilhões) na defesa da Groenlândia. “A Groenlândia é nossa. Não estamos, e nunca estaremos, à venda. Não perderemos nossa longa luta pela liberdade”, disse o primeiro-ministro da região, Mute Egede, em comunicado.
Para saber mais, siga o perfil de Vida&Estilo no Instagram