Realeza: saiba como os duques de Sussex construíram a “Meghan Marca”
“Dar um passo para trás e dois para frente.” Assim pode ser definido o recuo de Meghan e Harry da Coroa britânica
atualizado
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Tirar férias para espairecer e tomar uma grande decisão. Foi o que ocorreu com Meghan Markle e o príncipe Harry. Depois de dias sabáticos em Vancouver, no Canadá, os duques de Sussex retornaram à terra da rainha com uma bomba nas mãos: a renúncia dos cargos seniores da família real. Ao soltar o anúncio explosivo, o casal estremeceu os pilares da Coroa britânica e do mundo com a medida sem precedentes. Longe das rédeas da monarquia, eles têm construído a “Meghan Marca”, como brincou o jornal Evening Standard.
Quando revelaram a abdicação, Harry e Meghan disseram que iriam em busca da própria independência financeira. E conseguiram. Eles cruzaram o oceano Atlântico e se instalaram nos Estados Unidos. O prazo de 12 meses foi dado aos duques de Sussex para revisarem a saída. Como não se arrependeram do veredito, os pais de Archie, de 1 ano, não voltarão a integrar a realeza, conforme comunicado publicado pelo Palácio de Buckingham na última semana.
E o jogo virou
“Dar um passo para trás e dois para frente.” Assim pode ser definido o recuo de Meghan e Harry da Coroa britânica, para decepção da rainha Elizabeth II. Antes de encerrar o perfil Sussex Royal no Instagram, eles postaram sobre “conquistar um novo papel progressivo dentro desta instituição”. A dupla não só alcançou os objetivos como superou as expectativas dos súditos. Para se acomodar à nova vida, o casal comprou o lar dos sonhos em um condomínio de luxo no bairro de Montecito, em Santa Bárbara, nos Estados Unidos.
Gwyneth Paltrow, Katy Perry e Orlando Bloom são apenas alguns dos vizinhos dos duques de Sussex. Avaliada em R$ 77 milhões, a mansão integra nove quartos, 16 banheiros, sauna, biblioteca, quadra de tênis, parquinho infantil, sala de ginástica e garagem para cinco carros. Eles compraram o lar doce lar após terem assinado um acordo milionário com a Netflix no valor de US$ 150 milhões, o equivalente a R$ 797 milhões. Meses depois, foi a vez de firmar contrato de US$ 18 milhões com o Spotify para uma série de podcasts. Vice-presidente dos EUA, Kamala Harris expressou a vontade de participar do programa.
No início do mês, Meghan sentiu o gostinho de vitória e liberdade ao vencer a batalha judicial contra a Associated Newspaper, empresa responsável por editar os tabloides MailOnline e Mail on Sunday. Os portais publicaram uma carta confidencial da ex-atriz de Hollywood enviada ao pai, Thomas Markle, em 2018. Há quase 15 dias, o casal revelou estar à espera do segundo filho. “Archie será o irmão mais velho”, disse um porta-voz dos duques de Sussex à revista People.
Novos ares
Desvencilhar a imagem atual da Coroa britânica não é um processo fácil, mas a dupla tem conseguido. Eles contaram com aliados de peso, como Oprah Winfrey, Elton John e David Foster, produtor que se tornou um pai para Harry durante a adaptação nos EUA. Compõem ainda a lista de conselheiros os casais Obama e Clooney. Segundo especialistas em realeza, as ações de Meghan e Harry mostram o desejo genuíno de comandarem a própria vida, livres da instrução da família real. Eles não pensam em si como duque e duquesa, mas sim como uma supermarca.
Retirar-se do posto de integrantes seniores da realeza permitiu ao casal fazer uma estreia independente – e em grande estilo. Desde a renúncia, eles tiveram a oportunidade de buscar novos projetos, defender causas de saúde mental e construir a própria marca ecológica global. Em outubro, os duques de Sussex lançaram a Fundação Archewell, instituição filantrópica focada no altruísmo, saúde mental, bullying on-line e uso ético de tecnologia.
Em dezembro, o casal finalizou o site da instituição. Além de adicionarem o novo logotipo da Archewell, os duques de Sussex escreveram uma carta na qual declararam o desejo de “construir um mundo melhor, um ato de compaixão por vez”. Dentre as parcerias firmadas, está o ex-especialista em ética de design do Google Tristan Harris. O cientista da computação fundou o Center for Humane Technology, em 2013. A iniciativa tem como foco criar comunidades digitais mais seguras.
