As reuniões da Comissão de Mulheres da Associação Nacional de Membros do Ministério Público (Conamp) precisaram ser adiadas por uma temporada em razão da pandemia. O primeiro encontro presencial após o intervalo ocorreu nessa segunda-feira (21/6) na sede da entidade, localizada no Complexo Brasil 21. Quem colaborou com os trabalhos e assuntos a serem abordados foi a coordenadora do grupo, Gabriela Manssur, promotora de Justiça de São Paulo.

Criada em 2018, a Comissão de Mulheres da Conamp tem por objetivo a promoção e a defesa dos direitos das mulheres e a luta pela igualdade de gênero nos órgãos do Ministério Público. Também visa à valorização da mulher promotora e procuradora de Justiça. Estiveram presentes na reunião, representantes de 12 estados e o presidente da Associação Nacional de Membros do MP, o promotor Manoel Murrieta. Ele acompanhou os trabalhos do encontro.

Participaram presencial e virtualmente da reunião, promotoras de Justiça que representam associações de cada Ministério Público do Brasil, além de procuradoras.

São elas: Fernanda Balbinot; Karla Padilha Rebelo Marques; Christiane Dolzany Araújo; Vandisa Maria Frota Prado Azevedo; Catarina Cecin Gazele; Paula Gama Cortez Ramos; Clarissa Carlotto Torres; Thais Lamim Leal Thomaz; Luciana Giannasi; Fábia de Melo Fournier; Anita Bethânia Silva da Rocha; Lia Raquel Prado Burgos; Karina Bussmann; Sonia Groisman Piardi; Luísa Nunes de Castro Anabuki; e Patrícia Habkouk.

Além das integrantes do MP, o encontro teve um momento de partilha quando algumas mulheres contaram sobre a carreira, os avanços e desafios de trabalhar em Brasília. As convidadas foram: a juíza e presidente da Associação de Magistrados Brasileiros (AMB), Renata Gil; a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka; e a jornalista do O Globo Bela Megale.

“Muito importante, porque estamos cada vez mais ocupando esses espaços. Essa troca de conhecimento nos faz ficar mais experientes e fortes na nossa missão de ocupar essas lacunas que, às vezes, estavam reservadas aos homens”, avalia Gabriela Manssur em entrevista à coluna Claudia Meireles. Durante a reunião, houve a apresentação de uma pesquisa “inédita e revolucionária”, que tem como objetivo mostrar o perfil da mulher promotora de Justiça.

Intitulada de Perfil Mulheres do Ministério Público, a pesquisa foi lançada durante a reunião e ficará à disposição para as promotoras de Justiça de todo o Brasil responderem até o dia 15 de agosto. De acordo com Gabriela Manssur, todas as mulheres estão sujeitas a sofrerem violência doméstica, assédio moral ou sexual, e violência institucional de gênero. Nem as integrantes do MP escapam da triste realidade.

“É importante conhecermos esse perfil com essa pesquisa e levantarmos os dados necessários para investir em políticas públicas de proteção dessas mulheres que sofrem violência e, muitas vezes, não têm espaço de acolhimento, escuta e proteção, por vergonha, medo de represália, sentir-se culpada e que, de fato, mesmo sendo promotoras e sabendo dos seus direitos, acabam se envolvendo em situações de relacionamentos abusivos e em situações de violência”, explica Gabriela.

Confira o vídeo de lançamento da pesquisa:

Coordenadora da Comissão de Mulheres da Conamp, Gabriela Manssur fez uma análise da reunião. Na avaliação dela, é fundamental as mulheres se unirem, pensarem juntas em projetos, ações e atuação institucional a fim de promover a igualdade de gênero e a defesa dos direitos femininos em toda a sociedade.

“Isso reflete no nosso trabalho perante a sociedade brasileira. É um direito nosso participar dessas discussões institucionais. É um direito da sociedade ter o desenvolvimento de políticas públicas com o olhar e a participação feminina”, considera a promotora de Justiça de São Paulo. Ela aproveitou para acrescentar: “O meu sentimento é de felicidade, esperança e alegria”.

Confira os cliques da reunião:

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