Protetor solar oral: dermato Luanna Caires Portela esclarece dúvidas
Descubra se o item é realmente eficaz e seguro e se podemos usá-lo no lugar dos protetores dermatológicos
atualizado
Compartilhar notícia
Você já ouviu falar do protetor solar oral? Pode parecer inusitado, mas a ideia é, basicamente, o sentido literal dos famosos filtros solares, mas em forma de cápsulas. A fim de descobrir se o item é realmente eficaz e seguro, como também as principais informações que devemos saber sobre ele — e se podemos usá-lo no lugar dos protetores dermatológicos —, a Coluna Claudia Meireles conversou com a dermatologista Luanna Caires Portela.
“Nós, dermatologistas, não gostamos muito do termo ‘protetor solar oral’, mas ele foi bastante divulgado e acabou ficando conhecido assim pelas pessoas”, diz a médica. Para uma maior clareza, vamos usar, a partir de agora, o vocábulo entre aspas. Segundo a especialista, a substância mais popular componente do produto é o Polypodium Leucotomos.
Como funciona?
Luanna Portela explica que o ingrediente diminui os efeitos deletérios do sol sobre a cútis, não chegando, de fato, a bloquear os malefícios quanto ao câncer de pele. “Ele ajuda a atenuar, por exemplo, as manchas que o sol poderia causar na região. Existem muitos estudos mostrando essa eficácia”, fala.
De acordo com a dermatologista, quanto nos submetemos ao sol, o nosso corpo produz radicais livres. O Polypodium Leucotomos, por sua vez, é um ótimo antioxidante, fator essencial para o combate aos danos solares. Todavia, o item não substitui o filtro solar tópico. “Devemos continuar o uso do protetor solar aplicado na pele”, alerta a especialista.
O ideal, ensina a profissional, é combinar as ferramentas. “Associamos os dois. O ‘protetor solar oral’ é uma complementação, ou coadjuvante, ao aplicado na derme”, sugere.
Benefícios
Além dos benefícios listados acima, Luanna Portela acrescenta que o Polypodium Leucotomos também é um aliado na redução das chances de queimadura solar, pois age na prevenção da inflamação e na regulação imunológica do organismo. “Nós, médicos, indicamos seu uso, principalmente, no verão ou quando o paciente vai fazer tratamentos para doenças pigmentares, como melasma”, afirma. “Recomendo começar a usá-lo pelo menos 20 a 30 dias antes da exposição solar”, completa.
Luanna Caires Portela participou recentemente de um congresso da Academia Americana de Dermatologia, em Boston. Ela conta que, lá, muito se falou sobre a eficácia do Polypodium Leucotomos. “Vários estudos apontam a eficácia dele como antioxidante e da diminuição de pigmentação na pele depois da exposição solar após 14 a 28 dias de uso”, declara.
Onde encontrar
Além da substância citada nesta matéria, existem outros antioxidantes que auxiliam na prevenção de manchas na cútis após a exposição solar. É o caso do pycnogenol e da luteína. “A vitamina C também tem um grande potencial antioxidante”, compartilha a médica.
Os “protetores solares orais” podem ser manipulados ou encontrados nas farmácias com nomes comerciais como Helioral, Flebon ou Inthos. No entanto, embora apresentem vantagens conforme os dermatologistas acreditam, há algumas contraindicações: “Eles não devem ser usados por gestantes e crianças sem prescrição. Alguns pacientes podem ter intolerância gástrica. Logo, o importante é ter uma prescrição ou acompanhamento do médico, até para boa orientação de como usá-lo”, finaliza a especialista.
Para saber mais, siga o perfil da coluna no Instagram.