Passos largos
Em setembro, os pais de Archie se inscreveram como palestrantes virtuais de uma agência que atende Barack Obama, Bill Clinton e Oprah Winfrey. Especulam um retorno de Meghan à TV, quem sabe ao lado do marido. Em abril, ela deu voz ao documentário da Disney sobre natureza, intitulado Elefante. Cinco meses se passaram e os duques de Sussex lançaram a própria produtora. O negócio deverá contribuir com os projetos da dupla para a Netflix. Na gigante do streaming, eles irão desenvolver séries, filmes e programas infantis.
Na semana passada, a notícia da entrevista de Meghan e Harry à apresentadora Oprah causou alvoroço na mídia. O anúncio, inclusive, marcou o rompimento definitivo do casal com a realeza. Com duração de 90 minutos, o bate-papo “revelador” e “explosivo” está previsto para ir ao ar em 7 de março. A gestação do segundo filho pode mudar alguns planos dos dois, mas também oferecer oportunidades, por exemplo, lançar uma coleção de maternidade. No fim de 2020, a ex-atriz renovou “silenciosamente” a marca de seu blog de estilo de vida, o The Tig.
Finanças
Sem o controle financeiro da avó e com uma conta bancária com nove dígitos, o casal Sussex pôde contratar colaboradores pessoais, profissionais e seguranças de total confiança. Ao contrário dos funcionários dos palácios reais, conhecidos por vazarem notícias para a imprensa. Integram o time de Meghan e Harry ex-empregados de Bill Gates; a ex-chefe de comunicação do Pinterest, Christine Schirmer; advogados experientes; e o guru de relações públicas, James Holt.
Alguns fãs se questionavam sobre como o casal iria sobreviver economicamente longe da mesada da rainha. Segundo relatos, eles detêm um patrimônio de 34 milhões de libras, o equivalente a R$ 264 milhões. Harry herdou milhões da mãe, a princesa Diana, e também da bisavó, Isabel Bowes-Lyon, a Rainha Mãe. Já Meghan faturou 40 mil libras por cada episódio do seriado Suits, totalizando mais de R$ 30 milhões.
Na avaliação dos especialistas em realeza, manter a alcunha de duque e duquesa de Sussex no início da vida nos Estados Unidos foi um trampolim para construírem uma marca poderosa. Outra carta na manga do casal é pertencer à realeza mais famosa do mundo, mesmo tendo renunciado aos cargos no alto escalão. O “diferencial” atrai a atenção do público, principalmente dos jovens. Eles aprovaram a saída dos pais de Archie da monarquia e apoiam as questões defendidas pelo casal, como saúde mental e ambientalismo.
Novos episódios
No último dia 16, a notícia da entrevista televisiva de Meghan Markle a Oprah Winfrey causou alvoroço na imprensa. E estremeceu as relações com a família real a ponto de o Palácio de Buckingham comunicar a saída permanente dos duques de Sussex. Tecnicamente com os laços cortados, príncipe e ex-atriz têm o direito de fazer o que bem entenderem. Seguindo o lema, o caçula de Lady Di surgiu nessa quinta-feira (26/2) no programa The Late Late Show. Ele gravou com o apresentador James Corden pelas ruas de Los Angeles.
Embora desejassem manter os papéis nos campos militar, artístico e com organizações esportivas, a rainha Elizabeth II preferiu “pegar de volta”, para tristeza, em especial, de Harry. De acordo com fontes próximas, o príncipe ficou “chateado” com a decisão da soberana. As nomeações militares honorárias e patrocínios reais detidos pelo duque e pela duquesa serão, portanto, devolvidos à sua majestade, antes de serem redistribuídos entre os membros trabalhadores da família real”, disse o comunicado oficial do Palácio de Buckingham.
A escolha de dar adeus à Coroa permite a Harry e Meghan Markle se manifestarem com maior liberdade a respeito de questões importantes. Ainda no período de “teste”, eles incentivaram os norte-americanos a votarem e abordaram o racismo estrutural em palestras. Em um artigo do New York Times, a ex-atriz escreveu sobre a “dor e tristeza” de sofrer um aborto. De acordo com o jornal Evening Standard, “aconteça o que acontecer a seguir, é certo: o feriado canadense de seis semanas mudou muito mais do que o código postal dos duques de Sussex.”
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