Próstata aumentada: médico explica o diagnóstico do rei Charles III
Segundo nota divulgada pelo Palácio de Buckingham nesta quarta (17/1), Charles deverá passar por uma operação para tratar próstata aumentada
atualizado
Compartilhar notícia
Após o anúncio, nesta quarta-feira (17/1), de que o rei Charles III vai passar por uma operação nos próximos dias para tratar a próstata aumentada, muitos questionamentos a respeito dessa condição de saúde foram levantados. “Tal como acontece com milhares de homens todos os anos, o rei tem procurado tratamento para o aumento de próstata”, dizia a mensagem divulgada pelo Palácio de Buckingham.
No comunicado, o palácio destacou que a condição do monarca é benigna. Mas afinal, do que se trata esse quadro?
Em conversa com a Coluna Claudia Meireles, o médico oncologista do Grupo Oncoclínicas Igor Morbeck esclarece que o diagnóstico do monarca britânico é muito comum nos homens a partir dos 50 anos.
“Essa é uma condição benigna que pode levar a sintomas urinários, geralmente de obstrução, com jato da urina mais fino e/ou gotejamento após o ato de urinar. Trata-se da patologia chamada hiperplasia prostática benigna (HPB)”, afirma.
De acordo com o especialista, a depender do volume da próstata, o paciente precisa fazer procedimento para alargar o canal da uretra para o ato de urinar ser mais espontâneo, sem sintomas. “Quanto maior a idade, maior a chance de ter esse aumento da próstata. Por isso quando algumas pessoas notórias são diagnosticadas com um algo como hiperplasia prostática benigna, acaba sendo veiculado pelo temor de ser um câncer. Mas é muito comum no dia a dia”, enfatiza o profissional.
Apesar de comum, no entanto, Morbeck assegura que o paciente precisa ser avaliado por um especialista, e que exames de imagem são necessários. “Além do ultrassom, exame inicial de escolha, se faz uma ressonância, que é mais sensível e em que se consegue avaliar com detalhes se há algum nódulo, e se esse nódulo pode ter algum risco ou não de câncer associado”, emenda o oncologista.
A cirurgia, ainda, somente é necessária em casos que não respondem a tratamentos com medicamentos, conforme o médico elucida. “Existe tratamento medicamentoso, que age especificamente para reduzir o volume da próstata e melhorar os sintomas. Mas quando isso falha, a cirurgia está indicada, principalmente em homens com muitos sintomas”, explica.
Segundo o profissional, o procedimento cirúrgico pode acontecer de diferentes formas, como a laser, através do próprio canal da uretra ou, em casos mais específicos, cirurgias abertas (laparoscópica). “Depende da situação, do cenário, do grau de doença que o indivíduo tem”, fala Igor Morbeck.
O especialista comenta, também, que o procedimento é muito simples, e que não há risco para o paciente de uma maneira geral. “Ela é feita de forma corriqueira por urologistas experientes”, tranquiliza.
Há prevenção?
Conforme aponta o médico, não há prevenção para próstata aumentada. “É uma relação direta da idade do homem e o aumento da próstata”, reitera. Contudo, segundo ele, alguns profissionais indicam o uso de medicamentos em fases até mais precoces, inclusive sem sintomas, mas já com o aumento da glândula.
“Vale lembrar que uma próstata normal tem em torno de 20 gramas. É muito comum chegar os 50 anos e ela estar com 35 ou 40 gramas, ou seja, o dobro do que ela era inicialmente. Mas não necessariamente requer tratamento ou tem sintomas”, conta Morbeck.
Embora a condição não signifique câncer de próstata, o oncologista frisa que o homem deve procurar um urologista o mais rápido possível para avaliação.
Para saber mais, siga o perfil de Vida&Estilo no Instagram.